universidade federal fluminense faculdade de ... - Proppi - UFF
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consumidores. Como, geralmente, este tipo <strong>de</strong> viajante tem inúmeras experiências,<br />
e, também dotados <strong>de</strong> expectativas muito altas, <strong>de</strong>sgostos e comparações parecem<br />
inevitáveis:<br />
Quando escolhi conhecer o Marrocos esperava encontrar um lugar com<br />
gran<strong>de</strong> diferença cultural e belas paisagens (...). Tinha isso tudo, tinha, mas<br />
a experiência foi completamente diferente que imaginava. Era um ambiente<br />
hostil, sujo, não havia beleza naquele caos (...). Também tive uma<br />
experiência como esta no Nepal, que mesmo não sendo boa também, nem<br />
se compara ao Marrocos (...). com poucos turistas e muita gente que vive<br />
do turismo por lá, dá-lhe molestação dos “caça-clientes nas ruas”. Mas,<br />
diferente do Marrocos, dá pra levar o assédio numa boa.<br />
Ficou bem claro nas entrevistas que, quando o viajante entrevistado era mais<br />
experiente em viajar, as expectativas eram bem menores ou, simplesmente, não<br />
existiam:<br />
Essa é uma pergunta que sempre me fazem quando eu <strong>de</strong>cido fazer mais<br />
uma viagem “maluca”, aos olhos dos outros (...). Tenho trinta e dois anos,<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> os quinze aprendi a viajar e <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então, não parei mais. Aprendi<br />
uma coisa muito importante durante esses anos <strong>de</strong> estrada: quem cria<br />
expectativa não se surpreen<strong>de</strong>, por isso nem penso nelas, por mais que<br />
minha mente planeje, e maquine tudo o tempo, eu tento cortar ao máximo<br />
cada uma <strong>de</strong>las (...) elas não po<strong>de</strong>m prevalecer sobre meu resultado final.<br />
5.2 VIAGEM<br />
Para Aoqui (2005), o segmento backpacker organiza seus roteiros <strong>de</strong> forma<br />
mais flexível (muitas vezes em itinerários com <strong>de</strong>stinos múltiplos) e são abertos a<br />
novas experiências, como <strong>de</strong>sbravar regiões menos turísticas. Confirmando a<br />
<strong>de</strong>finição do autor supracitado, a maioria das experiências abordadas pelos<br />
entrevistados aconteceram em rotas “menos turísticas” e em países em<br />
<strong>de</strong>senvolvimento. Geralmente, países como estes não possuem nem ao menos<br />
estrutura básica satisfatória para seus moradores, como água, luz, saneamento<br />
básico e internet, quanto mais uma estrutura turística bem planejada.<br />
Como um dos pressupostos apontava que um dos fatores prepon<strong>de</strong>rantes<br />
para uma maior incidência <strong>de</strong> experiências <strong>de</strong> exploração era a ausência <strong>de</strong> uma<br />
estrutura turística bem organizada, - que <strong>de</strong> certa forma ocasionariam ausência <strong>de</strong>