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Dissertação completa - Programa de Pós-Graduação em Letras - Uem

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gobierno <strong>de</strong>l momento y <strong>de</strong> la ubicación <strong>de</strong> las cortes, y activo a lo largo <strong>de</strong><br />

toda su vida, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> sus últimos años como príncipe here<strong>de</strong>ro en 1250, hasta<br />

su muerte en Sevilla en 1284 22 . (PICAZA, 2002, p. 2).<br />

É preciso assinalar que há divergências acerca do local <strong>em</strong> que o scriptorium régio<br />

teria se instalado. A localida<strong>de</strong> mais aceita é a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Sevilha, como aparece documentado<br />

no Livro <strong>de</strong> Ajedrez, Dados y Tablas (Escorial, ms.T.1.6); porém, existe a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

ter<strong>em</strong> existido mais outros dois, <strong>em</strong> Toledo e Murcia. Como explica Domínguez e Gajardo<br />

(2007, p. 10-11), <strong>em</strong> Sevilha existia uma tradição <strong>de</strong> iluminadores <strong>de</strong> códices <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a época<br />

almoha<strong>de</strong> 23 ; <strong>em</strong> Toledo havia também uma tradição <strong>de</strong> iluminadores que, <strong>em</strong> época afonsina,<br />

parece enlaçar com a Escola <strong>de</strong> Tradutores <strong>de</strong> Toledo do século XII; enquanto que <strong>em</strong> Murcia<br />

não há evidências <strong>de</strong> que houve uma escola. Por isso, a hipótese mais aceita é <strong>de</strong> que pelo<br />

menos as duas últimas tarefas, a cópia do texto a limpo e a iluminação das miniaturas, foram<br />

realizadas <strong>em</strong> Sevilha.<br />

Os t<strong>em</strong>as abordados nos trabalhos <strong>de</strong>senvolvidos no scriptorium foram muito diversos,<br />

especialmente os relacionados com as ciências naturais, requerendo a participação <strong>de</strong><br />

numerosos colaboradores, a maioria anônimos, e pertencentes a três culturas – a muçulmana,<br />

a judaica e a cristã. Como evi<strong>de</strong>ncia Picaza (2002, p. 2), nos prólogos das obras <strong>de</strong> caráter<br />

científico, menciona-se <strong>de</strong> forma expressa o fato <strong>de</strong> que o monarca foi um coor<strong>de</strong>nador do<br />

trabalho e que a continuação dos trabalhos <strong>de</strong>ve-se a compiladores, tradutores e autores. No<br />

caso das obras históricas, jurídicas e artísticas, a escassez <strong>de</strong> dados concretos é muito notável,<br />

r<strong>em</strong>etendo a consi<strong>de</strong>ração <strong>de</strong> equipes anônimas <strong>de</strong> trabalho, das quais o monarca se<br />

consi<strong>de</strong>rava responsável tanto na concepção como na execução do trabalho.<br />

As referências a colaboradores ju<strong>de</strong>us e, <strong>em</strong> menor número, muçulmanos são<br />

especialmente significativas. Isso <strong>de</strong>monstra, na perspectiva <strong>de</strong> Picaza (2002, p. 2), a evi<strong>de</strong>nte<br />

contradição entre a realida<strong>de</strong> documental e uma <strong>de</strong>terminada posição do monarca <strong>em</strong> relação<br />

às minorias do reino. Como po<strong>de</strong> ser observado no or<strong>de</strong>namento <strong>de</strong> Las Partidas ou nas<br />

miniaturas das Cantigas <strong>de</strong> Santa Maria <strong>de</strong>staca-se o trato discriminatório <strong>em</strong> relação aos<br />

hebreus e muçulmanos, o que respon<strong>de</strong>ria a uma postura oficial explicável no contexto da<br />

Europa do século XIII e dos cânones específicos do IV Concílio <strong>de</strong> Latrão. Contudo, a<br />

realida<strong>de</strong> apresenta-se diferente, <strong>em</strong> que “[...] la ley y la filosofía <strong>de</strong> la ley existían como<br />

22 Assim, o Scriptorium afonsino <strong>de</strong>ve ser entendido no sentido mais amplo do termo, como o conjunto <strong>de</strong><br />

sucessivos e variados grupos <strong>de</strong> trabalho reunidos pela figura do próprio monarca, radicado <strong>em</strong> lugares<br />

diferentes <strong>de</strong> seu reino – alguns fixos, outros itinerantes – <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo das tarefas <strong>de</strong> governo do momento e da<br />

localização das cortes, e ativo durante toda a vida, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> seus primeiros anos como príncipe her<strong>de</strong>iro <strong>em</strong> 1250,<br />

até sua morte <strong>em</strong> Sevilha <strong>em</strong> 1284. [tradução livre].<br />

23 Dinastia muçulmana que dominou parte da Península Ibérica e sul da África durante os séculos XII e XIII.<br />

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