ÃLIDA MARIA ESPONTÃO CASTANHO UMA ESCUTA ... - Abratecom
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Neste momento, sinto que adentro a resposta de um questionamento que<br />
muitas vezes me faço: como podemos estar com o outro e atuar através da nossa<br />
fisiologia, das nossas emoções, comportamentos e crenças, sem que nenhum de<br />
nós seja eliminado do contexto<br />
Penso no ato de escutar para responder a esta questão, considerando-o<br />
como um recurso pessoal e profissional que compreende a dimensão sensível do<br />
ser humano, do corpo e da sua fisiologia, e a capacidade de interagir com o meio,<br />
com as pessoas, de adentrar novos mundos e criar novas distinções, além das<br />
crenças e julgamentos pré-estabelecidos.<br />
Estabelecer a escuta como um recurso da prática sistêmica é reconhecer que<br />
não podemos ter um conhecimento objetivo das coisas e pessoas; sempre existirá<br />
mais a ser visto, a ser falado, a ser escutado, tantos quanto forem os envolvidos,<br />
sugerindo-nos, portanto, o sentido do respeito e do cuidado, da postura acolhedora,<br />
da postura reflexiva e não instrutiva, criando espaços internos e externos para a<br />
expressão de competências, entendimentos, a construção de vínculos e a<br />
elaboração de possíveis novos significados para a vida.<br />
A busca por esta postura leva-me a refletir sobre o cuidado nas nossas<br />
relações e segundo Leonardo Boff (2003, p.49) ao citar a Fábula do Cuidado, nos<br />
diz: “originário é o cuidado que foi o primeiro a moldar o ser humano... o cuidado,<br />
portanto, entra na constituição do ser humano. Sem ele não é humano”.