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Revista de Letras - Utad

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76 Rui Dias Guimarães<br />

A norma, <strong>de</strong> facto, é algo que não existe <strong>de</strong> concreto. É algo abstracto, e<br />

recordando o pioneiro Saussure (1916), a propósito da teoria do signo<br />

linguístico, convencional e arbitrário.<br />

Eduardo Lourenço (1992: 12-13) no ensaio «Chama Plural» que apresenta o<br />

Atlas da Língua Portuguesa na História e no Mundo – ALPHM (1992)<br />

simbolicamente coloca-lhe esse título para salientar que é precisamente na<br />

pluralida<strong>de</strong> da língua portuguesa que resi<strong>de</strong> a sua força ou chama civilizacional.<br />

O ALPHM é hoje tomado como uma gran<strong>de</strong> obra <strong>de</strong> referência para os<br />

estudiosos da variação da língua portuguesa na dimensão global e lusófona.<br />

Consi<strong>de</strong>rando a intrínseca relação entre língua e cultura. Inclui diversos<br />

estudos importantes como a «formação da cultura portuguesa» <strong>de</strong> José Mattoso<br />

(1999:14). A profunda relação entre língua e cultura mantém-se e evoluiu para o<br />

conceito <strong>de</strong> língua e variantes em relação intercultural. Só a dimensão ampla da<br />

variação linguística e <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong> intercultural respon<strong>de</strong> aos <strong>de</strong>safios actuais da<br />

globalização e da inserção da língua portuguesa como língua oficial da União<br />

Europeia e língua <strong>de</strong> diplomacia. A língua portuguesa, como língua oficial da<br />

União Europeia, tem o seu registo no Atlas Linguarum Europae (1983, 1986,<br />

1988, 1990).<br />

2. Perspectiva <strong>de</strong> variação linguística global e local<br />

Alguns estudos publicados no ALPHM, e consi<strong>de</strong>rando a importância da<br />

variação <strong>de</strong>ntro do português europeu, na dupla relação, agora <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />

pertinência, do global e do local e da unida<strong>de</strong> e varieda<strong>de</strong>, assumem gran<strong>de</strong><br />

relevo para os estudiosos da variação linguística. Merece especial <strong>de</strong>staque o<br />

estudo «Mapa dos Dialectos <strong>de</strong> Portugal Continental e da Galiza» <strong>de</strong> Lindley<br />

Cintra e Fernan<strong>de</strong>z Rei (1992: 32,33), o primeiro em relação a Portugal<br />

continental e o segundo em relação à Galiza, hoje já tornado clássico, e o estudo<br />

«Dialectologia da área galego-portuguesa» <strong>de</strong> Manuela Barros Ferreira<br />

(1992:30).<br />

A perspectiva <strong>de</strong> Lindley Cintra, inicialmente se<strong>de</strong>ada na Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Lisboa, transpôs o âmbito nacional e alargou-se a nível ibérico, com particular<br />

incidência na Galiza.<br />

A difusão da língua portuguesa e, <strong>de</strong> certo modo, <strong>de</strong> alguns aspectos da sua<br />

própria formação, estão focados no Atlas linguístico no artigo «Constituição e<br />

Elaboração da Língua Portuguesa» <strong>de</strong> Rita Marquilhas (1999: 24) que confere a<br />

gran<strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong> do português a nível lusófono e global, a par <strong>de</strong> outros estudos<br />

sobre o português falado em África, «A língua Portuguesa à Procura do Sul» <strong>de</strong><br />

António Luís Ferronha (1999: 40-70) e no Brasil, «A Via Láctea da Lusofonia»<br />

<strong>de</strong> António Luís Ferronha e Mariana Bettencourt (1992:72) e na própria Ásia,<br />

«Expansão Portuguesa e Línguas Asiáticas» <strong>de</strong> Rui M. Loureiro (1992:92) e os

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