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O IMPÉRIO DO - Centro de Documentação e Pesquisa Vergueiro

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Estados Unidos (18 editoras). França (15 editoras), Hungria (1 editora). Inglaterra (28 editoras),<br />

Itália (1 editora: F.A.O.), Japão (5 editoras), México (5 editoras). Peru (1 editora), Portugal (14<br />

editoras), Suiça (2 editoras), URSS (13 editoras). Cerca <strong>de</strong> 70.000 obras foram expostas em 150<br />

estan<strong>de</strong>s, rompendo com o circuito quase fechado em que vivem as livrarias.<br />

Para os promotores da Câmara Brasileira do Livro, as bienais são um sucesso, atestado pelo<br />

número elevado <strong>de</strong> pessoas que a ela compareceram: 700.000 pagantes. Essa cifra se eleva se com-<br />

putarmos o número <strong>de</strong> alunos <strong>de</strong> escola oficiais e particulares que tinham ingresso gratuito, cercai<br />

<strong>de</strong> 300.000.<br />

A Bienal foi mais que uma simples "feira <strong>de</strong> livros". Foi um local on<strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> eventos<br />

paralelos tiveram lugar: III Seminário Latino-Americano <strong>de</strong> Literatura Infantil e Juvenil; I Sim-<br />

pósio sobre Biblioteca e Desenvolvimento Cultural; Ciclo <strong>de</strong> Palestras sobre Autores Brasileiros,"<br />

Painel da Poesia Marginal; Festival <strong>de</strong> Poesia; filmes sobre o Mo<strong>de</strong>rnismo. Além dos esten<strong>de</strong>s con-<br />

vencionais havia salas especiais. Os 60 anos da Semana <strong>de</strong> Artes Mo<strong>de</strong>rna <strong>de</strong> 22 foram homena-<br />

geados na sala da Secretaria <strong>de</strong> Cultura do Município <strong>de</strong> São Paulo. A Fundação Cultural da Bahia'<br />

apresentou uma exposição comemorativa dos 50 anos da literatura <strong>de</strong> Jorge Amado.<br />

Uma novida<strong>de</strong> chamava a atenção <strong>de</strong> muitos: o uso do computador. Estavam instalados seis<br />

terminais <strong>de</strong> computador, fornecendo informações sobre todos ps livros brasileiros expostos, que<br />

podiam ser utilizados pelos interessados. Os terminais atendiam a consultas por assunto, nome da<br />

obra, nome do autor, indicando o estan<strong>de</strong> on<strong>de</strong> existia o livro procurado. O visitante lia as indi-<br />

cações no visor e também recebia por escrito as informações solicitadas.<br />

Quanto à compra dos livros, havia uma agência bancária instalada no recinto oferecendo finan-<br />

ciamento em qualquer transação que se fizesse no local. Efetuada a aquisição, o visitante recebia<br />

um "cheque-livro" no valor <strong>de</strong> 10% do total pago. Esse cheque po<strong>de</strong>ria ser <strong>de</strong>scontado <strong>de</strong>pois em<br />

qualquer livraria da Re<strong>de</strong> Livreira. Também o ingresso (Cr$ 50,00) podia ser trocado na compra<br />

<strong>de</strong> livros. O saldo <strong>de</strong> vendas fornecido pela Câmara Brasileira do Livro, foi <strong>de</strong> 100 milhões <strong>de</strong> cruzei-<br />

ros. A maioria dos editores consi<strong>de</strong>rou a feira como um excelente incentivo á indústria editorial e<br />

uma forma positiva <strong>de</strong> promoção do livro.<br />

A área mais procurada foi a <strong>de</strong> literatura infantil e juvenil. E, para aten<strong>de</strong>r à <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> obras<br />

para crianças e jovens, as editoras guardaram para o período muitos lançamentos, realizados com a<br />

presença dos autores.<br />

Contudo, existem algumas críticas, tanto por parte dos editores, como por parte dos que visi-<br />

taram a Bienal. As queixas mais ouvidas se referiam à área ocupada ser exageradamente gran<strong>de</strong>,<br />

obrigando as pessoas a uma verda<strong>de</strong>ira maratona, para percorrer todos os estan<strong>de</strong>s, e atingir a saí-<br />

da, que se situava como que no final <strong>de</strong> um extenso labirinto. A localização dos estan<strong>de</strong>s, apesar<br />

<strong>de</strong> ter sido feita por sorteio, favoreceu as editoras maiores que ficaram com os espaço do início,<br />

enquanto as médias e pequenas ficaram localizadas no final. Assim, quando o visitante tinha percor-<br />

rido pouco mais da meta<strong>de</strong> já estava exausto não tendo mais disposição para ver nada.<br />

Outro problema apontado foi quanto á organização. Muitos países anunciados não comparece-<br />

ram, como foi o caso da China, e outros que participaram anteriormente <strong>de</strong>ixaram <strong>de</strong> vir neste ano.<br />

Algumas editoras acusam a Câmara Brasileira do Livro <strong>de</strong> favorecer 4 ou 5 editoras que a mantêm<br />

ás suas expensas, como um "clube privado". Apesar <strong>de</strong> ser uma associação <strong>de</strong> utilida<strong>de</strong> pública, exis-<br />

te um parágrafo <strong>de</strong> seu estatuto que estipula que para compor a diretoria só po<strong>de</strong>m se eleger os só-<br />

cios fundadores (que são <strong>de</strong>ssas editoras. . .). Faltaria, pois, organização entre as editoras menores<br />

para se anteporem ás maiores organizadas em torno da Câmara Brasileira do Livro que promove as<br />

Bienais do Livro. Quanto à organização dos livreiros, a situação é ainda pior. Havia uma associa-<br />

ção que custou para ser feita e <strong>de</strong>pois acabou.<br />

A conclusão <strong>de</strong> todos é que o mercado <strong>de</strong> livros é muito reduzido num país <strong>de</strong> semi-alfabetiza-<br />

dos. Temos cerca <strong>de</strong> 50.000 supermercados e menos <strong>de</strong> 500 livrarias em todo o país, número esse<br />

menor do que havia há seis anos atrás. Em termos comparativos, po<strong>de</strong>mos dizer que uma gravadora<br />

ven<strong>de</strong> no mínimo 10 mil discos a Cr$ 1.500,00 e o editor, se ven<strong>de</strong>r 3.000 livros, fica satisfeito.<br />

Além do problema do perfil <strong>de</strong>sigual <strong>de</strong> renda, é preciso verificar que há um problema editorial.<br />

O público que lê é <strong>de</strong>sproporcional mente menor àquele que po<strong>de</strong>ria efetivamente ler. Se pensarmos<br />

nos milhões <strong>de</strong> universitários e nos já formados em universida<strong>de</strong>, vemos que o livro não é uma ne-<br />

cessida<strong>de</strong> para as pessoas que têm condições <strong>de</strong> comprá-lo. Alguns editores sugerem mesmo uma bie-<br />

nal do livro e da comunicação, com todos os meios <strong>de</strong> comunicação envolvidos - jornais, revistas,<br />

televisão, discos, som, shows, música. Para ver tudo Isso. o visitante teria que passar pelo livro, para<br />

ver Rita Lee. teria também que ver o livro. Água mole . .<br />

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