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^ ^ Quinzena Trabalhadores usina, no entanto, foi morta por tiro de revólver calibre 38. "A maioria dos feri- dos por tiros de metralhadora foi atingida dos joelhos para baixo", lembra-se Ge- raldo Ribeiro. José Vilas Novas, acertado no pé es- querdo e por vários estilhaços, chegou a ser incluído na primeira lista de mor- tos. Submetido a quatro cimrgias, aca- bou sobrevivendo e ainda hoje sofre os efeitos físicos da tragédia. "Meu mari- do era um atleta", conta sua mulher, Maria Auxiliadora. Depois do massacre Cenários - dez/88 Com mais de 1,2 mil sindicatos filiados, abran- gendo uma representação superior a 10 milhões de trabalhadores, a CUT controla no momento categorias estratégicas no plano nacional, exercen- do uma folgada hegemonia nas mais importantes empresas estatais e em ramos vitais da iniciativa privada. Para se ter uma idéia, 15 dos maiores sindicatos metalúrgicos, 10 são cutistas; nos bancá- rios e telefônicos, são quatro entre cinco com maior poder de fogo; entre os petroleiros, duas das cinco maiores entidades são afinadas com a CUT; e finalmente nos químicos e petroquímicos, os três maiores ficam com a central sindical. O ponto mais fraco da CUT reside na categoria dos comerciários, que englo- ba 6 milhões de pessoas. Estes números cons- tam de uma minuciosa radiografia feita por téc- nicos da CUT, Dieese e a Fase, uma entidade pró- xima da Igreja e que dá 60 ^êT 50 40 60 50 50 50 sua vida mudou radicalmente. "Eu vi- via bêbado, mexia com drogas e só queria vingança", afirma o próprio Vi- las. Nos anos seguintes, ele conseguiu tratamento em Belo Horizonte, traba- lhou como mecânico da Volkswagen, foi taxista e hoje é dono de uma peque- na oficina mecânica em Coronel Fabri- ciano, cidade vizinha de Ipatinga. Con- vertido em fervoroso membro da Igreja Batista do Calvário, Vilas não fala mais em vingança e se orgulha de seu passa- do. Em Ipatinga, o massacre de 25 CUT avalia seu poder de fogo assessoria aos sindicatos e movimentos comunitá- rios. Para chegar a esses números, a pesquisa to- mou por base 3.947 mil sindicatos, divididos entre o setor rural (2.795 mil), urbano (788) e 364 asso- ciações de funcionários públicos. Para obter este perfil, a CUT buscou in- formações também junto 50 5» 40 X 20 10 0 — 2» FUNCKMARIOS PúBLICOS '« — 36 organizados em 22 sindicatos e duas federações de âmbito interestadual (Fenatel e Fittel), a força da CUT abrange uma fatia de 57,7% dos sindicatos. Nas regiões Sudeste e Sul, onde está concen- trada quase 80% da categoria, a representação cutista supera os 60%. Petroleiros - Os da- — 36 wa anos atrás ainda é tabu para a popula- ção. "Até hoje as pessoas têm medo de perseguições", acredita Vilas. Os dois inquéritos abertos acabaram não respon- sabilizando ninguém. Dos dezenove po- liciais envolvidos, dois deles, mais tar- de, foram condecorados e hoje estão na reserva. Sindicalistas como Geraldo Ri- beiro foram cassados. Mas, este ano, os metalúrgicos de Ipatinga ganharam um representante na cidade: Chico Ferra- menta, que se elegeu pelo PT. • das mais importantes re- finarias do Pais, a Reduc, em Caxias. Mas, em compensação, no estado de São Paulo, responsá- vel por mais de 40% na refinação de petróleo no Brasil, dos cinco sindicatos, quatro são da CUT, perfazendo 60% da re- presentação. Em termos nacionais, a representa- FUXCIOHAraOS PÚBIICOS 50 Tn ■ Tsn « 30 X '° r-ü~\ — 21 o 1 » i 1 Ef-j- "]~1 \ EfUriMBt d« CUT ao IBGE e ao Ministério do Trabalho. É o seguinte o perfil da representação da CUT entre as principais categorias de trabalhadores: EMPRESAS ESTATAIS Telefônicos - Entre os 108.158 mil trabalhadores PETROLEIROS METALÚRGICOS 30 "ST 20 10 0 21 5S 61 ao B 70 «0 90 40 30 ÍO 1° 0 61 dos indicam que a central controla 61% dos sindicatos. E em todas as re- giões do País, a fatia os- cila entre 50 a 66%. Cu- riosamente, na Sudeste, a representação cai para 21,2%, pesando espe- cialmente a fragilidade no Rio de Janeiro, estado onde está sediada a Pe- trobrás e que abriga uma 33 ■JB — — 28 ^XEAdadaxl 1 % R«pie». Cutma |%EMIdK)s(taCUT ~] Tt Reprea. Cufela 48 V 31 50 — ção cutista abrange 30% da categoria. Essa força no maior estado dá fede- ração é tão grande, que o prefeito eleito de Campi- nas, Jacó Bittar, é a principal liderança da categoria. Processamento de Dados - Dos 88.693 mil trabalhadores organizados em 13 entidades es- taduais, sindicais e asso- ciações, pelo menos 84,6% respondem à orien- tação da central. Trabalhadores nas Indústrias Urbanas - A CUT tem uma participa- ção relativamente modes- ta nas categorias que operam com energia el^^
