descarregar PDF - Revista Atlântica de cultura ibero-americanat
descarregar PDF - Revista Atlântica de cultura ibero-americanat
descarregar PDF - Revista Atlântica de cultura ibero-americanat
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
meu amor, eu te levo a San Sebastián,<br />
meu amor, nós vamos<br />
para casa, meu amor, meu<br />
amor eu te levo a casa; e o<br />
Mandrake <strong>de</strong> A Gran<strong>de</strong> Arte a<br />
<strong>de</strong>scobrir no final <strong>de</strong> um negro<br />
passeio pelo <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> si<br />
que só tem medo do escuro<br />
quem nunca o afrontou. Mortos<br />
comandando vivos em viagem.<br />
Mortos e vivos <strong>de</strong> um<br />
país. Com a minha língua.<br />
Com i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> própria. E por<br />
isso, só por isso, com todos<br />
nós. Porque, como sabiamente<br />
(e po<strong>de</strong>ria ser <strong>de</strong> outra maneira<br />
nela?) disse Agustina Bessa-<br />
-Luís ao receber o recente Prémio<br />
Camões, «o riso e as lágrimas<br />
não têm sotaque».<br />
Parece portanto evi<strong>de</strong>nte<br />
que, <strong>de</strong> outra ou da mesma maneira,<br />
o com curiosida<strong>de</strong> esperado<br />
Os Diários da Motocicleta –<br />
que em Portugal se chamam Os<br />
Diários <strong>de</strong> Che Guevara – se integrará<br />
nesta mesma linha, nesta<br />
mesma coerência, nesta mesma<br />
urgência. Uma reconstituição<br />
da viagem <strong>de</strong> motocicleta que<br />
Che fez em 1952, aos 24 anos,<br />
com o seu amigo Alberto Granado,<br />
a partir da sua Buenos Aires<br />
natal ao encontro do espírito<br />
transfronteiriço que foi a sua<br />
i<strong>de</strong>ologia, a sua paixão e a sua<br />
morte. «As fronteiras são fictícias<br />
e arbitrárias», reconhece<br />
ainda hoje quem o encarnou na<br />
tela, o mexicano Gael García<br />
Bernal. Dessa lição <strong>de</strong> continentalida<strong>de</strong><br />
da tão pobre e rica<br />
América do Sul espero eu que<br />
Salles, mais uma vez, me ofereça<br />
as ocasiões que me fazem<br />
sentir bem aconchegada em sua<br />
casa. Desta vez não só em momentos,<br />
mas para sempre. Para<br />
que eu lhe possa enfim chamar<br />
Walter, meu caro amigo.<br />
Também <strong>de</strong> motocicleta se<br />
atravessa o mar?