Ciclo Origens da Academia - Academia Brasileira de Letras
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Afonso Arinos, filho<br />
Havia quase quatro anos que Nabuco se ocupava e preocupava-se com a <strong>de</strong>lica<strong>da</strong><br />
questão <strong>de</strong> fronteiras cuja <strong>de</strong>fesa lhe fora confia<strong>da</strong>. Assim, a carta que<br />
dirigiu a Machado, <strong>de</strong> Pau, em fevereiro <strong>de</strong> 1903, cui<strong>da</strong> sobretudo <strong>da</strong>s memórias<br />
que ia construindo, monumentos <strong>de</strong> erudição histórica, geográfica e cartográfica,<br />
<strong>de</strong> embasamento jurídico, soli<strong>de</strong>z documental e lógica expositiva.<br />
“Proximamente os exemplares <strong>da</strong> minha primeira Memória serão expedidos<br />
para o Ministério do Exterior. Irão primeiro os exemplares em francês, e mais<br />
tar<strong>de</strong> os exemplares em português. Desejo que V. tenha um <strong>de</strong>stes; a coleção<br />
dos documentos, cinco volumes, segue com os exemplares <strong>da</strong> Memória em francês<br />
[...]. Além disso, há um atlas. São, ao todo, oito volumes, formando, porém,<br />
duplicata, por causa <strong>da</strong> tradução. Veja se o Rio Branco o inscreve na lista<br />
para a Memória em português, <strong>da</strong> qual lhe man<strong>da</strong>rei 200 exemplares. [...] Eu<br />
mesmo ain<strong>da</strong> não escrevi ao Rio Branco sobre essas remessas, <strong>de</strong> maneira que<br />
lhe dou a primeira notícia. Sei que V. gosta <strong>de</strong>las. Inscreva-se, portanto, para a<br />
Memória em português. Deixe a Memória em francês e os documentos ser distribuídos<br />
à vonta<strong>de</strong> <strong>da</strong> Chancelaria.” E, referindo-se ao barão, manifesta apreço<br />
pelo gran<strong>de</strong> ministro, ao admirar-lhe a atuação. “Suponho que V. está em excelentes<br />
relações com o nosso homem. As notícias do Acre estão chegando<br />
boas, e vejo que ele, além <strong>de</strong> chanceler, se fez coman<strong>da</strong>nte-em-chefe.”<br />
Em agosto, <strong>de</strong> Challes, Nabuco voltaria ao assunto, embora “muito cansado.<br />
Desta vez, em 6 meses <strong>da</strong>rei 6 vols. para juntar aos 8 <strong>da</strong> primeira Memória.<br />
Fico, assim, em 14. Em <strong>de</strong>zembro <strong>da</strong>rei mais 2, 16. É um record, uma biblioteca<br />
<strong>de</strong> in folio em um ano. A Memória já está aí na Secretaria. Os meus amigos e os<br />
que se interessam pelo assunto <strong>de</strong>vem recorrer ao Rio Branco”.<br />
Mas não olvi<strong>da</strong>va a <strong>Aca<strong>de</strong>mia</strong>, encontrando tempo para interessar-se pelas<br />
eleições que nela transcorriam. “Meu voto é pelo Jaceguai, caso ele se tenha<br />
apresentado. Se o Quintino se apresentar, será do Quintino, pela razão que<br />
dou na carta inclusa quanto aos <strong>da</strong> velha geração. Não creio que o Jaceguai se<br />
apresente contra o Quintino. Nesse caso V. explicaria a este o meu compromisso;<br />
a minha idéia sobre a representação <strong>da</strong> Marinha, que mesmo a ele não<br />
<strong>de</strong>ve ce<strong>de</strong>r o passo; a minha animação ao Mota (Artur Silveira <strong>da</strong> Mota, Barão <strong>de</strong><br />
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