Quinzena trica, água e esgoto, gás e energia nuclear. A Cen- tral tem em torno de um terço tanto em número de sindicatos, como de representação da base. Vale lembrar que o cha- mado sindicalismo de re- sultados, ligado á CGT, exerce um controle efeti- vo deste segmento, em São Paulo, sob a lideran- ça de Antônio Rogério Magri. SERVIÇO PÚBLICO Responsável por mais de 3,8 milhões de empre- gos, a administração pú- blica é um setor onde pouco a pouco a central vem ocupando espaços importantes e a maior prova disso foi a recente greve nos 14 ministérios, em Brasília. A radiografia aponta que a central controla nada mais nada menos que 35,8% daqueles trabalhadores, através .das associações. A pior representação fica com a região Norte, com apenas 8%. Já no Sudeste, a fatia sobe para 58% e é precisamente nesta re- gião que se concentra uma parte expressiva dos funcionários públicos. X 20 0 20 14 3 * E/omoo da CUT - BANCÁRIOS 16 31 — 2 INDUSTRIA Químicos e Petro- químicos - Segundo a pesquisa, praticamente todos os sindicatos mais estratégicos são contro- lados pela central. São eles- São Paulo, ABC paulista^ Rio Grande do Sul-e Bahia. P^ETALURGICOS Concentração da Categoria Outras Regiões (8,0% Metalúrgicos - Os trabalhadores nas indús- trias metalúrgicas, eletro- eletrõnica, mecânica e material de transporte somam hoje 1,7 milhão, distribuídos por mais de 28 mil empresas, 38% delas na produção mecâ- nica e de material elétri- co-eletrônico. O braço da CUT alcança 50,5% dos — — -:>>^:-:::o:->:-:-::-:-::>:-:-: Trabalhadores trabalhadores e 31,7% dos sindicatos. A diferen- ciação dos índices, res- salvam os autores da pesquisa, ocorre em ra- zão da pulverização da estrutura sindical. É que são 164 sindicatos, dos quais 78% são localiza- dos nas regiões Sul e Su- deste. Um dado curioso: a CUT tem uma represen- tação bem superior em termos proporcionais no Rio de Janeiro, onde os quatro maiores sindicatos seguem a sua orientação, correspondendo a 90% da categoria no estado. Já em São Paulo, berço da central, a representa- ção alcança somente um terço dos metalúrgicos em função basicamente da hegemonia exercida pela CGT na maior entidade do país, situada na capital. SERVIÇOS Transporte e comér- cio - É um segmento que emprega mais de 850 mil pessoas e na parte aérea e marítimo-fluvial. A pre- sença da CUT é tida como frágil, embora na área terrestre controle os quatro sindicatos de metro- BANCAm» 60 , « 50 AO :c vl^N ^ ^«^ c 16 19 Norte Noroeste __] % ftepfe». CuinU 23 36 m, Sindiluta-20/12/88. ÍSlSiiiiiliíi;^^ viários - São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Pernambuco. A Central tem, também, uma presença firme entre os ferroviários, abrangen- do a totalidade do Rio e Espírito Santo e um boa representação em Minas Gerais. Nestes dois últi- mos estados, a principal empresa é a Vale do Rio Doce. Comerciários - É a pior representação cutista, apesar da categoria abranger 6 milhões de pessoas. Levando em conta apenas os 182 sindicatos de comerciários - há entidades representa- tivas também dos trabalhadores em hotelaria, tu- rismo e estabelecimentos de saúde -, a força da central está restrita apenas a 31, correspondendo a 130 mil pessoas. Bancários - Repre- senta hoje um dos principais pólos de sustenta- ção da CUT, com desta- que para São Paulo, Rio e Porto Alegre. Cerca de um quarto ds entidades é controlada pela central, o que corresponde 52,1% dos trabalhadores do setor. SETOR RURAL Por deficiência dos dados, representou a parte mais falha da radiografia. Os números apurados, que, segundo os autores estariam subestimados, indicam que a CUT controla 12,7% dos sindicatos e 18,9% dos trabalhadores.
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