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Amaxônia e doMovimento Sindical. - Centro de Documentação e ...

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Exame-11.01.89<br />

Rompendo uma<br />

nova barreira<br />

Evolução das exportações brasileiras<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1980 — em USS bilhões<br />

O bom resultado <strong>de</strong> 1988 também<br />

tem seu lado perverso. O superá-<br />

vit comercial <strong>de</strong> quase 20 bi-<br />

lhões <strong>de</strong> dólares, obtido principalmente<br />

graças à queda do preço internacional do<br />

petróleo e ao baixo volume <strong>de</strong> importa-<br />

ções <strong>de</strong> trigo no ano passado, ajuda em<br />

parte o país a saldar os compromissos da<br />

dívida extema, mas também ajuda a ali-<br />

mentar a inflação quando o governo<br />

transforma os dólares em cruzados. Esse<br />

superávit também provoca um incômodo<br />

político em relação aos principais parcei-<br />

ros comerciais do país. especialmente os<br />

Estados Unidos. No momento em que a<br />

palavra <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m no comércio internacio-<br />

nal é ■"reciprocida<strong>de</strong>", um superávit <strong>de</strong><br />

20 bilhões <strong>de</strong> dólares evi<strong>de</strong>ncia a postura<br />

protecionista do Brasil e o expõe a reta-<br />

liações cujo efeito é inibir o crescimento<br />

das exportações.<br />

Uma década que<br />

foi perdida<br />

A julgar pela estimativa do IBGE <strong>de</strong><br />

que o produto interno bruto. PIB.<br />

cresceu no ano passado apenas 0.04%,<br />

os brasileiros ficaram 2% mais pobres<br />

em relação a 1987, porque a população<br />

continua aumentando a uma taxa <strong>de</strong><br />

2,1% ao ano. Com essa marcha a ré do<br />

PIB per capita — produto das expansões<br />

<strong>de</strong> 0.06% na agricultura e 1.69% nos<br />

serviços e da retração <strong>de</strong> 2.23% na in-<br />

dústria —. o Brasil volta exatamente ao<br />

110<br />

100<br />

No mesmo lugar<br />

90<br />

80-<br />

Um sólido avanço<br />

Evoluçéo das exportações, por grupo <strong>de</strong> produtos — em USS milhões<br />

Evolução real do PIB per capita<br />

brasileiro — base: 1980 = 100<br />

100,0<br />

'<br />

\ 1980 81 82 83 84 85 86 87 88<br />

tu<br />

S<br />

9<br />

to<br />

1 i<br />

ponto <strong>de</strong> partida <strong>de</strong>sta década {\er gráfi-<br />

co acima j. A torcida para que as coisas<br />

melhorem em 1989 é justa, mas as pers-<br />

pectivas não são animadoras. O país está<br />

na encruzilhada <strong>de</strong> uma política <strong>de</strong> ajus-<br />

tamento recessivo e da hiperinflação. o<br />

que não significa que. optando pelo se-<br />

gundo caminho, volte a crescer. Do ân-<br />

gulo da renda, portanto, a década <strong>de</strong> 80<br />

está perdida.<br />

Café 1 958 2 300 2 300<br />

Soja 2 324 3 100 4 000<br />

Cacau 549 500 400<br />

Fumo 405 500 500<br />

Carnes 647 850 800<br />

Suco <strong>de</strong> laranja 832 1 300 1 300<br />

Calçados 1 169 1 200 1 200<br />

Têxteis 834 1 300 1 300<br />

Minérios <strong>de</strong> ferro 1 563 2 000 2 000<br />

Alumínio em bruto 587 1 200 1 000<br />

Ferro e aço 1 303 2 000 2 000<br />

Celulose e papel 394 1 200 1 200<br />

Material <strong>de</strong> transporte 2 780 3 500 3 000<br />

Máquinas e aparelhos elétricos 888 900 770<br />

Cal<strong>de</strong>iras e máquinas 1 634 2 000 1 800<br />

Produtos químicos 611 1 000 1 000<br />

Outros básicos 1 384 1 600 1 600<br />

Outros industrializados 6 166 7 300 6 600<br />

Operações especiais 185, 250 230<br />

Total geral 26 213 34 000 33 000<br />

Economia<br />

Veia-04.01£9<br />

O pulo dos<br />

gigantes<br />

As multinacionais ampliam<br />

os lucros em 1988 e programam uma<br />

avalanche <strong>de</strong> investimentos<br />

Os principais executivos da Autolatina<br />

— a po<strong>de</strong>rosa montadora <strong>de</strong> automó-<br />

veis que reúne no Brasil a Ford e a Volks-<br />

wagen — tiveram na semana passada o seu<br />

melhor fim <strong>de</strong> ano <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1983. Pela primei-<br />

ra vez nos últimos seis anos o presi<strong>de</strong>nte da<br />

companhia, Wolfgang Sauer, pô<strong>de</strong> ligar pa-<br />

ra seus chefes, na Alemanha e<br />

nos Estados Unidos, e confir-<br />

mar que a empresa sob seu co-<br />

mando registrava resultado po-<br />

sitivo <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> acumular pre-<br />

juízos <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 626 milhões<br />

<strong>de</strong> dólares em cinco balanços no<br />

vermelho. A Autolatina conse-<br />

guiu saltar <strong>de</strong> um prejuízo anual<br />

<strong>de</strong> 218 milhões <strong>de</strong> dólares em<br />

1987 para um lucro estimado<br />

em 300 milhões <strong>de</strong> dólares em<br />

1988 — um valor ainda mo<strong>de</strong>s-<br />

to para o porte da empresa, con-<br />

si<strong>de</strong>rada a maior multinacional<br />

instalada no Brasil, mas festeja-<br />

do. Com essa reviravolta, a Au-<br />

tolatina <strong>de</strong>ixou também <strong>de</strong> ser<br />

uma ovelha negra num seleto<br />

gnipo que costuma bater boa par-<br />

te <strong>de</strong> seus concoircntes não só em<br />

eficiência como em lucros — as<br />

subsidiárias das multinacionais,<br />

que ocupam catorze dos vinte pri-<br />

meiros postos entre as maiores<br />

empresas privadas do Brasil.<br />

Junto com a Autolatina, empresas como<br />

a anglo-holan<strong>de</strong>sa Shell, as americanas Es-<br />

so e Du Pont e a francesa Rhodia, do gru-<br />

po Rhône-Poulenc, que já estavam acostu-<br />

madas a exibir ganhos polpudos, registra-<br />

ram em 1988 os lucros mais espetaculares<br />

dos últimos tempos. "Apesar da crise do<br />

Brasil, os números mostram<br />

que conseguimos ter sucesso",<br />

comemora Jorge Nelson Rosas,<br />

presi<strong>de</strong>nte da Du Pont, que te-<br />

ve em 1988 um lucro <strong>de</strong> 34 mi-<br />

lhões <strong>de</strong> dólares, 20% a mais<br />

do que no ano anterior. O que<br />

impulsionou os lucros das mul-<br />

tinacionais, assim como ocorreu<br />

com gran<strong>de</strong> parte das empresas<br />

<strong>de</strong> capital nacional, foram a re-<br />

lativa liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> preços e o<br />

aumento <strong>de</strong> eficiência -— mas.<br />

no seu caso particular, o suces-<br />

so teve um sabor especial. A<br />

maioria das companhias <strong>de</strong> ca-<br />

pital estrangeiro lutou não ape-<br />

nas contra a inflação e a in-<br />

certeza econômica, mas tam-<br />

bém com um velho problerm^

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