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Amaxônia e doMovimento Sindical. - Centro de Documentação e ...

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li l<br />

Quinzena<br />

Boletim do DIBESE - Out/88<br />

O Movimento <strong>Sindical</strong> c a Social<br />

Tanto a industrialização quanto o movimento operário<br />

chegaram relativamente tar<strong>de</strong> na Suécia. Mas, quando<br />

a industrialização e as idéias socialistas a alcançaram,<br />

conquistaram um significado mais radical que em<br />

muitos países. A Suécia se transformou, em relação<br />

ao seu tamanho e número <strong>de</strong> habitantes,<br />

em um dos principais países industrializados. Com<br />

gran<strong>de</strong> expressão, a União Geral dos<br />

Trabalhadores (LO) congrega atualmente cerca <strong>de</strong> 2<br />

milhões <strong>de</strong> trabalhadores e mantém estreita<br />

relação com o Partido Social Democrata do país.<br />

As idéias socialistas chegaram à Suécia, efetivamen-<br />

te, nos anos 1880, impulsionadas principalmente pelo<br />

movimento operário <strong>de</strong>senvolvido na Alemanha e Dina-<br />

marca. Pela iniciativa <strong>de</strong> militantes viajantes, fundaram-<br />

se sindicatos e organizações social-<strong>de</strong>mocratas em todo<br />

o pais, apesar da forte oposição das autorida<strong>de</strong>s, setores<br />

burgueses e empregadores. As reuniões e assembléias<br />

eram proibidas. Os trabalhadores que se organizavam<br />

eram <strong>de</strong>spedidos e os familiares dos trabalhadores com-<br />

prometidos com os sindicatos eram <strong>de</strong>salojados nas mo-<br />

radias, proprieda<strong>de</strong> das companhias.<br />

Apesar da oposição e das perseguições, o movimento<br />

dos trabalhadores cresceu. Em 1889 fundou-se o Partido<br />

Operário Social Democrata da Suécia, como um partido<br />

nacional do movimento dos trabalhadores suecos. No en-<br />

tanto, as organizações sindicais careciam <strong>de</strong> uma dire-<br />

ção nacional central. Em 1898 criou-se a União Geral<br />

dos Trabalhadores (LO) e em 1906 os empregadores or-<br />

ganizaram a Associação Patronal Sueca e reconheceram<br />

o direito dos trabalhadores a organizar-se em sindicatos.<br />

Entre os trabalhadores não organizados, no entanto,<br />

ocorreram violações ao direito <strong>de</strong> associação, que se<br />

prolongaram posteriormente.<br />

A partir <strong>de</strong> 1909, o movimento sindical sueco cresceu<br />

em número <strong>de</strong> participantes e em força. Nesse ano, a<br />

exigência <strong>de</strong> redução salarial proposta pelos empresários<br />

provocou um gran<strong>de</strong> conflito trabalhista, comprometendo<br />

a maior parte do mercado <strong>de</strong> trabalho. O conflito signifi-<br />

cou <strong>de</strong>rrota para os trabalhadores, que foram obrigados a<br />

ven<strong>de</strong>r seu trabalho mais ou menos nas condições im-<br />

postas pelos patrões, o que <strong>de</strong>libitou seriamente o mo-<br />

vimento sindical.<br />

Des<strong>de</strong> essa época, o movimento sindical na Suécia<br />

tem crescido <strong>de</strong> forma contínua em número <strong>de</strong> membros,<br />

grau <strong>de</strong> organização e força. Atualmente, cerca <strong>de</strong> 2 mi-<br />

lhões <strong>de</strong> trabalhadores estão filiados à LO, ou seja, 90%<br />

dos trabalhadores estão organizados sindicalmente, em<br />

alguma das "uniões" <strong>de</strong>ssa entida<strong>de</strong>.<br />

Trabalhando lado a lado com o Partido Sociai-Demo-<br />

crata, os sindicatos na colaboração <strong>de</strong> classes três pon-<br />

tos fundamentais: a empresa privada é o instrumento es-<br />

Democracia na Suécia<br />

Internacional<br />

sencial <strong>de</strong> produção e <strong>de</strong>ve obter lucros, a fim <strong>de</strong> asse-<br />

