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universidade federal fluminense faculdade de ... - Proppi - UFF

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relacionamentos entre visitantes e visitados sejam cada vez mais profissionais na<br />

medida em que os serviços turísticos e os próprios moradores se profissionalizam.<br />

Durante as entrevistas realizadas, os viajantes apontaram durante muitos momentos<br />

exatamente isso: que os moradores dos núcleos receptores não se comportam<br />

como anfitriões, “que sua receptivida<strong>de</strong> é profissional” e que “raros são os<br />

momentos que se sentem convidados”. Desta forma, prevalece o fato <strong>de</strong> que,<br />

“mesmo buscando uma proximida<strong>de</strong> com a localida<strong>de</strong> e seus moradores, do ponto<br />

<strong>de</strong> vista social e cultural, os visitantes sempre serão forasteiros e seu<br />

relacionamento com as populações receptoras sempre será a partir <strong>de</strong>sta condição”.<br />

(BARRETO, 2004)<br />

A literatura existente aponta que o turismo, em sentido amplo, é um fenômeno<br />

social. Mas, em sentido restrito, na perspectiva dos núcleos receptores, é um<br />

negócio. Um negócio que ven<strong>de</strong> algo diferente - prazer, lazer, experiências - mas<br />

que está conduzido pela lógica da socieda<strong>de</strong> capitalista: a produtivida<strong>de</strong> e a<br />

lucrativida<strong>de</strong>. O gran<strong>de</strong> paradoxo do turismo é que esta ativida<strong>de</strong> coloca em contato<br />

pessoas que não enxergam a si mesmas como pessoas, mas como portadores <strong>de</strong><br />

uma função precisa e <strong>de</strong>terminada: uns trazem dinheiro com o qual compram os<br />

serviços do outro. Essa lógica <strong>de</strong> funcionalida<strong>de</strong> foi diversas vezes elucidada pelos<br />

entrevistados.<br />

A compreensão da percepção dos viajantes sobre as situações <strong>de</strong> exploração<br />

financeira vivenciadas permitiu a construção <strong>de</strong> um panorama geral das relações<br />

comerciais que envolvem experiências <strong>de</strong> exploração (vi<strong>de</strong> figura 16):

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