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Ciclo Origens da Academia - Academia Brasileira de Letras

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Alberto Venancio Filho<br />

Alexandre Eulálio realizou exegese rigorosa do conto “Luís <strong>da</strong> Serra”, o<br />

“último bom selvagem”, mostrando <strong>de</strong> um lado o princípio romântico encarnado<br />

pelo selvagem intrinsecamente bom, e outro lado a vila, on<strong>de</strong> campeia a<br />

corrupção do local civilizado.<br />

Mário Matos, no livro Machado <strong>de</strong> Assis, o homem e a obra, diria que “<strong>de</strong> quantos<br />

contadores <strong>de</strong>ixamos citados, não são numerosos os que produziram obras<br />

que sobrevivem ao gosto <strong>da</strong> época. Entre outros, po<strong>de</strong>remos apontar Júlia Lopes<br />

<strong>de</strong> Almei<strong>da</strong> com o livro Ânsia eterna, on<strong>de</strong> há ‘Os porcos’, ‘A caolha’, e mais<br />

um ou dois contos admiráveis, Lúcio <strong>de</strong> Mendonça com ‘Coração <strong>de</strong> caipira’ e<br />

‘João Mandi’, Garcia Redondo com ‘O caso do Aba<strong>de</strong>’ e ‘Choupanas <strong>da</strong>s rosas’,<br />

Valdomiro Silveira com algumas páginas fortes, Me<strong>de</strong>iros e Albuquerque<br />

com ‘As calças do Raposo’ e alguns mais que me possam escapar.”<br />

Na preparação <strong>de</strong>sta conferência, reli o volume que reúne Esboços e perfis e<br />

Horas do bom tempo e pu<strong>de</strong> mais uma vez apreciar a alta quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> contística<br />

<strong>de</strong> Lúcio <strong>de</strong> Mendonça, escrevendo <strong>de</strong> maneira simples mas em puro vernáculo,<br />

à la Maupassant, e <strong>de</strong>screvendo sobretudo cenas <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> campestre.<br />

Obra jurídica<br />

No discurso <strong>de</strong> posse, Pedro Lessa afirma:<br />

“De Lúcio, o juiz, muito pouco direi. Não receies que eu cometa a profanação<br />

<strong>de</strong> no recinto <strong>da</strong> <strong>Aca<strong>de</strong>mia</strong> aludir as suas opiniões acerca do habeas<br />

corpus e do recurso extraordinário. Notarei unicamente que a sua varia<strong>da</strong><br />

cultura jurídica, a pureza dos seus sentimentos, a gran<strong>de</strong> elevação moral e o<br />

próprio exaltado sentimento <strong>de</strong> in<strong>de</strong>pendência haviam forçosamente <strong>de</strong> fazer<br />

<strong>de</strong>le o digno magistrado que foi.”<br />

Quero crer que, nesta comemoração do sesquicentenário do seu nascimento,<br />

seria grave omissão não tratar, ain<strong>da</strong> que sumariamente, <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> do<br />

magistrado.<br />

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