13.03.2015 Views

Flash - Fonoteca Municipal de Lisboa

Flash - Fonoteca Municipal de Lisboa

Flash - Fonoteca Municipal de Lisboa

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

O Philip<br />

Roth inglês<br />

O prémio Man<br />

Booker 2010 sobre<br />

o que é ser ju<strong>de</strong>u.<br />

“Já <strong>de</strong>via estar à espera disto. A sua<br />

vida tinha sido uma sucessão <strong>de</strong> infelicida<strong>de</strong>s,<br />

umas a seguir às outras. De<br />

forma que já <strong>de</strong>via estar a contar com<br />

esta.” É este o registo <strong>de</strong> “A Questão<br />

Finkler”, <strong>de</strong> Howard Jacobson, o romance<br />

vencedor do Man Booker Prize<br />

2010 que será publicado pela Porto<br />

Editora.<br />

A personagem Julian Treslove tem<br />

quase 50 anos e está em crise <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>.<br />

Quando uma mulher lhe chama<br />

Ju<strong>de</strong>u – ele não é ju<strong>de</strong>u – começa<br />

a viver obcecado com o judaísmo apesar<br />

<strong>de</strong> não ter uma opinião concreta<br />

sobre a circuncisão, o conflito entre<br />

Israel e a Palestina, ou os monumentos<br />

ao Holocausto – na verda<strong>de</strong>, sobre<br />

todo e qualquer aspecto da cultura<br />

judaica dos nossos dias. Howard Jacobson,<br />

escritor britânico <strong>de</strong> origem<br />

judaica, é consi<strong>de</strong>rado “o Philip Roth<br />

inglês”, ,por causa dos seus romances<br />

centrarem-se nas relações e<br />

nos comportamentos da socieda<strong>de</strong><br />

judaica britânica.<br />

Ele, <strong>de</strong> forma irónica e<br />

polémica, prefere que<br />

lhe chamem “o Jane<br />

Austen ju<strong>de</strong>u”. I.C.<br />

Howard<br />

Jacobson,<br />

escritor<br />

britânico <strong>de</strong><br />

origem<br />

judaica, é<br />

consi<strong>de</strong>rado<br />

“o Philip Roth<br />

inglês”<br />

O escritor<br />

na<br />

berlinda<br />

“Liberda<strong>de</strong>” foi o livro<br />

do ano 2010 nos EUA.<br />

Jonathan Franzen o<br />

escritor da década. Isabel<br />

Coutinho<br />

LUKE MACGREGOR/REUTERS<br />

À terceira foi <strong>de</strong> vez. O escritor Michel<br />

Houellebecq recebeu o Prémio Goncourt,<br />

no dia 8 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 2010,<br />

pelo romance “La Carte et le territoire”.<br />

Venceu à primeira volta com sete<br />

votos contra dois. O livro, ainda sem<br />

título em português, vai ser editado<br />

pela Objectiva.<br />

O escritor já tinha sido finalista <strong>de</strong>ste<br />

prémio, em 1988, com “As Partículas<br />

Elementares” (editado em Portugal<br />

pela Temas e Debates), e em 2005<br />

com “A Possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma Ilha”<br />

(Dom Quixote). Talvez este seja, <strong>de</strong><br />

todos os seus livros, o mais fácil <strong>de</strong> ler<br />

– diz ele. Mas é também o mais complicado<br />

em termos <strong>de</strong> estrutura.<br />

Há cinco anos que o autor francês<br />

contemporâneo mais conhecido e<br />

vendido no mundo não publicava um<br />

romance. Frédéric Beigbe<strong>de</strong>r, seu<br />

amigo <strong>de</strong> longa data, escreveu no “Le<br />

Fígaro” que “La Carte et le territoire”<br />

é um livro sobre “o <strong>de</strong>saparecimento<br />

da arte e a transformação da França<br />

em objecto <strong>de</strong> museu” para o turismo<br />

mundial.<br />

É também uma obra sobre a solidão<br />

e a velhice. Nela, Houellebecq leva<br />

mais longe a sua paródia: o escritor e<br />

o seu cão, personagens do romance,<br />

são violentamente assassinados. Mas<br />

antes disso, Jed Martin, a personagem<br />

principal, um fotógrafo, vai à Irlanda<br />

pedir ao famoso escritor que escreva<br />

um texto para o catálogo <strong>de</strong> uma das<br />

suas exposições. Ao longo <strong>de</strong> todo o<br />

livro surgem personagens com nomes<br />

<strong>de</strong> pessoas que existem na realida<strong>de</strong>.<br />

Logo no primeiro capítulo encontramos<br />

Jeff Koons e Damien Hirst, artistas<br />

plásticos. A revista “Les Inrockuptibles”<br />

escreveu que as personagens<br />

masculinas – o fotógrafo, o pai arquitecto<br />

e o escritor famoso – são todas<br />

