20 Figura 2.15 – Curva <strong>de</strong> reacção do suporte (adaptado <strong>de</strong> AFTES, 2001) Determinação da convergência inicial ud Define-se como convergência inicial os <strong>de</strong>slocamentos ocorri<strong>dos</strong> até ao início do processo <strong>de</strong> interacção entre o maciço e o suporte. Desta forma,
3. COMPORTAMENTO DEPENDENTE DO TEMPO EM SOLOS 3.1 Introdução O efeito do t<strong>em</strong>po <strong>no</strong>s processos <strong>de</strong> carregamento é uma característica <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque <strong>em</strong> materiais geomecânicos. Geralmente associa<strong>dos</strong> a solos argilosos, trabalhos recentes evi<strong>de</strong>nciam também, magnitu<strong>de</strong>s importantes <strong>de</strong> <strong>de</strong>formações <strong>no</strong> t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> solos are<strong>no</strong>sos (Liingaard et al., 2004). Em termos <strong>de</strong> <strong>comportamento</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> solos distingu<strong>em</strong>-se dois tipos: o primeiro <strong>de</strong>vido à interacção <strong>de</strong> água livre <strong>no</strong> esqueleto sólido, <strong>de</strong>signado por fenóme<strong>no</strong> <strong>de</strong> consolidação <strong>de</strong> solos <strong>de</strong> baixa permeabilida<strong>de</strong>, e o segundo <strong>de</strong>vido às características <strong>em</strong>inent<strong>em</strong>ente viscosas do solo. Os fenóme<strong>no</strong>s envolvi<strong>dos</strong> <strong>no</strong> <strong>comportamento</strong> viscoso <strong>de</strong> solos são conheci<strong>dos</strong> como fluência, relaxação, sensibilida<strong>de</strong> à taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação e compressão secundária (Adachi et al., 1996). Este capítulo preten<strong>de</strong> focar-se na <strong>de</strong>scrição e explanação <strong>dos</strong> fenóme<strong>no</strong>s que integram o <strong>comportamento</strong> viscoso <strong>de</strong> solos <strong>de</strong> forma mais exaustiva, recorrendo à análise <strong>de</strong> resulta<strong>dos</strong> <strong>de</strong> ensaios <strong>de</strong> laboratório especialmente baseada <strong>no</strong>s conceitos <strong>de</strong> cedência e <strong>de</strong> esta<strong>dos</strong> críticos. O fenóme<strong>no</strong> <strong>de</strong> consolidação <strong>de</strong> solos <strong>de</strong> baixa permeabilida<strong>de</strong> não será objecto <strong>de</strong> estudo neste trabalho. As solicitações envolvidas <strong>no</strong> processo <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> um túnel po<strong>de</strong>m induzir <strong>efeitos</strong> diferi<strong>dos</strong> <strong>no</strong> t<strong>em</strong>po com reflexos ao nível da segurança estrutural da obra, po<strong>de</strong>ndo manifestar-se na estabilida<strong>de</strong> da frente <strong>de</strong> escavação, <strong>no</strong>s esforços aplica<strong>dos</strong> sobre os sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> suporte e nas <strong>de</strong>formações do maciço envolvente, com possíveis reflexos nefastos sobre a superfície do terre<strong>no</strong> e sobre estruturas vizinhas. No caso <strong>dos</strong> <strong>túneis</strong> estes mecanismos distingu<strong>em</strong>-se, essencialmente, posteriormente à passag<strong>em</strong> da frente <strong>de</strong> escavação, ou seja, <strong>em</strong> estado pla<strong>no</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação. 3.2 Manifestações <strong>dos</strong> <strong>efeitos</strong> diferi<strong>dos</strong> <strong>no</strong> t<strong>em</strong>po Para i<strong>de</strong>ntificar a resposta <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> solos, exist<strong>em</strong> três tipos <strong>de</strong> ensaios que são recorrentes: ensaios <strong>de</strong> fluência, ensaios <strong>de</strong> relaxação <strong>de</strong> tensões e ensaios a taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação constante (constant rate of strain, CRS). Fluência Um ensaio <strong>de</strong> fluência (trajectória A-B) encontra-se ilustrado na Figura 3.1. Inicialmente uma amostra <strong>de</strong> solo é submetida a um estado <strong>de</strong> tensão-<strong>de</strong>formação representado pelo ponto A e, a partir <strong>de</strong>sse momento, é iniciado um processo <strong>de</strong> fluência mantendo o estado <strong>de</strong> tensão constante ao longo do t<strong>em</strong>po. À medida que o t<strong>em</strong>po avança, o estado <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação evolui gradualmente para o ponto B, exibindo o material <strong>comportamento</strong> <strong>de</strong> fluência. Os resulta<strong>dos</strong> <strong>de</strong> um ensaio <strong>de</strong> fluência efectuado num aparelho triaxial po<strong>de</strong>m ser representa<strong>dos</strong> num diagrama <strong>de</strong>formação <strong>em</strong> função do t<strong>em</strong>po, como ilustrado na Figura 3.2. O processo po<strong>de</strong> ser dividido <strong>em</strong> três fases: 1) fluência primária ou transitória; 2) fluência secundária ou estacionária; e 3) 21
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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS E DESENVO
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BIBLIOGRAFIA Adachi, T., Oka, F. e
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Marques, F.E.R., 1998. Análise do
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ANEXO A O método das diferenças f
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O desequilíbrio induzido por uma m