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ÉLIDA MARIA ESPONTÃO CASTANHO UMA ESCUTA ... - Abratecom

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circunstâncias. Essas interações recorrentes de aceitação mútua e não tão somente<br />

o consenso por certo modo de viver, provocaram mudanças estruturais nos<br />

organismos humanos, formando sucessivamente uma nova série de gerações, ao<br />

criar uma maneira de viver em um contexto.<br />

Maturana esclarece-nos que “o central no fenômeno evolutivo está na<br />

mudança do modo de vida, e em sua conservação na constituição de uma linhagem<br />

de organismos congruentes com sua circunstância, e não em desacordo com ela”<br />

(2001, p.21). A evolução humana se faz presente pela condição do humano estar<br />

inserido em um mundo lingüístico, aonde o seu comportamento vai além do instintivo<br />

e pode ser aprendido, gerando a possibilidade de um desenvolvimento contínuo do<br />

jeito de viver e, sendo este o aspecto importante que carregamos, damos origem a<br />

outros organismos congruentes com seu meio, que carregam, também, a<br />

possibilidade da mudança.<br />

Quando cito que o comportamento humano é aprendido, não estou me<br />

referindo ao modelo de aprendizagem que habitualmente encontramos, no qual uma<br />

pessoa se torna receptáculo de conteúdos prontos, acabados e de realidades<br />

independentes de quem aprende. Refiro-me ao que diz Maturana, (2001, p.60):<br />

“o que está envolvido no aprender é a transformação de nossa<br />

corporalidade, que segue um curso ou outro, dependendo de nosso<br />

modo de viver. Sabemos que o aprender tem a ver com as<br />

mudanças estruturais que ocorrem em nós de maneira contingente<br />

com a história de nossas interações”<br />

Neste momento me recordo da história do “menino lobo”, o qual foi criado na<br />

selva entre e pelos os animais. Ele cresceu corporalmente diferente das crianças<br />

que são expostas a uma história de interações humanas. O “menino lobo”, não<br />

tendo sido exposto a uma história humana, não aprendeu seus usos e costumes e<br />

não tendo tido a sua transformação nessa história, a partir de seu viver nela, não se<br />

tornou humano. Parece ficar claro que o nosso corpo constitui a possibilidade da

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