universidade federal fluminense faculdade de ... - Proppi - UFF
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não-intermediação como já abordado anteriormente, em algumas situações, mesmo<br />
planejando seu roteiro, este tipo <strong>de</strong> viajante recorrerá às estruturas advindas do<br />
turismo <strong>de</strong> massa. Nestas relações, principalmente as comerciais, inci<strong>de</strong>ntes críticos<br />
como exploração financeira dos visitados po<strong>de</strong> ocorrer.<br />
Uma dificulda<strong>de</strong> encontrada neste trabalho foi encontrar fontes que<br />
abordassem o caminho inverso: as interferências causadas aos visitantes pelos<br />
anfitriões e, principalmente, estudos e questões específicas (como sua<br />
conceituação, os possíveis “agentes da exploração”, possíveis razões para a<br />
incidência e possíveis formas <strong>de</strong> prevenção) sobre situações <strong>de</strong> exploração<br />
financeira direcionadas aos viajantes. No entanto, com algumas experiências in loco<br />
e principalmente relatos <strong>de</strong> outros viajantes, a autora do presente trabalho po<strong>de</strong><br />
constatar previamente alguns possíveis agentes da exploração e um <strong>de</strong>les seria o<br />
mercado informal.<br />
De acordo com Urry (2001), turismo é uma ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lazer que pressupõe<br />
o seu oposto, isto é, um trabalho regulamentado e organizado. No entanto, nem<br />
sempre isto ocorre. Segundo Gid<strong>de</strong>ns (1996), a categoria informal se torna uma<br />
nova característica da socieda<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rna, já não <strong>de</strong>vendo ser consi<strong>de</strong>rada como<br />
"sobra" da mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>: o setor informal constituiu (na década <strong>de</strong> 90) entre 60% e<br />
80% do emprego urbano nos países periféricos, transformando-se, assim, na regra e<br />
não na exceção.<br />
De acordo com Oliveira e Oliveira (2005), “sem dúvida, parcelas<br />
consi<strong>de</strong>ráveis <strong>de</strong> setores médios da socieda<strong>de</strong> também têm incorporado a estratégia<br />
da informalida<strong>de</strong> como meio <strong>de</strong> trabalho, mas também é inquestionável a<br />
associação entre pobreza e informalida<strong>de</strong> nos países periféricos.”<br />
Segundo Oliveira (2000), muitos mochileiros ao chegarem ao <strong>de</strong>stino<br />
preferem conhecer os lugares andando pelas ruas, utilizando os meios <strong>de</strong> transporte<br />
públicos, entrando em lojas comerciais, restaurantes e supermercados comuns aos<br />
cidadãos locais, ou seja, nas rotinas <strong>de</strong> um backpacker, é muito fácil encontrar os<br />
vestígios do trabalho informal, que sempre <strong>de</strong>sempenhou um importante papel na<br />
economia e na sobrevivência da sua população mais pobre.<br />
Memórias <strong>de</strong> backpackers em sites <strong>de</strong> relacionamento, blogs, mostram<br />
claramente a profusão <strong>de</strong> mercadores e comerciantes que oferecem os mais<br />
variados tipos <strong>de</strong> serviços: cantorias e entoações, shows e encenações, passeios <strong>de</strong>