Houellebecq, que neste livro faz o seu<br />

melhor auto-retrato.<br />

Livro lançado, Houellebecq foi acusado<br />

<strong>de</strong> plágio por ter usado citações<br />

da wikipédia e <strong>de</strong> “sites” oficiais da<br />

net que <strong>de</strong>pois modificou numa técnica<br />

que se aproxima do patchwork.<br />

O PDF do livro foi disponibilizado na<br />

Internet com a mensagem: “ La carte<br />

et le territoire’ é uma obra <strong>de</strong> Michel<br />

Houellebecq sob licença da Creative<br />

Commons”.<br />

O mais famoso escritor francês contemporâneo,<br />

que era o inimigo público<br />

que passou a ser amado pelos média,<br />

afirmou que talvez este fosse o<br />

seu último livro. Mas como não controla<br />

nada agora já não sabe se isso<br />

será verda<strong>de</strong>. I.C.<br />

Finalmente, o Goncourt<br />

2010 foi o ano em que Michel<br />

Houellebecq passou <strong>de</strong> inimigo<br />

público a escritor adorado.<br />

O mais<br />

famoso<br />

escritor<br />

francês<br />

contemporâneo<br />

afirmou que<br />

talvez este<br />

fosse o seu<br />

último livro<br />

Aconteceu o improvável. No dia 6 <strong>de</strong><br />

Dezembro <strong>de</strong> 2010, o escritor norteamericano<br />

<strong>de</strong> que mais se falou o ano<br />

passado, Jonathan Franzen, sentou-se<br />

em frente à apresentadora mais famosa<br />

da América: Oprah Winfrey. Os<br />

dois tiveram uma <strong>de</strong>savença há anos,<br />

era o momento <strong>de</strong> fazerem as pazes.<br />

O <strong>de</strong>sentendimento aconteceu quando<br />

Oprah escolheu “Correcções”, em<br />

2001, para o Clube do Livro do seu<br />

programa. Em vez <strong>de</strong> se mostrar satisfeito<br />

por ter sido escolhido, Franzen<br />

disse que temia que os leitores<br />

masculinos se afastassem do romance.<br />

Comportou-se como um snobe.<br />

Oprah não gostou das consi<strong>de</strong>rações,<br />

<strong>de</strong>sconvidou-o e Franzen não chegou<br />

a ir ao programa. Nessa altura apren<strong>de</strong>u<br />

uma lição: tem que se ter respeito<br />

pela TV e pelo seu po<strong>de</strong>r.<br />

Nove anos <strong>de</strong>pois, Oprah voltou a<br />

escolher um romance <strong>de</strong> Franzen para<br />

o seu Clube do Livro mas pediu-lhe<br />

permissão. Ele ficou feliz. E ela anunciou<br />

o livro como “uma obra-prima que<br />

abrange três décadas”, “uma saga familiar<br />

épica” que tem <strong>de</strong> tudo: sexo e<br />

amor, rock and roll, enfim, tudo aquilo<br />

que se quer num livro, disse. O romance<br />

chama-se “Freedom” e vai ser<br />

publicado pela Dom Quixote, em Fevereiro,<br />

com o título “Liberda<strong>de</strong>”.<br />

Conta-nos a história da família Berglunds<br />

e ao longo do livro tudo se<br />

<strong>de</strong>smorona ou tudo se compõe. Walter<br />

Berglund é um pai em crise <strong>de</strong><br />

meia-ida<strong>de</strong>, um advogado <strong>de</strong>fensor<br />

do meio ambiente que faz algumas<br />

escolhas erradas. Patty é a sua mulher<br />

e parece perfeita à volta dos filhos,<br />

Jessica e Joey. Nos tempos <strong>de</strong> faculda<strong>de</strong>,<br />

Patty era basquetebolista e apaixonada<br />

pelo músico Richard Katz,<br />

companheiro <strong>de</strong> quarto <strong>de</strong> Walter. Foi<br />

a partir <strong>de</strong>la que Franzen começou a<br />

construir o romance e os leitores vão<br />

seguindo a sua vida através dos anos<br />

Bush até ao início da governação <strong>de</strong><br />

Barack Obama. “‘Liberda<strong>de</strong>’ <strong>de</strong>screve<br />

e disseca os fracassos e hipocrisias <strong>de</strong><br />

uma vulgar família da classe média<br />

do Midwest <strong>de</strong>nunciando através <strong>de</strong>la<br />

as tentações e os pesa<strong>de</strong>los conse-<br />

PIERRE VERDY<br />

O regresso <strong>de</strong> Lídia<br />

Jorge<br />

Um romance sobre o êxito e<br />

a perda. E a fama.<br />

“Combateremos a Sombra”, o último<br />

romance <strong>de</strong> Lídia Jorge, foi publicado<br />

em 2007. Quatro anos <strong>de</strong>pois, em Mar-<br />

livros<br />

DANIEL ROCHA<br />

20 • Sexta-feira 7 Janeiro 2011 • Ípsilon

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!