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Amaxônia e doMovimento Sindical. - Centro de Documentação e ...

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Quinzena<br />

verão fortalecidos.<br />

Devemos estar abertos a diferen-<br />

tes formas <strong>de</strong> organização <strong>de</strong>stes ca-<br />

nais Institucionais — setoriais ou re-<br />

gionais. Quanto a isto não existem<br />

fórmulas acabadas. As <strong>de</strong>cisões re<br />

latívas à saú<strong>de</strong>, educação ou aos<br />

problemas <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m regional po<strong>de</strong>m<br />

ser tomadas <strong>de</strong> diversas maneiras,<br />

buscando-se fóruns para comnatibi-<br />

lização.<br />

Se cabe à Administração abrir ca-<br />

nais <strong>de</strong> participação, não cabe a ela<br />

escolher quem participa neles. En-<br />

fim não se está criando canais só pa-<br />

■x-Xv^y:-:-:-:-:<br />

ra os amigos. É certo que estes ca-<br />

nais terão <strong>de</strong> ter algum nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>li-<br />

beração, mas até on<strong>de</strong> vai seu podpr<br />

correrá por conta da abrangência<br />

dos problemas que tratar, das Umi<br />

tações <strong>de</strong> competência <strong>de</strong>signadas<br />

as esferas <strong>de</strong> governo aos quais se<br />

vincule ao estágio <strong>de</strong> organizaçãn<br />

dos segmentos populares cujas rei-<br />

vindicações e propostas busquem<br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r.<br />

