14.06.2013 Views

Dissertação completa - Programa de Pós-Graduação em Letras - Uem

Dissertação completa - Programa de Pós-Graduação em Letras - Uem

Dissertação completa - Programa de Pós-Graduação em Letras - Uem

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

uma tarja que contém, <strong>em</strong> números romanos, o número correspon<strong>de</strong>nte a cada cantiga, <strong>em</strong><br />

tinta roxa ou azul. Escrito <strong>em</strong> letra gótica francesa do século XIII, o texto reparte-se <strong>em</strong> duas<br />

colunas, uma <strong>de</strong> notação musical e outra <strong>de</strong> texto, ou aparece numa coluna somente, com a<br />

música no começo <strong>de</strong> cada composição e o texto <strong>em</strong> duas colunas.<br />

As imagens ilustradas me<strong>de</strong>m, aproximadamente, 335 X 230 mm e são contornadas<br />

por uma faixa <strong>de</strong>corada, como se fosse um mosaico ou ladrilho <strong>em</strong> cores e ouro, com rosas,<br />

cruzes equiláteras e outros tipos retilíneos. Nos ângulos das molduras alternam-se os escudos<br />

<strong>de</strong> Castela e Leão e, às vezes, mostra-se nas primeiras lâminas a águia da Casa <strong>de</strong> Suábia.<br />

Nesta moldura, que contorna todos os compartimentos da miniatura, há ainda na parte<br />

superior <strong>de</strong> cada vinheta uma faixa, chamada <strong>de</strong> rótulo, que explica a cena ali representada, o<br />

texto po<strong>de</strong> aparecer escrito <strong>em</strong> azul ou roxo alternado. Segundo Lovillo 36 (1949 apud<br />

SERRANO, 1987, p. 39), com o uso dos rótulos junto às miniaturas, único caso conhecido<br />

entre os códices da época, justapõ<strong>em</strong> o texto e a imag<strong>em</strong>, assim, as cenas encontram uma<br />

maior unida<strong>de</strong> narrativa. Entretanto, é comum também encontrar rótulos que não apresentam<br />

o texto explicativo <strong>em</strong> cantigas que não foram finalizadas.<br />

Os estudos acerca das relações entre texto e imag<strong>em</strong> nas Cantigas <strong>de</strong> Santa Maria<br />

têm-se concentrado nos Códice Rico e Códice <strong>de</strong> Florença, pois oferec<strong>em</strong> um corpus<br />

pictórico muito amplo. Nesses códices, <strong>de</strong>stacam-se, principalmente, as técnicas compositivas<br />

dos anônimos pintores da corte <strong>de</strong> Afonso X, que retratam com fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> a clarida<strong>de</strong><br />

expositiva e a i<strong>de</strong>ntificação com o mundo natural encontradas <strong>em</strong> todos os trabalhos do<br />

scriptorium.<br />

4.3 CANTIGAS DE SANTA MARIA: LOUVORES E MILAGRES<br />

De acordo com Valbuena e Augustín (1956, p. 127), há alguns critérios para se<br />

classificar as Cantigas <strong>de</strong> Santa Maria, como distinguir entre os milagres nacionais e os<br />

universais, as diferentes religiões (cristão, ju<strong>de</strong>us e mouros), os t<strong>em</strong>as profanos e sagrados,<br />

além <strong>de</strong> uma infinida<strong>de</strong> <strong>de</strong> outras categorias. No entanto, as classificações tornam-se muitas<br />

vezes superficiais e in<strong>de</strong>vidas, principalmente quanto à maneira <strong>de</strong> se interpretar a inclusão <strong>de</strong><br />

cada cantiga. A classificação mais aceita entre os críticos e a que gera menos discussões<br />

36 Obra citada: LOVILLO, J. G., Las Cantigas, Estudio arqueológico <strong>de</strong> sus miniaturas. Md. C.S.I.C., Instituto<br />

Diego Velázquez-Sección. Sevilla, 1949, p. 24-49.<br />

79

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!