ÃLIDA MARIA ESPONTÃO CASTANHO UMA ESCUTA ... - Abratecom
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No contexto da intimidade a distância, a faculdade de se relacionar, de ir ao<br />
encontro do outro através do contato pessoal e emocional manifesta-se de uma<br />
forma minimizada, uma vez que os aparelhos eletrônicos se colocam como<br />
intermediários da comunicação, trazendo-nos uma nova convenção para os<br />
relacionamentos. Mesmo comunicando-se os homens colocam-se distantes, fazendo<br />
da possibilidade da convivência uma condição remota.<br />
O desafio se faz presente à medida que esse “novo acordo” ou intimidade a<br />
distância se apresenta como um hábito que influencia o nosso jeito de estar, pensar<br />
e agir, nos levando a uma postura para e não com o outro e, cada vez mais<br />
práticos, acabamos por subtrair o valor de uma conversação.<br />
Será que os relacionamentos têm sido simulações de possíveis encontros<br />
entre as pessoas Utilizando-me da linguagem da informática, penso se estaremos<br />
como computadores ou aparelhagem similar: nos encontramos distantes uns dos<br />
outros na privacidade de nossos “lares internos e externos”, mas podemos ser<br />
acessados por uma conexão (o encontro, estar cara a cara) e, apesar da conexão,<br />
do encontro, o distanciamento se mantém revelando um link impessoal.<br />
W.Barnett Pearce in Dora Fried Schnitman (1996, p.175) destaca que<br />
Platão fazia advertência com relação à chegada da escrita e a mudança no<br />
paradigma do conhecimento “que do relato passou à oração, em especial às<br />
orações que utilizam o verbo “ser”. Assim, adquirimos um sentido do conhecimento<br />
despersonalizado, fora do contexto, eterno e objetivo”.<br />
Essa advertência de Platão ajuda-nos a compreender que muitas vezes o<br />
nosso ponto de vista e os seus condicionamentos nos levam a banalizar os<br />
relacionamentos como se eles fossem imutávies, passíveis apenas de serem