Descarga en formato PDF (3,2 MB) - Centro Ramón Piñeiro para a ...
Descarga en formato PDF (3,2 MB) - Centro Ramón Piñeiro para a ...
Descarga en formato PDF (3,2 MB) - Centro Ramón Piñeiro para a ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Pero Me<strong>en</strong>diz de Fonseca<br />
tência de uma pausa <strong>en</strong>tre duas palavras cuja contiguidade produzia uma cacofonia: o<br />
caso está tratado nas “Leys d’Amors” prov<strong>en</strong>çais e D. D<strong>en</strong>is revela que conhecia essa<br />
regra, ao compor o verso d’ir dar rocin feit’e corredor com 9 sílabas (cfr. notas ao texto<br />
de Joan Bol’ and’ eu maravilhado). b) <strong>en</strong>quanto o conhecim<strong>en</strong>to da relação <strong>en</strong>tre letra e<br />
música nas cantigas trovadorescas galego-portuguesas não nos oferecer uma base m<strong>en</strong>os<br />
precária <strong>para</strong> revelar os problemas de versificação, parece-nos mais prud<strong>en</strong>te não intervir<br />
na lição transmitida pelos códices, <strong>para</strong> regularizar a métrica: o estudo de M.P.<br />
Ferreira sobre a música do “Pergaminho Vindel” veio mostrar que determinadas interv<strong>en</strong>ções<br />
t<strong>en</strong>d<strong>en</strong>tes a obter o isossilabismo são perfeitam<strong>en</strong>te desnecessárias 91 .<br />
Por tanto, todas as supostas anomalías métricas que nos permitimos nesta cantiga<br />
están <strong>en</strong> función de facilitar a lectura e compr<strong>en</strong>sión dun texto tan complexo como<br />
este, <strong>en</strong> espera de que estudos máis profundos da relación <strong>en</strong>tre letra e música e da<br />
preceptiva métrica da nosa lírica posibilit<strong>en</strong> outras opcións.<br />
Braga, Michaëlis e Paxeco-Machado: busuardo, seguindo a lección de V. A respecto<br />
de busnardo, vocábulo único nos cancioneiros, Lapa explica <strong>en</strong> nota: “A forma<br />
busnardo aparece no onomástico latino medieval (Livro das Kal<strong>en</strong>das, pag. 73) e tem<br />
em francês e em prov<strong>en</strong>çal arcaicos (busnard, busnart) o significado de ‘idiota’ 92 .<br />
Porén, no glosario defínea como ‘espécie de falcão’, que, na nosa opinión, é o significado<br />
acaído a este texto.<br />
8. Paxeco-Machado e Braga: viid’em, seguindo a lección de B e V, lectura que<br />
deixa s<strong>en</strong> s<strong>en</strong>tido o verso.<br />
9. Lapa: e, u non ouv’ esse reguardo: non consideramos necesario <strong>en</strong>t<strong>en</strong>der que a<br />
frase vai <strong>en</strong> pres<strong>en</strong>te, porque o emprego do subxuntivo nesta subordinada vén condicionado<br />
pola súa dep<strong>en</strong>d<strong>en</strong>cia do verbo semellar 93 .<br />
A respecto da hipermetría deste verso, poderiamos aducir o que explica Lapa a<br />
respecto dun caso similar: “Este e, <strong>para</strong> efeito de contagem métrica, liga-se ao último<br />
elem<strong>en</strong>to do verso anterior” 94 . Non obstante, mantemos o e inicial por coher<strong>en</strong>cia co<br />
exposto na nota ao v. 7, pois somos consci<strong>en</strong>tes de que a súa eliminación restauraría<br />
o <strong>para</strong>lelismo estrutural, tanto sintáctico como retórico, desta estrofa coa seguinte;<br />
tamén int<strong>en</strong>sificaría a imaxe visual da ave de rapina e, ademais, resultaría doado imaxinarmos<br />
un lapso do copista, se temos <strong>en</strong> conta que o verso seguinte comeza por esa<br />
mesma vogal.<br />
91 Cf. E. Gonçalves, Op. cit., p. 20.<br />
92 Cf. M. Rodrigues Lapa, Cantigas…, op. cit., p. 592.<br />
93 Vid. J. Huber, Gramática do Português Antigo, Lisboa, Fundação Calouste Gulb<strong>en</strong>kian, 1933, especialm<strong>en</strong>te<br />
as pp. 289-294.<br />
94 Cf. M. Rodrigues Lapa, Cantigas…, op. cit., p. 257.<br />
57