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universidade federal fluminense faculdade de ... - Proppi - UFF

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Também não se po<strong>de</strong> afirmar que os mochileiros fazem, por natureza,<br />

viagens longas e superiores a um mês <strong>de</strong> duração. Pesquisas indicam que uma<br />

parte representativa <strong>de</strong>sses viajantes está em férias do trabalho, e não por isso<br />

<strong>de</strong>ixam <strong>de</strong> se enquadrar no segmento (OLIVEIRA apud JARVIS, 2004).<br />

Isso também <strong>de</strong>rruba a tese <strong>de</strong> que o mochileiro sempre viaja em uma fase<br />

<strong>de</strong> transição na vida, antes <strong>de</strong> concluir os estudos e iniciar a vida profissional, por<br />

exemplo, ou após <strong>de</strong>ixar um emprego. É importante perceber que o fator<br />

<strong>de</strong>terminante para <strong>de</strong>finir o segmento não é uma propulsão única <strong>de</strong> viagem, sua<br />

duração ou a quantia gasta, mas sim traços que indiquem um estilo <strong>de</strong> viagem<br />

comum a todos os mochileiros. Caso contrário, é provável que se incorra em<br />

<strong>de</strong>finições romantizadas e estereotipadas do segmento.<br />

Também não se po<strong>de</strong> generalizar que o mochileiro foge completamente das<br />

rotas turísticas “tradicionais”. Aos olhos do guia especializado no segmento no<br />

estado do Rio <strong>de</strong> Janeiro, “ser um viajante” não quer dizer que o backpacker não<br />

fará o que geralmente “turistas” fazem:<br />

(...) o comportamento do backpacker não é exclu<strong>de</strong>nte, é <strong>de</strong> inclusão. Ele<br />

faz tudo o que o turista faz, mas, a diferença primordial é a busca<br />

diferenciada nessas experiências. (...) Como vir ao Rio e não conhecer o<br />

Cristo, o Pão <strong>de</strong> Açúcar? Impossível! A diferença é que, entre as ativida<strong>de</strong>s<br />

meramente turísticas, ele vai mesclar com experiências diferenciadas que<br />

permitem um maior contato com a localida<strong>de</strong> e o local (...)<br />

Dessa forma, sob a luz do que já foi dito e, analisando as principais<br />

características apontadas pelos autores e, tentando atribuir características menos<br />

generalistas ao segmento, os backpackers seriam:<br />

Grupos <strong>de</strong> pessoas <strong>de</strong> todas as ida<strong>de</strong>s (com capacida<strong>de</strong> física para suportar<br />

alguns <strong>de</strong>sconfortos da viagem), que realizam, fundamentalmente, viagens<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes e econômicas – evitam o turismo <strong>de</strong> luxo, hospedam-se em<br />

acomodações baratas, costumam barganhar preços quando possível e<br />

utilizam a infra-estrutura <strong>de</strong> serviços (restaurantes, comunicação,<br />

transportes e facilida<strong>de</strong>s) local, o que lhes permite, muitas vezes, um<br />

contato mais próximo com a população visitada e o estilo <strong>de</strong> vida da região.<br />

Tratam-se <strong>de</strong> pessoas que costumam viajar sozinhas ou em pequenos<br />

grupos, mas com freqüência superior à média da população, normalmente<br />

com uma agenda mais flexível (muitas vezes em itinerários multi-<strong>de</strong>stino),<br />

organizada <strong>de</strong> forma personalizada e aberta a novas experiências (como<br />

<strong>de</strong>sbravar regiões menos turísticas), porém sem <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> conhecer e<br />

experimentar os aspectos e lugares consi<strong>de</strong>rados tradicionais em uma<br />

cultura.

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