O PT tem estado presente nas lu-<br />

tas sociais e populares contruibuin-<br />

do no fortalecimento <strong>de</strong> suas organi-<br />

zações próprias e continuará presen-<br />

Quem tem medo dos CPs?<br />

José Dirceu<br />

O que mais temos presenciado<br />

nestes últimos anos são os reclamos<br />

da direita e dos liberais sobre o <strong>de</strong>s-<br />

perdício dos recursos públicos, o<br />

clientellsmo e os gastos com pessoal<br />

na administração pública.<br />

Na verda<strong>de</strong> há nisso tudo muito <strong>de</strong><br />

hipocrisia e farisaísmo, já que os<br />

responsáveis pela corrupção, em-<br />

preguismo e fisiologismo na máqui-<br />

na administrativa dos governos fo-<br />

ram, ontem a Arena e o PDS, e hoje<br />

o PMDB e o PFL e a sua Nova Repú-<br />

blica.<br />

A apropriação pelos interesses<br />

privados da parte da riqueza social<br />

que através dos impostos, a socieda-<br />

<strong>de</strong> coloca nas mãos do Estado para<br />

promover o bem-estar <strong>de</strong> todos, foi<br />

promovida pelos que hoje recla-<br />

mam.<br />

O Estado, sua máquina adminis-<br />

trativa, o orçamento público, as <strong>de</strong>s-<br />

pesas com pessoal e consumo, os in-<br />

vestimentos, foram e são geridos ex-<br />

clusivamente pelo Executivo e. por-<br />

tanto, pelos grupos <strong>de</strong> pressão dos<br />

setores dominantes na socieda<strong>de</strong>.<br />

Os trabalhadores e o povo paulis-<br />

tano só através da pressão e da mo-<br />

bilização social, ou da eleição <strong>de</strong> ve-<br />

readores e prefeitos populares, con-<br />

seguem disputar parte <strong>de</strong>ste exce-<br />

<strong>de</strong>nte e socializar os recursos que-<br />

eles mesmos — já que a estrutura<br />

tributária brasileira é regressiva —<br />

colocam nas mãos do Estado e dos<br />

governos. A Câmara Municipal até a<br />

nova Constituição não <strong>de</strong>tinha ne-<br />

nhum po<strong>de</strong>r com relação ao orça-<br />

mento da cida<strong>de</strong>.<br />

É esta disputa pelo exce<strong>de</strong>nte da<br />

riqueza social, pelos fundos sociais,<br />

pelo controle do Estado, do governo<br />

e pela fiscalização da máquina ad-<br />

ministrativa que anima os movi-<br />

mentos sociais e a ação dos partidos<br />

e dos cidadãos.<br />

Os Conselhos Populares, tão discu-<br />

tidos hoje, são uma das formas que o<br />

movimento social encontrou para<br />

fiscalizar, controlar e participar do<br />

Governo. Trata-se, sim, <strong>de</strong> <strong>de</strong>mo-<br />

cracia direta, aliás, garantida pela<br />

nova Constituição, no parágrafo úni-<br />

co do seu artigo primeiro, on<strong>de</strong> se lé:<br />

"Todo o po<strong>de</strong>r emana do povo, que o<br />

exerce por meio <strong>de</strong> representantes<br />

eleitos um diretamente, nos termos<br />

<strong>de</strong>sta Constituição", e também nos<br />

artigos 198, item III e 206, item VI,<br />

que garantem esta participação na<br />

saú<strong>de</strong> e na educação pública, res-<br />

pectivamente.<br />

O PT, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> sua fundação, inscre-<br />

veu entre seus princípios programá-<br />

ticos a participação popular na Ad-<br />

ministração Pública e estimulou a<br />

criação <strong>de</strong> Conselhos Populares <strong>de</strong><br />

controle e fiscalização, seja na Zona<br />

Leste da Capital, seja na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Dia<strong>de</strong>ma, para citar apenas dois<br />

exemplos. Estes Conselhos são uma<br />

criação dos movimentos sociais, ca-<br />

bendo às prefeituras abrir espaços e<br />

informações para sua atuação e aos<br />

partidos políticos dar apoio, estimu-<br />

lar e disputar propostas nas suas<br />

instâncias <strong>de</strong>mocráticas.<br />

Eles po<strong>de</strong>m ser "oficializados"<br />

por lei, como os <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Zona<br />