gurar os reinvestimentos; o papel do Estado consiste em<br />

ser o regulador das ativida<strong>de</strong>s econômicas; os comitês<br />

<strong>de</strong> empresa têm como objetivo "facilitar uma colaboração<br />

sem choques entre entida<strong>de</strong> patronal e trabalhadores<br />

com vistas a uma produção ótima".<br />

O PRINCÍPIO INDUSTRIAL DE ORGANIZAÇÃO<br />

A maioria das uniões que formam a União Geral dos<br />

Trabalhadores aplica o chamado princípio industrial <strong>de</strong><br />

organização, ou seja, todos os trabalhadores que traba-<br />

lham em um mesmo local pertencem à mesma União<br />

Nacional, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do ofício que tenham. Por<br />

exemplo, uma gran<strong>de</strong> empresa metalúrgica que emprega<br />

uma série <strong>de</strong> profissionais diferentes (torneiro, fresador,<br />

eletricista, mantenedores, mecânicos e reparadores) tem<br />

seus empregados representados pela União <strong>de</strong> Traba-<br />

lhadores Metalúrgicos.<br />

Certas uniões <strong>de</strong>ntro do ramo da construção - a União<br />

dos Trabalhadores <strong>de</strong> Funilaria, a União dos Eletricistas<br />

e a União dos Pintores - aplicam o princípio profissional<br />

<strong>de</strong> organização. Assim, os funileiros, eletricistas e pinto-<br />

res pertencem a uniões próprias, enquanto outros grupos<br />

profissionais <strong>de</strong>ntro do ramo da construção, como por<br />

exemplo os carpinteiros e pedreiros, pertemcem à União<br />

Sueca <strong>de</strong> Trabalhadores na Construção.<br />

A maioria das uniões que compõem a LO têm entre<br />

80% e 90% <strong>de</strong> grau <strong>de</strong> organização. Em certos setores,<br />

como na indústria metalúrgica e na indústria papeleira, a<br />

filiação sindical é <strong>de</strong> quase 100%. O grau <strong>de</strong> filiação é<br />

mais baixo nos setores que possuem muitos locais <strong>de</strong><br />

trabalho pequenos, especialmente <strong>de</strong>ntro do setor <strong>de</strong><br />

serviços e no comércio.<br />

O chamado closed shops - modo <strong>de</strong> produção por ta-<br />

refa - não existe em princípio. Porém, o BPA, uma das<br />

maiores empresas <strong>de</strong> construção do país, que pertence<br />

ao Sindicato dos Trabalhadores, adota esse princípio,<br />

com a concordância da União Sueca <strong>de</strong> Trabalhadores<br />

na Construção.<br />

Recentes pesquisas, mostram que a ativida<strong>de</strong> sindical<br />

é reaitivamente alta entre os trabalhadores suecos. Na<br />

LO, 17% dos filiados se consi<strong>de</strong>ram sindicalistas ativos,<br />

sendo que a maioria tem cargo <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> sin-<br />

dical. Durante o último ano, 45% dos filiados à LO ha-<br />

viam estado em alguma reunião sindical, 83% afirmam<br />

conhecer algum representante sindical e 30% haviam<br />

procurado, alguma vez, contato com seus representantes,<br />

a fim <strong>de</strong> influir nas <strong>de</strong>cisões. Existe uma diferença consi-<br />

<strong>de</strong>rável no grau <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> sindical, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do se-<br />

xo e data <strong>de</strong> ingresso na União. Os <strong>de</strong> mais ida<strong>de</strong> são<br />

mais ativos que os mais jovens, os homens mais que as<br />

mulheres e, <strong>de</strong>ntro dos setores, os que são melhores re-<br />

munerados são mais atuantes que os <strong>de</strong> menor remune-<br />

ração.<br />

As pesquisas mostram, também, que a maioria dos

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