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$AS ALEMANHAS EM BLUMENAU: REPRESENTA\307\325ES ...$

Pelos fatos aqui relatados, observa-se que este povo vive enfrentando muitas dificuldades para conquistar seus direitos, muitas vezes utilizando-se de meios nada agradáveis para obter uma resposta das autoridades. Em conversa com o Cacique da Comunidade Bugio, o mesmo entregou uma cópia da Carta Protesto, enviada ao Ministério Público em Blumenau – SC e ao Presidente da FUNAI, em Brasília-DF, aos Prefeitos do Alto Vale do Itajaí, Imprensa Local, demais autoridades e a população em geral (Anexo B). Observam-se em todo o país, vários focos de conflitos relacionados à terra. Assim, a demarcação das terras indígenas é a bandeira de luta e o mote de reivindicação dos movimentos indígenas e de apoio aos índios. Para os Xokleng, a terra vem sendo vista como a sua principal bandeira de luta. Em conversa com membros da comunidade, tem-se este depoimento: “Foi no dia 13 de agosto de 2003, a assinatura onde o ministro deu para termos de volta a terra. Porque muitos morreram, mais de 50 anos de espera. Lutamos para conseguir os 37 mil hectares, que ainda é pouco para mais de 2000 índios hoje na reserva toda. Para você ver, nasce por mês mais ou menos cinco a seis crianças. A cada ano, a população vai aumentando. Quando ele assinou esta portaria, foi uma alegria total, desde o cacique até o mais simples da reserva. Mas como sempre, teve pessoas lá no poder que se puseram contra e que estão contra. A demarcação que deveria ter sido feita não foi. Daí, nós temos que fazer greve, e os outros dizem que os índios são bagunceiros. Mas nós estamos lutando pelo que é nosso. Isso é nosso. Se for olhar, na realidade, tudo é nosso. E o que o branco, desculpa a palavra, o que ele roubou de nós? Onde está? Ele tem que pagar pra nós, não nós pra eles. Aí é que está, mas muitos não entendem, então dizem que não é do índio. Mas quem chegou primeiro, foram os índios. Mas quem vendeu todo este território? Foi o governo. E hoje ele não quer devolver para nós. E a terra para nós é muito importante. Para nossos filhos, para a comunidade, é nossa mãe. Sem ela nós não podemos viver. Se nós vamos tirar um pé de palmito, os índios estão roubando e antes eles viviam disso. Eles viviam de muitas frutas silvestres, peixes, palmitos, etc. Hoje nossa água está poluída. Comer peixe de onde? Você vai ao rio e o que encontra é peixe boiando, morto” (W. A . P. 18 anos – aluna do Ensino Médio). Hoje, a situação é delicada e deve ser vista com muito discernimento e sabedoria pelas autoridades, pois existem dois lados desta história: ambos ansiosos por uma solução pacífica.
1.4 COMO ESTÃO OS ÍNDIOS HOJE? Após vários anos de colonização e de tentativas para “civilizá-los” e mantê-los a salvo dos aldeamentos, estes índios buscam, hoje, encontrar caminhos para a melhoria em sua comunidade em segmentos como: saúde, moradia, educação e segurança. Os Xokleng vivem na área indígena de Ibirama encravada entre os municípios de Doutor Pedrinho, Itaiópolis, José Boiteux e Vitor Meireles, como mapa abaixo. Mapa 02 – Localização das Aldeias Fonte: Retirado do Jornal de Santa Catarina. 20 de maio de 2003. Possui uma superfície de 14.084 hectares, e sua população é de 1,3 mil habitantes. Os povos que formam esta reserva são Xokleng, Guarani e Kaingang (SANTA CATARINA, 2004, p. 3B). Esta área está formada por sete aldeias assim denominadas: Bugio, Coqueiro, Figueira, Palmeirinha, Sede, Pavão e Toldo.
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