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Contadores de Histórias: um exercício para muitas vozes<br />
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como possíveis itens de elaboração alguns pontos-chave, tais como aqueles que utilizo<br />
em minha vivência com as bibliotecas e seus leitores: a) um grande desejo de transformação;<br />
b) a leitura de múltiplas linguagens como propulsora e facilitadora dos encontros<br />
– e a linguagem da Arte, aí, como fundamental; c) o trabalho com a singularização<br />
das imagens; d) a inserção do que denomino de redes afetivas – mais do que com<br />
as comunidades interpretativas; redes cuja comunicação é, no meu entender, uma<br />
comum ação, uma comunhão; e) a constituição de um olhar indagador; f) o movimento<br />
da Informação, instrumental das bibliotecas, ser percebido como recurso simbólico, e<br />
a cultura ser compreendida como um reservatório, ou repertório de práticas e referentes<br />
internos/externos; g) teoria e prática devem imbricar-se num quefazer que envolva<br />
espaços teóricos de discussão e de prática com abordagem prazerosa da relação textosujeito-contexto;<br />
h) uma ressignificação dos conteúdos muitas vezes dilacerantes da<br />
realidade empreendida por grupos solidários entre si, por meio da ressignificação das<br />
práticas informacionais das comunidades a que pertencem.<br />
E, mais que tudo, compreender que um dos seus aspectos mais importantes é o<br />
da significação, e que, portanto, perguntar-se sobre seu valor também é da ordem<br />
das questões capitais.<br />
O mito da busca do sentido, para Maffesoli, porque estamos vivendo momento de<br />
profunda entropia, fragmentação, desintegração, é um mito que devemos buscar juntos.<br />
Assim o autor defende, em sua obra mais conhecida, uma tribalização do mundo. E<br />
é este o sentido contemporâneo de Estética para o autor: ela tem, agora, um sentido de<br />
comunhão. Esta consciência estética se opõe a uma consciência racionalista; ela gira em<br />
torno de uma compreensão da Totalidade, valendo-se da virtualidade que já existe em<br />
nós (Forma/Força). Como ainda não compreendemos, pois nossa percepção ainda está<br />
na linha da causalidade (causa/efeito), será necessária uma transfiguração – sair do que<br />
nossos olhos percebem (a figura) e ir para o ícone (imagem com sentido).<br />
O que implica numa metodologia de ruptura com os padrões até então vigentes.<br />
Uma ruptura no modo corriqueiro de ver a Biblioteca, para uma ampliação do olhar<br />
sobre ela; uma ruptura para um religare do homem consigo mesmo, com o contexto