Boas Práticas de Farmácia Hospitalar - Portal da Saúde
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2. Ensaios Clínicos na Área VIH/si<strong>da</strong><br />
A epi<strong>de</strong>mia <strong>da</strong> infecção VIH/si<strong>da</strong> levou a que as enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s reguladoras<br />
adoptassem medi<strong>da</strong>s mais céleres na aprovação <strong>de</strong> novos fármacos para<br />
doenças potencialmente fatais. Esta aprovação baseia-se, normalmente,<br />
na utilização <strong>de</strong> marcadores substitutivos em vez <strong>de</strong> marcadores clínicos<br />
<strong>de</strong> morbili<strong>da</strong><strong>de</strong> e mortali<strong>da</strong><strong>de</strong>, sendo os níveis plasmáticos <strong>de</strong> ARN-VIH e os<br />
valores <strong>de</strong> CD4+ os mais utilizados.<br />
Fase I<br />
Os ensaios clínicos <strong>de</strong> Fase I com um novo fármaco anti-retrovírico são<br />
estudos a curto prazo (1-2 semanas), em monoterapia, com indivíduos<br />
saudáveis ou infectados, tendo como objectivo a avaliação dos efeitos anti-<br />
-víricos e dos <strong>da</strong>dos farmacocinéticos, assim como uma avaliação preliminar<br />
<strong>da</strong> sua segurança. Não sendo recomen<strong>da</strong><strong>da</strong> a monoterapia, a sua utilização<br />
justifica-se por ser a única metodologia capaz <strong>de</strong> estabelecer se o fármaco<br />
tem realmente uma activi<strong>da</strong><strong>de</strong> anti-vírica a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>.<br />
Nesta fase <strong>de</strong> ensaio clínico, são avalia<strong>da</strong>s diferentes doses e frequências<br />
<strong>de</strong> administração num número reduzido <strong>de</strong> doentes, para <strong>de</strong>terminação <strong>da</strong>(s)<br />
dose(s) com melhor relação risco-benefício.<br />
Fase II<br />
São ensaios a longo prazo, aleatorizados e controlados, que avaliam duas<br />
ou três doses do novo fármaco anti-retrovírico em associação com outros<br />
anti-retrovíricos e que incluem geralmente algumas centenas <strong>de</strong> doentes.<br />
O principal objectivo é a obtenção <strong>da</strong> evidência inicial <strong>da</strong> eficácia e <strong>da</strong><br />
segurança, assim como a <strong>de</strong>finição <strong>da</strong> sua dose óptima.<br />
Fase III<br />
Os ensaios clínicos <strong>de</strong> Fase III permitem a obtenção <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos <strong>de</strong>finitivos<br />
sobre os parâmetros <strong>de</strong> avaliação clínica que suportem a aprovação <strong>da</strong><br />
introdução no mercado <strong>de</strong> um novo medicamento. São ensaios multicêntricos,<br />
com um número elevado <strong>de</strong> doentes, aleatorizados, <strong>de</strong> preferência duplamente<br />
cegos, com controlo activo e que utilizam comparações <strong>de</strong> associações<br />
<strong>de</strong> anti-retrovíricos, durante 24 a 48 semanas <strong>de</strong> tratamento. A <strong>de</strong>finição <strong>da</strong><br />
população elegível é essencial na <strong>de</strong>terminação dos marcadores <strong>de</strong> eficácia,<br />
po<strong>de</strong>ndo ser admitidos doentes sem terapêutica prévia ou com terapêutica<br />
Ensaios Clínicos<br />
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