Leste, que já são reconhecidos pelo<br />

governo <strong>de</strong> São Paylp,-ou como o.<br />

Conselho Administrativo da-Empre*<br />

sa <strong>de</strong> Transportes Coletivos" <strong>de</strong> Dida-<br />

<strong>de</strong>ma, que é eleito nos bairros da-<br />

quela cida<strong>de</strong>.<br />

O limite evi<strong>de</strong>nte dos Conselhos<br />

Populares é a legislação vigente e a<br />

instltuclonallda<strong>de</strong> do pais. Para ter<br />

força <strong>de</strong> lei e ser obrigatória uma <strong>de</strong>-<br />

cisão <strong>de</strong> conselho ou este é legalmen-<br />

te Investido <strong>de</strong>ste po<strong>de</strong>r, ou o Execu-<br />

tivo e mesmo um vereador ou um<br />

partudo transforma sua <strong>de</strong>liberação<br />

em projeto <strong>de</strong> lei. Fora disto, as <strong>de</strong>li-<br />

berações dos Conselhos têm força <strong>de</strong><br />

pressão social e <strong>de</strong> <strong>de</strong>manda políti-<br />

ca, como acontece, aliás, com todas<br />

as propostas que as entida<strong>de</strong>s da so-<br />

cieda<strong>de</strong> civil fazem ao Executivo e<br />

ao Legislativo.<br />

Os Conselhos Populares significam<br />

evi<strong>de</strong>ntemente a organização popu-<br />

lar, a politização do povo, a <strong>de</strong>mo-<br />

cratização do aparelho admlnistrati-,<br />

vo, já que muitos conselhos na área<br />

<strong>de</strong> transporte, educação e saú<strong>de</strong>, já<br />

controlam e fiscalizam estes servi-<br />

ços públicos.<br />

Trata-se <strong>de</strong> uma revolução políti-<br />

ca e cultural, daí o medo das elites<br />

dominantes, dos aproveitadores da<br />

máquina administrativa e do clien-<br />

tellsmo político. Para o PT é uma<br />

condição indispensável para as<br />

transformações sociais e políticas<br />

em nosso país, da mesma forma que<br />

o é a organização e construção do<br />

partido e <strong>de</strong> seu programa político.<br />

Vamos ver agora quem é realmen-<br />

te a favor da <strong>de</strong>mocracia e do con-<br />

trole do Estado. Quem tem medo dos<br />

Conselhos Populares?<br />

Deputado Estadual, secretario geral nacio-<br />

nal do PT e membro da corrente Articula-<br />

ção<br />

Política Nacional<br />

te nas mesmas. O que muda com a<br />

conquista <strong>de</strong> Prefeituras e a amplia-<br />

ção da sua participação nas Câma-<br />

ras Municipais, é que terá também<br />

<strong>de</strong> atuar nestas instituições, <strong>de</strong>mo-<br />

cratizando-as. Desta forma o.nai ;i<br />

eliminando alguns, senão todos, os<br />

obstáculos que se erguem contra o<br />

exercício da cidadania em nosso<br />

país.<br />

Membro do Diretório Estadual do PT e da<br />

corrente "PT Vivo<br />

Plenárias<br />

Populares<br />

José Correia<br />

A vitória <strong>de</strong> Lulza Erundina impõe<br />

o PT o <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> governar a maior<br />

cida<strong>de</strong> do continente. Mas nosso ob-<br />

jetivo é muito maior: queremos mu-<br />

dar <strong>de</strong> verda<strong>de</strong> o Brasil, e a conquis-<br />

ta da Prefeitura <strong>de</strong> São Paulo é uma<br />

alavanca importante para este obje-<br />

tivo.<br />

Isto, porém, não acontecerá sem<br />

que o povo se organize, participe di-<br />

retamente da política e tome em<br />

suas mãos as ré<strong>de</strong>as <strong>de</strong> seu <strong>de</strong>stino e<br />

da nação.<br />

E neste marco que surge a propos-<br />

ta do PT <strong>de</strong> governar com os conse-<br />

lhos populares. A discussão que acu-<br />

mulamos no partido sobre este tema<br />

já permite formularmos com clare-<br />

za diferentes aspeptos <strong>de</strong> nossa pro-<br />

posta:<br />

1) Tratam-se <strong>de</strong> organismosHa so-<br />

cieda<strong>de</strong> civil, do movimento, e não<br />

do Estado. Não se confun<strong>de</strong>m, por-<br />

tanto, com as propostas <strong>de</strong> <strong>de</strong>mocra-<br />

tização da administração municipal<br />

que o PT está propondo, através da<br />

criação <strong>de</strong> canais institucionais <strong>de</strong><br />

participação e controle popular so-<br />

bre a administração (como, por<br />

exemplo, os conselhos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> exis-<br />

tentes na zona leste ou os mecanis-<br />

mos <strong>de</strong> participação dos funcionalis-<br />

mo público na gestão <strong>de</strong> órgãos do<br />

governo).<br />

2) São não apenas órgãos In<strong>de</strong>pen-<br />

<strong>de</strong>ntes do Estado e da administração<br />

mas também unitários, compostos<br />

pela população <strong>de</strong> uma dada áreas<br />

que se disponha a participar in<strong>de</strong>-<br />

pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong> sua filiação parti-<br />

dária, credo religioso, etc.<br />

3) O esforço fundamental <strong>de</strong> im-<br />

pulsionar sua constituição cabe ao<br />

PT e aos <strong>de</strong>mais partidos que <strong>de</strong>fen-<br />

<strong>de</strong>m sua criação, às entida<strong>de</strong>s da so-<br />

cieda<strong>de</strong> civil e á população Interes-<br />

sada. A administração do PT <strong>de</strong>ve<br />

apoiar ativamente estas iniciativas<br />

mas não po<strong>de</strong> substituí-las.<br />

4) Os conselhos populares não po-<br />

<strong>de</strong>m ser criados por <strong>de</strong>creto. Sua<br />

formação <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> um acúmulo<br />

<strong>de</strong> experiência <strong>de</strong> participação, mo-<br />

bilização e consciência da população<br />

envolvida, hoje inexistente na maio-<br />

ria das regiões da cida<strong>de</strong>. |A

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