universidade federal fluminense faculdade de ... - Proppi - UFF
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13<br />
visitados levaram a autores como Van <strong>de</strong>n Berghe (apud Crick, 1992) a dizer que os<br />
nexos estabelecidos entre turistas e locais representam “uma paródia da relação<br />
humana” e a Buodhiba (apud Crick, 1992), a afirmar que “a hospitalida<strong>de</strong> não passa<br />
<strong>de</strong> uma técnica <strong>de</strong> vendas”:<br />
É uma frau<strong>de</strong> <strong>de</strong>screver os anfitriões como seres<br />
universalmente amistosos quando na verda<strong>de</strong><br />
existem abundantes correntes <strong>de</strong> ressentimento que<br />
afloram a todo o momento [...] É uma autêntica<br />
imoralida<strong>de</strong> difundir a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que, por ser turista,<br />
alguém po<strong>de</strong> apagar séculos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconfiança e<br />
isolamento. TURNER; ASH, (apud BARRETO, 2004)<br />
Percebendo então que as relações entre visitantes e visitados não só geram<br />
interferências para a comunida<strong>de</strong> local, mas também para os visitantes,<br />
principalmente em questões que envolvam relações comerciais, este trabalho <strong>de</strong><br />
conclusão <strong>de</strong> curso visou respon<strong>de</strong>r a seguinte pergunta: qual a percepção dos<br />
viajantes em relação a exploração financeira em suas experiências <strong>de</strong> viagem?<br />
Além disto, buscou-se através <strong>de</strong>ste estudo, encontrar possíveis motivos para<br />
a ocorrência <strong>de</strong> situações <strong>de</strong> exploração. Para encontrar tais motivos inúmeros<br />
pressupostos foram mapeados previamente para auxiliar e nortear a pesquisa. Para<br />
justificar a escolha do grupo focal po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>stacar, por exemplo, a hipótese <strong>de</strong><br />
que quanto mais o viajante se propusesse a ter uma experiência pautada em<br />
conhecer a localida<strong>de</strong> e obter um maior envolvimento com a comunida<strong>de</strong> local,<br />
maiores seriam as chances <strong>de</strong>le ser explorado financeiramente. Este pressuposto<br />
justificou então a escolha <strong>de</strong> um tipo específico <strong>de</strong> viajante, que, diferentemente dos<br />
turistas possuem uma diferenciada forma <strong>de</strong> estabelecer relações com a localida<strong>de</strong><br />
e com os anfitriões para ser o objeto <strong>de</strong> estudo do presente trabalho: o viajante<br />
backpacker 3 .<br />
Para Erik Cohen diferentes tipos <strong>de</strong> turistas/viajantes estabelecem relações<br />
distintas com a comunida<strong>de</strong> (1972). Este pesquisador constituiu-se no primeiro<br />
estudioso da área a <strong>de</strong>monstrar que não existe um “viajante genérico”, que é preciso<br />
diferenciar os turistas quanto aos seus comportamentos e motivações em função<br />
das características socioeconômicas e psicossociais (BARRETO, 2004). De acordo<br />
3 Ou mochileiro. Neste trabalho serão utilizadas ambas nomenclaturas.