ÃLIDA MARIA ESPONTÃO CASTANHO UMA ESCUTA ... - Abratecom
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O que acontece muitas vezes é que aceitamos ou negamos uma explicação<br />
de maneira consciente ou inconsciente e nos movemos na vida cotidiana nos<br />
caminhos explicativos da objetividade-entre-parênteses e da objetividade-semparênteses.<br />
Quando estamos reunidos com pessoas das quais gostamos, que são de<br />
nossa preferência, que pertencem ao nosso domínio de aceitação mútua, agimos na<br />
objetividade-entre-parênteses. Neste caminho, não há uma única verdade, mas uma<br />
pluralidade de realidades, cada qual legítima, ainda que não possuam o mesmo<br />
conteúdo, e que não sejam igualmente desejáveis para serem vividas.<br />
No caminho explicativo da objetividade-entre-parênteses, o fato de uma<br />
pessoa gostar da vida urbana e o outro gostar da vida no campo ou de um ser<br />
cristão e o outro politeísta, não se torna motivo para uma dinâmica de negação na<br />
convivência com o outro, uma vez que ser diferente, apresentar preferências que<br />
não coincidem, não se tornam causas para a exclusão de um ou outro. Neste caso,<br />
há a responsabilidade do agir em um domínio de realidade que conscientemente se<br />
fundamenta pela emoção da aceitação de si mesmo e do outro, por ser uma<br />
preferência pessoal e um posicionamento em não acusar o outro de estar<br />
equivocado em suas escolhas e argumentos.<br />
Já no “caminho explicativo da objetividade-sem-parênteses, as relações<br />
humanas não ocorrem na aceitação mútua” Maturana (2001, p.49). Disto decorre um<br />
mover-se na negação do outro. Existe uma realidade que é dada como objetiva,<br />
para a qual nos direcionamos, e que utilizamos como base para validar nossas<br />
explicações.<br />
Agimos como se o que falamos fosse aceito em decorrência de sua referência<br />
a algo que é independente de nós. De acordo com Maturana (2001, p.46):