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Modelação dos efeitos viscosos no comportamento de túneis em ...

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3. COMPORTAMENTO DEPENDENTE DO TEMPO EM SOLOS<br />

3.1 Introdução<br />

O efeito do t<strong>em</strong>po <strong>no</strong>s processos <strong>de</strong> carregamento é uma característica <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque <strong>em</strong> materiais<br />

geomecânicos. Geralmente associa<strong>dos</strong> a solos argilosos, trabalhos recentes evi<strong>de</strong>nciam também,<br />

magnitu<strong>de</strong>s importantes <strong>de</strong> <strong>de</strong>formações <strong>no</strong> t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> solos are<strong>no</strong>sos (Liingaard et al., 2004). Em<br />

termos <strong>de</strong> <strong>comportamento</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> solos distingu<strong>em</strong>-se dois tipos: o primeiro <strong>de</strong>vido<br />

à interacção <strong>de</strong> água livre <strong>no</strong> esqueleto sólido, <strong>de</strong>signado por fenóme<strong>no</strong> <strong>de</strong> consolidação <strong>de</strong> solos <strong>de</strong><br />

baixa permeabilida<strong>de</strong>, e o segundo <strong>de</strong>vido às características <strong>em</strong>inent<strong>em</strong>ente viscosas do solo. Os<br />

fenóme<strong>no</strong>s envolvi<strong>dos</strong> <strong>no</strong> <strong>comportamento</strong> viscoso <strong>de</strong> solos são conheci<strong>dos</strong> como fluência, relaxação,<br />

sensibilida<strong>de</strong> à taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação e compressão secundária (Adachi et al., 1996). Este capítulo<br />

preten<strong>de</strong> focar-se na <strong>de</strong>scrição e explanação <strong>dos</strong> fenóme<strong>no</strong>s que integram o <strong>comportamento</strong> viscoso<br />

<strong>de</strong> solos <strong>de</strong> forma mais exaustiva, recorrendo à análise <strong>de</strong> resulta<strong>dos</strong> <strong>de</strong> ensaios <strong>de</strong> laboratório<br />

especialmente baseada <strong>no</strong>s conceitos <strong>de</strong> cedência e <strong>de</strong> esta<strong>dos</strong> críticos. O fenóme<strong>no</strong> <strong>de</strong><br />

consolidação <strong>de</strong> solos <strong>de</strong> baixa permeabilida<strong>de</strong> não será objecto <strong>de</strong> estudo neste trabalho.<br />

As solicitações envolvidas <strong>no</strong> processo <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> um túnel po<strong>de</strong>m induzir <strong>efeitos</strong> diferi<strong>dos</strong> <strong>no</strong><br />

t<strong>em</strong>po com reflexos ao nível da segurança estrutural da obra, po<strong>de</strong>ndo manifestar-se na estabilida<strong>de</strong><br />

da frente <strong>de</strong> escavação, <strong>no</strong>s esforços aplica<strong>dos</strong> sobre os sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> suporte e nas <strong>de</strong>formações do<br />

maciço envolvente, com possíveis reflexos nefastos sobre a superfície do terre<strong>no</strong> e sobre estruturas<br />

vizinhas.<br />

No caso <strong>dos</strong> <strong>túneis</strong> estes mecanismos distingu<strong>em</strong>-se, essencialmente, posteriormente à passag<strong>em</strong><br />

da frente <strong>de</strong> escavação, ou seja, <strong>em</strong> estado pla<strong>no</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação.<br />

3.2 Manifestações <strong>dos</strong> <strong>efeitos</strong> diferi<strong>dos</strong> <strong>no</strong> t<strong>em</strong>po<br />

Para i<strong>de</strong>ntificar a resposta <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> solos, exist<strong>em</strong> três tipos <strong>de</strong> ensaios que são<br />

recorrentes: ensaios <strong>de</strong> fluência, ensaios <strong>de</strong> relaxação <strong>de</strong> tensões e ensaios a taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação<br />

constante (constant rate of strain, CRS).<br />

Fluência<br />

Um ensaio <strong>de</strong> fluência (trajectória A-B) encontra-se ilustrado na Figura 3.1. Inicialmente uma amostra<br />

<strong>de</strong> solo é submetida a um estado <strong>de</strong> tensão-<strong>de</strong>formação representado pelo ponto A e, a partir <strong>de</strong>sse<br />

momento, é iniciado um processo <strong>de</strong> fluência mantendo o estado <strong>de</strong> tensão constante ao longo do<br />

t<strong>em</strong>po. À medida que o t<strong>em</strong>po avança, o estado <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação evolui gradualmente para o ponto B,<br />

exibindo o material <strong>comportamento</strong> <strong>de</strong> fluência.<br />

Os resulta<strong>dos</strong> <strong>de</strong> um ensaio <strong>de</strong> fluência efectuado num aparelho triaxial po<strong>de</strong>m ser representa<strong>dos</strong><br />

num diagrama <strong>de</strong>formação <strong>em</strong> função do t<strong>em</strong>po, como ilustrado na Figura 3.2. O processo po<strong>de</strong> ser<br />

dividido <strong>em</strong> três fases: 1) fluência primária ou transitória; 2) fluência secundária ou estacionária; e 3)<br />

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