Antropofagia à moda da casa - Conexão Professor

nascido em Saint-Servan (Illeet-Vilaine),
participou de Salões
de Belas-Artes em Paris, e no de
1869 apresentou nove desenhos
intitulados Vues de l´Amerique du
Sud. Deixou milhares de desenhos
admiráveis, ilustrando livros de escritores
como Walter Scott, Alexandre
Dumas e Jules Verne. A gravura
é do parisiense Félix-Jean Gauchard
(1825-72), que participou de Salões
de Artes em Paris, entre 1851-72 e
gravou alguns desenhos de Doré.
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Fig. 3 – Les sapeurs de la garde
nationale de Rio-de-Janeiro
GRAVURA
Para fazer cópias de textos
e imagens, até o séc. XV d.C., produziam-se
cópias a mão feitas por
copistas, processo de resultados
imprecisos, ou entalhava-se o que
se queria reproduzir na madeira
– xilogravura, pedras – litogravura,
ou metal – calcogravura.
A gravura é uma espécie
de “carimbo” sobre o qual se distribui
tinta; em cima dele colocase
folha de papel, que, prensada,
transfere para ela a imagem. Daí
a noção de imprimir. A gravura é
arte cultivada até hoje.
Com a imprensa de tipos
móveis de Gutenberg, não se
entalhavam palavras e imagens,
elas eram compostas com peças
contendo, cada uma, uma letra
–, o processo tipográfico. As imagens
continuaram a ser gravadas,
criando os clichês e anexandolhes
textos.
Esta é a razão de se verem
em desenhos e pinturas mais antigas
os nomes do desenhista e do
gravador, como seus criadores.
ILUSTRAÇÃO E CARICATURA
Esta curiosa caricatura de
Riou e Biard, fig. 3, retrata os bombeiros
(negros) em uniformes da
Guarda Nacional do Rio de Janeiro,
portando parte de seus instrumentos
de trabalho. Gravura de J. Facnion,
sobre o qual não há notícias.
Outro interessante desenho
assinado por Riou e Biard, fig. 4, é
esta cena com três “negros gaiatos”,
conversando em rua do Rio de Janeiro.
Nota-se que estão descalços,
o que demonstra serem escravos (só
homens livres podiam andar calçados),
com chapéus, fumando cigarros
de palha e carregando guardachuvas
ou guarda-sóis.
Gravado por um certo Lanier.
Fig. 4 – Nègres gandins, à Rio-de-Janeiro
A gravura assinada pelo parisiense
Charles Maurand, fig. 5, nascido
em 1824, e estabelecido na rua de
Val-de-Grâce, 11, retrata uma dama
brasileira acompanhada de um menino
(talvez filho) e seus serviçais,
passeando por uma rua do Rio de
Fig. 5 – Dames brésiliennes à Rio-de-Janeiro
Janeiro, 1858. Destaque para o volume
do vestuário, incompatível com o
clima local e o calçamento das ruas,
embora compatível … com a moda
importada da Europa.
Maurand participou do Salão
de Belas-Artes de 1881, em Paris.
Fig. 6 – Vêtu de blanc
A gravura é também assinada
por Gauchard, fig. 6. Pela expressão
dos três negros, o quarto deles (de
costas) estaria sendo satirizado por
se vestir “como branco”, inclusive
usando botas, o que indicaria ser livre
ou estar indevidamente calçado.
Eis pequena seleta do rico
“baú de imagens” que Cau Barata
disponibiliza gratuitamente em
suas muitas apresentações audiovisuais
via internet. Focalizamos
apenas algumas imagens de cariocas
do séc. XIX, vistos pelo olhar
malicioso e crítico de franceses que
por aqui estiveram.
Baú do Cau Barata:
http://www.sport.ifcs.ufrj.br/docs/fotos.html
JOHN WESLEY FREIRE &
HELENICE VALIAS
Professores
Editores da Educação em linha