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Amaxônia e doMovimento Sindical. - Centro de Documentação e ...

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5) Os conselhos populares <strong>de</strong>vem<br />

Incorporar as li<strong>de</strong>ranças e setores<br />

mobilizados da população que hoje<br />

participam das SABs e associações<br />

<strong>de</strong> moradores combativas, das co-<br />

munida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> base da Igreja, das<br />

entida<strong>de</strong>s associativas do campo <strong>de</strong><br />

mocrático e popular (tipo subse<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> sindicatos, associações esporti-<br />

vas e culturais! e, principalmente,<br />

dos movimentos existentes.<br />

Os conselhos populares po<strong>de</strong>m e<br />

<strong>de</strong>vem exercer diferentes funções:<br />

organização popular para a condu-<br />

ção das lutas e a representação polí-<br />

tica; constituição <strong>de</strong> novas referen-<br />

cias políticas, fora dos esquemas<br />

tradicionais; fiscalização e controle<br />

da administração- colaboração e<br />

pressão com uma administração<br />

municipal popular (ou pressão e<br />

confronto com uma encabeçada por<br />

forças conservadoras); participa-<br />

immmmm<br />

■- ■■:■■■ :. .<br />

ção em <strong>de</strong>cisões, resguardada sua<br />

completa in<strong>de</strong>pendência, caso se<br />

trata <strong>de</strong>jjma administração popu-<br />

^iar; fôrma <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r popular. Natu-<br />

ralmente, o exercício <strong>de</strong>stas diferen-<br />

tes funções <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu estágio<br />

<strong>de</strong> constituição e da situação política<br />

mais geral, do grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>mocratiza-<br />

ção da socieda<strong>de</strong>, É ai que existem,<br />

<strong>de</strong>ntro do PT, diferentes sensibilida-<br />

<strong>de</strong>s sobre os conselhos populares,<br />

Para termos uma visão embrioná-<br />

ria do que po<strong>de</strong>m vir a ser os conse-<br />

lhos populares, a melhor aproxima-<br />

ção não é, como tem sido noticiado<br />

pelos jornais, os conselhos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>,<br />

mas as plenárias populares que o PT<br />

está realizando com a prefeita Lulza<br />

Erundlna e li<strong>de</strong>ranças populares nas<br />

diferentes regiões.<br />

O PT sempre consi<strong>de</strong>rou as for-<br />

mas <strong>de</strong> <strong>de</strong>mocracias representati-<br />

vas (eleição <strong>de</strong> parlamentares ou<br />

Órgãos <strong>de</strong> <strong>de</strong>mocracia direta<br />

Roberto Gouveia<br />

A vitória eleitoral do PT aprofun-<br />

da a crise do Governo Sarney, abre<br />

espaços para a politizaçào da socie-<br />

da<strong>de</strong>, bem como para conqustas so-<br />

ciais com implicações na qualida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> vida da população. Ela acontece<br />

em uma situação peculiar on<strong>de</strong> pre-<br />

dominam dois fatores: revolta con-<br />

tra o governo e baixo nível <strong>de</strong> orga-<br />

nização da base da socieda<strong>de</strong>.<br />

Este pequeno grau <strong>de</strong> organização<br />

nos movimentos populares, no movi-<br />

mento sindical, nas entida<strong>de</strong>s da so-<br />

cieda<strong>de</strong> civil e nas instâncias do<br />

Partido é um dos principais pontos<br />

<strong>de</strong> fragilida<strong>de</strong> na sustentação da Ad-<br />

ministração Petista em São Paulo.<br />

A eleição <strong>de</strong> Luiza Erundlna, com<br />

uma proposta clara <strong>de</strong> participação<br />

popular e <strong>de</strong> inversão das priorida-<br />

<strong>de</strong>s sociais, abre melhores perspec-<br />

tivas para a implantação dos Conse-<br />

lhos Populares.<br />

Inverter as priorida<strong>de</strong>s nas ações<br />

da Prefeitura significa impedir que<br />

os interesses do capital se sobrepo-<br />

nham aos interesses da coletivida<strong>de</strong>.<br />

Assim, os túneis, gran<strong>de</strong>s viadutos,<br />

e obras faraônicas não po<strong>de</strong>riam vir<br />

em prejuízo da construção <strong>de</strong> mora-<br />

dia popular, <strong>de</strong> escolas, <strong>de</strong> postos <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong>, creches etc. Cada passo nes-<br />

