ÃLIDA MARIA ESPONTÃO CASTANHO UMA ESCUTA ... - Abratecom
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CAPÍTULO 2<br />
PROBLEMATIZAÇÃO<br />
Iniciando este capítulo, penso na etapa da problematização como uma<br />
fogueira, mas não como aquela que queima, sufoca e nos afasta do seu calor, mas<br />
como aquela que brilha e nos chama a participar dos andaimes da sua construção,<br />
para que o seu fogo, que traz a luz, nunca se apague. A metáfora da fogueira é<br />
explicada por Monk (1997) in Grandesso (2000, p.253):<br />
“Para manter a primeira chama vacilante acesa, necessita-se colocar<br />
pequenos gravetos mais finos, vários deles no tempo adequado. Se<br />
for colocado apenas um, ele rapidamente será consumido e o fogo<br />
apagar-se-á; se forem muitos de uma só vez, ou lenha muito<br />
pesada, a chama será sufocada. Assim, gentil e habilmente cuidada,<br />
a chama pode ser alimentada pelo oxigênio, até que, estabelecida, a<br />
fogueira possa receber a lenha mais pesada e seguir por si mesma<br />
sua vida”.<br />
Na Terapia Comunitária, a fase da problematização é desenvolvida quando o<br />
terapeuta apresenta ao grupo um mote, com a idéia de que este constitui a escolha<br />
de mais um recurso (mais um graveto), particularmente adequado ao momento do<br />
grupo, para que o interesse e o envolvimento dos participantes na co-construção de<br />
um contexto de novas narrativas não se apaguem; para que tenha em cada<br />
participante um parceiro de diálogo, na crença de que esta abordagem gera<br />
aberturas compartilhadas, onde mesmo o relato de histórias sofridas guardam o<br />
brilho de experiências que podem ser narradas em torno de habilidades,<br />
competências e talentos.