universidade federal fluminense faculdade de ... - Proppi - UFF
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terceiros a hospedagem, as refeições, o transporte e, sobretudo, o entretenimento.<br />
Para os autores supracitados, ao se praticar o turismo se almeja eliminar, se<br />
possível totalmente, o índice <strong>de</strong> perigo e riscos. Já quando se fala em viagem os<br />
problemas associados à escolha fazem parte do preço que se paga para se ter o<br />
título <strong>de</strong> “cidadão do mundo”. Em linhas gerais, para Boorstin (apud ARAÚJO, 2005);<br />
quando são terceiros que trabalham para aten<strong>de</strong>r o viajante-turista, caminha-se no<br />
sentido da dissolução dos riscos. E é justamente esse aspecto que Boorstin<br />
i<strong>de</strong>ntifica como responsável pela transformação da viagem em turismo.<br />
Outros autores também dialogam sobre diferentes <strong>de</strong>nominações <strong>de</strong> viagens.<br />
Oliveira (apud Sousa, 2004), por exemplo, afirma que “é importante diferenciar os<br />
termos <strong>de</strong>slocar-se, viajar e fazer turismo”. Para o autor são três instâncias que se<br />
diferenciam tanto pelas motivações como pelas condições da viagem. Analisando e<br />
mesclando com a visão trazida no filme <strong>de</strong> Bertolucci, para o autor, fazer turismo é “o<br />
ato <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocar-se temporariamente <strong>de</strong> um lugar para outro, sempre com a intenção<br />
<strong>de</strong> retornar”.<br />
No atual contexto <strong>de</strong> globalização e mundialização cultural 11 torna-se um<br />
gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio buscar novas alternativas <strong>de</strong> viagens que possibilitem o encontro<br />
com o novo, o <strong>de</strong>ssemelhante. Como tão bem recomenda Otávio Ianni (2000: 30),<br />
algo que possibilite <strong>de</strong>svendar alterida<strong>de</strong>s, no sentido <strong>de</strong> autoafirmar-se, <strong>de</strong> fazer<br />
parte <strong>de</strong> uma “travessia, a <strong>de</strong>speito <strong>de</strong> <strong>de</strong>spojar-se, libertar-se e abrir-se, [on<strong>de</strong> o<br />
viajante procura] reafirma seu modo <strong>de</strong> ser, observar, sentir, agir, pensar ou<br />
imaginar. No limite, são muitos os viajantes que buscam e rebuscam o seu eu, ou a<br />
sua sombra. Mesmo quando parecem fugir, estão se procurando no diferente, no<br />
<strong>de</strong>sconhecido, no outro”. Essas características parecem ir ao encontro <strong>de</strong> um tipo <strong>de</strong><br />
viajante bem peculiar: o backpacker (mochileiro). É sobre suas origens,<br />
conceituação, perfil e mercado que abordaremos no próximo capítulo.<br />
11 Para Ortiz (1998: 30), a mundialização cultural é “um fenômeno social total que permeia o conjunto<br />
das manifestações culturais”