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Dissertação completa - Programa de Pós-Graduação em Letras - Uem

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Segundo Tavani (1988, p. 40), na corte <strong>de</strong> Castela, há uma espécie <strong>de</strong> continuação da<br />

poesia galego-portuguesa. Na corte encontra-se um grupo <strong>de</strong> poetas que cultiva a forma<br />

antiga, mas que também aceita as novas, preparando o <strong>de</strong>sabrochar do lirismo castelhano. Por<br />

isso, é muito difícil estabelecer os limites entre a poesia galego-portuguesa e a galego-<br />

castelhana.<br />

Entre as duas tendências literárias não é possível, com efeito, traçar uma<br />

linha divisória nítida e unívoca: a distinção <strong>de</strong>verá, antes efectuar-se a partir<br />

<strong>de</strong> bases mais estritamente lingüíticas, t<strong>em</strong>áticas, formulares, a fim <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>terminar, para cada um dos autores que se situam numa faixa cronológica<br />

<strong>de</strong> uns cinqüenta anos, <strong>em</strong> meados do século XIV, o grau <strong>de</strong> tendências para<br />

uma nova formulação do discurso poético [...]. (TAVANI, 2002, p. 21).<br />

Vieira (1992, p. 30-31) expõe que, no Cancioneiro <strong>de</strong> Baena, <strong>de</strong> 1445-1454, no qual<br />

Juan Alfonso <strong>de</strong> Baena recolheu a poesia “galego-castelhana” que teria substituído a galego-<br />

portuguesa, são encontrados po<strong>em</strong>as ligados “t<strong>em</strong>ática e formulisticamente” à poesia anterior,<br />

como também nos cancioneiros galego-portugueses já existiam cantigas pertencentes “a uma<br />

tradição tardia”. Desse modo, conclui que o fim da produção lírica galego-portuguesa só po<strong>de</strong><br />

ser estabelecido <strong>em</strong> termos aproximados, por volta da segunda meta<strong>de</strong> do século XIV.<br />

O estudo da lírica trovadoresca teve como objetivo apresentar os principais aspectos<br />

acerca <strong>de</strong> seu <strong>de</strong>senvolvimento, como a vertente autóctone e provençal que compõ<strong>em</strong> o<br />

trovadorismo galego-português, os centros divulgadores e gerações <strong>de</strong> trovadores. Dentre os<br />

centros produtores e difusores do lirismo trovadoresco, <strong>de</strong>staca-se a corte <strong>de</strong> Afonso X, on<strong>de</strong><br />

foram compostas e compiladas as Cantigas <strong>de</strong> Santa Maria, cantigas <strong>de</strong> motivo religioso, que<br />

compõ<strong>em</strong>, juntamente, com as <strong>de</strong> conteúdo amoroso (cantigas <strong>de</strong> amor e <strong>de</strong> amigo) e satírico<br />

(cantigas <strong>de</strong> escárnio e maldizer), a produção poética trovadoresca da Península Ibérica.<br />

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