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Antropofagia à moda da casa - Conexão Professor

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Um paraíso perdido: ensaios amazônicos, de<br />

Euclides <strong>da</strong> Cunha, publicado pela Editora do<br />

Senado, apresenta prefácio do Senador Jefferson<br />

Peres, estusiasta defensor <strong>da</strong> Amazônia, de quem<br />

emprestamos as palavras para esta resenha.<br />

A Amazônia e o Nordeste conheceram grandes<br />

interpretes, ensaístas que tiveram dessas regiões uma<br />

visão de conjunto, em seus múltiplos aspectos fisiográficos<br />

e sociais. Mas o único a produzir obra de fôlego<br />

sobre ambas foi Euclides <strong>da</strong> Cunha, com Os Sertões<br />

e À margem <strong>da</strong> História. Como homem do Sudeste que<br />

passou apenas alguns meses no Nordeste e na Amazônia,<br />

escreveu dois livros magistrais, contudo neles não<br />

se espere encontrar ver<strong>da</strong>des científicas.<br />

Misto de poeta e homem de ciência, sem a<br />

preocupação de escrever tese acadêmica, descreve a<br />

região como um paisagista, com pincela<strong>da</strong>s de cores<br />

fortes e impressivas. Assinala que seu primeiro<br />

contato com aquela “última página do Gênese” lhe<br />

causou desapontamento, por considerar a visão real<br />

NOSSA BIBLIOTECA<br />

Um paraíso perdido:<br />

ensaios amazônicos<br />

A juventude de Machado de Assis<br />

O<br />

grande mérito de A juventude<br />

de Machado de Assis<br />

(1839-1870): ensaio de<br />

biografia intelectual, de Jean-Michel<br />

Massa, relança<strong>da</strong> pela editora<br />

UNESP após quase quatro déca<strong>da</strong>s<br />

de sua 1.ª edição, em 1971, é que ela<br />

não ignora o excepcional escritor que<br />

Machado de Assis viria a ser entre<br />

1870 e 1908. Revela um período de<br />

juventude fun<strong>da</strong>mental para melhor<br />

e maior compreensão do todo de sua<br />

obra, numa perspectiva ampla que leva<br />

em conta o biográfico e o literário.<br />

A proposta do autor é estu<strong>da</strong>r<br />

os primeiros anos <strong>da</strong> carreira de Machado<br />

em si mesmo, não procurando<br />

fazer, como ain<strong>da</strong> é comum, uma história<br />

<strong>à</strong>s s avessa, ou seja, tentar entender<br />

o começo o de uma carreira por aquilo<br />

que ela se tornou nos seus melhores<br />

momentos.<br />

Um dos aspectos mais interessantes<br />

é que conhecer a origem de Machado significa<br />

mergulhar num universo mais espontâneo em que as<br />

experimentações ocorrem de maneira conti<strong>da</strong>, havendo<br />

uma escrita mais próxima do esperado para sua<br />

época, mas nem por isso menos preciosa sob o aspecto<br />

literário.<br />

inferior <strong>à</strong> imagem<br />

prefigura<strong>da</strong> em sua<br />

mente.<br />

Mostra-se<br />

igualmente magistral<br />

como retratista<br />

<strong>da</strong> paisagem<br />

social e humana.<br />

Irretocável sua descrição do seringal,<br />

que compara a um polvo com tentáculos nas<br />

“estra<strong>da</strong>s”, a sugar as energias do homem, exaurido pelo<br />

brutal sistema de exploração a que era submetido.<br />

Sobre o autor<br />

Euclides Rodrigues Pimenta <strong>da</strong> Cunha (Cantagalo,1866<br />

– Rio de Janeiro,1909), foi escritor, professor, sociólogo, repórter<br />

jornalístico e engenheiro, famoso internacionalmente<br />

por sua obra Os Sertões, que retrata a Guerra dos Canudos.<br />

Autor de 12 livros e centenas de artigos, morreu numa troca<br />

de tiros, por “razões de honra”.<br />

www.senado.gov.br<br />

Como afiança Antonio Candido<br />

sobre Massa, no prólogo pr do livro: “É<br />

notável notá a maneira como traça o panora-<br />

ma de uma época menos conheci<strong>da</strong> <strong>da</strong><br />

nossa literatura, tirando <strong>da</strong> penumbra<br />

agrupamentos, peri periódicos, autores secundários<br />

cund empenhados em criar uma<br />

vi<strong>da</strong> intelectual ponder ponderável na ci<strong>da</strong>de<br />

atrasa<strong>da</strong> e provinciana que ain<strong>da</strong> era<br />

o Rio de Janeiro dos anos de 1850 e<br />

1860”, confirmando “a mestria com<br />

que sabe associar o faro de investigador<br />

ao esp espírito crítico, bem como <strong>à</strong><br />

avalia avaliação correta do papel desempe-<br />

nhado pelo quadro hist histórico”.<br />

Sobre o autor<br />

Jean-Michel Massa é professor emé-<br />

rito <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de Rennes 2, França, Fran de<br />

cujo Centro de Estudos Luso-Brasileiros foi<br />

diretor. É autor e organizador de numerosos<br />

livros, artigos e ensaios, dos quais<br />

se destacam, entre outros: Dispersos de<br />

Machado de Assis (1965); Machado de Assis traducteur (1969);<br />

Bibliographie descriptive, analytique et critique de Machado de<br />

Assis – 1957-1958 (1965); e, em co-autoria com Françoise Massa,<br />

Dictionnaire Encyclopédique Bilíngüe Cap-Vert/Cabo Verde<br />

(2001). Por seu excepcional estudo <strong>da</strong> obra machadiana, recebeu<br />

<strong>da</strong> ABL, em 1986, a Me<strong>da</strong>lha Machado de Assis.<br />

www.editoraunesp.com.br<br />

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