te sentido, cada conquista, significa-<br />

rá uma luta e a continuida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um<br />

processo educativo.<br />

O principal canal centralizador<br />

<strong>de</strong>sta luta serão os Conselhos Popu-<br />

lares. Deles <strong>de</strong>vem fazer parte os<br />

mais diferentes movimentos, asso-<br />

ciações e representantes populares<br />

eleitos. São organismos <strong>de</strong> frente<br />

única, autônomos, on<strong>de</strong> as priorida-<br />

<strong>de</strong>s sociais serão discutidas e vota-<br />

das.<br />

Os Conselhos Populares nào se<br />

constituirão <strong>de</strong> uma só vez mas<br />

avançarão conforme a luta. De acor-<br />

do com o nível <strong>de</strong> participação é pos-<br />

sível que em um <strong>de</strong>terminado bairro<br />

ou região o Conselho como um<br />

organismo, inicialmente, consultivo.<br />

Outros mais avançados, serão capa-<br />

zes <strong>de</strong> <strong>de</strong>liberar sobre certos temas<br />

municipais e interferir na adminis-<br />

tração.<br />

A nossa meta principal é que os<br />

Conselhos Populares sejam <strong>de</strong>libe-<br />

rativos, autônomos e órgãos <strong>de</strong> <strong>de</strong>-<br />

mocracia direta. Falar em <strong>de</strong>mo-<br />

cracia direta eqüivale a falar em po-<br />

<strong>de</strong>r e autonomia. Porisso, sonhos<br />

. contra a idéia dos Conselhos Popula-<br />

res como sendo "institucionais",<br />

"órgãos auxiliares da Administra-<br />

ção" ou "criados pelo Po<strong>de</strong>r Públi-<br />

co", Isso não se choca, evi<strong>de</strong>ntemen-<br />

te, com outro projeto que é o da <strong>de</strong>-<br />

mocratização dos diversos órgãos<br />

que compõem a Prefeitura, para tor-<br />

ná-la transparente e aberta à popu-<br />

lação.<br />

A <strong>de</strong>mocratização da instituição e<br />

a formação dos Conselhos Populares<br />

vem no sentido <strong>de</strong> melhorar as con-<br />

Política Nacional<br />

governantes a cada quatro anos) in-<br />

suficientes para assegurar uma <strong>de</strong>-<br />

mocratização e mo<strong>de</strong>rnização do<br />

país. Defen<strong>de</strong>mos as necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

se instaurar mecanismos <strong>de</strong> <strong>de</strong>mo-<br />

cracia participativa, através dos<br />

quais o povo possa exercer direta-<br />

mente o po<strong>de</strong>r. Isto Inclusive é o que<br />

permite o artigo 1?, parágrafo único,<br />

da nova Constituição que as forças<br />

conservadoras procuraram alterar.<br />

Isso remete para a perspectiva <strong>de</strong><br />

uma certa Institucionalização do<br />

conselhos populares com a elabora-<br />

ção da nova Lei Orgânica do Municí-<br />

pio, a constituinte municipal, que<br />

teoricamente po<strong>de</strong> reconhecer-lhes<br />

os papéis que <strong>de</strong>stacamos acima<br />

(<strong>de</strong>s<strong>de</strong> que resguar<strong>de</strong> sua autono-<br />

mia).<br />

Membro da Executiva Municipal do PT e d?<br />

corrente ligada ao jornal Em Tempo ■<br />

dições <strong>de</strong> trabalho e <strong>de</strong> vida da popu-<br />

lação, integrando na luta funcioná-<br />

rios, usuários e população em geral,<br />

ao mesmo tempo em que contri-<br />

buem para uma transformação so-<br />

cial mais profunda. Neste sentido, os<br />

Conselhos Populares po<strong>de</strong>m ser en-<br />

tendidos como embriões <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r<br />

popular,<br />

O PT <strong>de</strong>ve estimular a formação<br />

dos Conselhos Populares á partir<br />

das contradições existentes em nos-<br />

sa socieda<strong>de</strong> e das <strong>de</strong>mandas so-<br />

ciais. Os Conselhos Populares <strong>de</strong>-<br />

vem comportar a participação <strong>de</strong> di-<br />

ferentes segmentos da socieda<strong>de</strong>,<br />

com caráter amplo, unitário e <strong>de</strong>mo-<br />

crático; e neles, os petistas procura-<br />

ram disputar a hegemonia para os<br />

setores populares.<br />

Deputado estadual do PT e membro da cor-<br />

rente PPS — Po<strong>de</strong>r Popular e Socialismo<br />

Queremos é mais <strong>de</strong>mocracia<br />

José Álvaro Moisés<br />

A proposta <strong>de</strong> organizar Conse-<br />

lhos Populares está diretamente li-<br />

gada ao <strong>de</strong>bate socialista contempo-<br />

râneo em tomo das relações entre<br />

<strong>de</strong>mocracia representativa e <strong>de</strong>mo-<br />

cracia direta. Os Conselhos Popula-<br />

res pertencem à família da <strong>de</strong>mo-<br />

cracia direta, mas como toda forma<br />

política que supõe algum nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>-<br />

legação <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r, não é difícil encon-<br />

trar, também, eles elementos <strong>de</strong><br />

consangüinida<strong>de</strong> próprios á família<br />

da <strong>de</strong>mocracia representativa,<br />

Quem propõe Conselhos Popula-<br />

res, pe<strong>de</strong> mais <strong>de</strong>mocracia, e quem<br />

pe<strong>de</strong> mais <strong>de</strong>mocracia — ao menos<br />

no campo da esquerda — <strong>de</strong>seja,<br />

certamente, conquistar mais igual-<br />

da<strong>de</strong> e mais liberda<strong>de</strong>. No limite, co-<br />

mo todos sabemos, essa reivindica-<br />

ção coloca em questão a própria na-<br />

tureza do capitalismo, ou seja, a<br />

apropriação privada dos resultados<br />

e dos meios <strong>de</strong> produção coletiva.<br />

Quem pe<strong>de</strong> mais <strong>de</strong>mocracia, par-<br />

te <strong>de</strong> uma constatação: o mo<strong>de</strong>lo re-<br />

presentativo apoiado no sufrágio<br />

universal, no voto direto e secreto, e<br />

na escolha <strong>de</strong> representantes, é um<br />

primeiro passo, mas insuficiente. A<br />

, crítica clássica ao sistema represen-<br />

tativo é bem conhecida: uma vez<br />

eleitos, os representantes do povo<br />

não têm quase mais contato com os<br />

seus representantes que, <strong>de</strong>ssa for-<br />

ma, são alienados quase completa-<br />

mente dos seus direitos políticos. Só<br />

não são totalmente alienados por-<br />

que, periodicamente, po<strong>de</strong>m votar,<br />

confirmar ou negar legitimida<strong>de</strong> aos<br />

seus representantes.<br />

É neste contexto que a proposta <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>mocracia direta aparece como<br />

uma nova solução.<br />

Ocorre que esta <strong>de</strong>mocracia dire-<br />

ta não po<strong>de</strong> mais se realizar no mun-<br />

do contemporâneo: a dimensão e a<br />

complexida<strong>de</strong> das socieda<strong>de</strong>s que se<br />

formaram <strong>de</strong>pois das revoluções<br />

burguesa e industrial toma imprati-<br />

cável colocar milhões e milhões <strong>de</strong><br />

pessoas na praça pública para, jun-<br />

tas, <strong>de</strong>cidirem os rumos da econo-<br />

mia e da política.<br />

Portanto, ao invés-<strong>de</strong> se substituir<br />

completament a <strong>de</strong>mocracia repre-<br />

sentativa, a <strong>de</strong>mocracia direta po<strong>de</strong><br />

e <strong>de</strong>ve corrigi-la, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que articu-<br />

lando-se com ela. Em outras pala-<br />

vras, é preciso (1) aperfeiçoar os<br />

mecanismos <strong>de</strong> representação, co-<br />

mo os parlamentos; (2) articulá-los<br />

com os mecanismos <strong>de</strong> participação)

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