13.03.2015 Views

Flash - Fonoteca Municipal de Lisboa

Flash - Fonoteca Municipal de Lisboa

Flash - Fonoteca Municipal de Lisboa

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Concertos<br />

Nurse With Wound: música sombria e perturbadora<br />

Pop<br />

Arriscar,<br />

criar<br />

Os históricos Nurse With<br />

Wound amanhã no Maria<br />

Matos. Mário Lopes<br />

Nurse With Wound & Blind Cave<br />

Salaman<strong>de</strong>r<br />

<strong>Lisboa</strong>. Teatro <strong>Municipal</strong> Maria Matos - Sala<br />

Principal. Av. Frei Miguel Contreiras, 52. Amanhã,<br />

às 22h. Tel.: 218438801. 6€ a 15€.<br />

O sentido <strong>de</strong> risco é basilar aos Nurse<br />

With Wound. Fundados pelo inglês<br />

Steven Stapleton no final da década<br />

<strong>de</strong> 70, inicialmente tomados como<br />

parte da então emergente música<br />

industrial (a classificação ficou,<br />

Stapleton aproveitou as poucas<br />

oportunida<strong>de</strong>s em que fala ao mundo<br />

para se afastar <strong>de</strong>la), passariam as<br />

décadas seguintes a criar música<br />

absolutamente livre: livre na<br />

composição, improvisada; livre na<br />

instrumentação, com instrumentos<br />

convencionais <strong>de</strong>slocados do seu<br />

ambiente natural, a conviver com<br />

objectos do quotidiano; livre nas<br />

fontes em que bebe inspiração, tendo<br />

o kraut <strong>de</strong> Cluster, Amon Düul ou<br />

Faust como referência primordial,<br />

lado a lado com o surrealismo e os<br />

dadaístas, com mecânicas free-jazz,<br />

música noise e concreta.<br />

Os Nurse With Wound são música<br />

sombria e perturbadora. São música<br />

ambiente que nunca preten<strong>de</strong><br />

oferecer simplesmente serenida<strong>de</strong> ao<br />

ouvinte. Atingiram um dos seus<br />

maiores momentos, no que diz<br />

respeito à concretização <strong>de</strong> uma<br />

visão artística, em “Soliloquy For<br />

Lillith”, triplo álbum editado em<br />

1988, criado por Stapleton e Diana<br />

Rogerson pela sobreposição <strong>de</strong><br />

camadas sonoras em loop: vários<br />

pedais ofereciam uma vasta gama <strong>de</strong><br />

ondas eléctricas que o duo<br />

manipulou e organizou livremente<br />

através <strong>de</strong> movimentos corporais,<br />

utilizando o método e o princípio<br />

aplicados ao theremin.<br />

Apesar <strong>de</strong> ser um criador que<br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong> o isolamento, sem<br />

interferências <strong>de</strong> qualquer espécie,<br />

como força motriz da sua obra,<br />

Steven Stapleton, que vive <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

La Shica noTheatro Circo <strong>de</strong> Braga<br />

meados da década passada numa<br />

quinta na Irlanda, tem entre a sua<br />

extensa discografia (são <strong>de</strong>zenas e<br />

<strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> edições) variadíssimas<br />

colaborações: com o melhor amigo<br />

David Tibet, com os Stereolab, Jim<br />

O’Rourke ou os Faust. É<br />

precisamente aqui que regressamos<br />

ao início do texto, ao risco. Porque os<br />

Nurse With Wound não vêm sozinhos<br />

ao Maria Matos.<br />

Amanhã, subirão a palco com os<br />

Blind Cave Salaman<strong>de</strong>r, duo formado<br />

por Fabrizio Modonese Palumbo e<br />

Paul Beauchamp. Objectivo: com<br />

Steve Stapleton (guitarra), Colin<br />

Potter (electrónica) e Julia Kent<br />

(violoncelo), com a guitarra <strong>de</strong><br />

Fabrizio Modonese e a electrónica <strong>de</strong><br />

Paul Beauchamp, dar corpo<br />

instrumental à música <strong>de</strong> “Soliloquy<br />

For Lilith”. Arriscar: Stapleton não<br />

sabe fazer <strong>de</strong> outra forma.<br />

Clássica<br />

O <strong>de</strong>safio<br />

<strong>de</strong> Mário<br />

Laginha<br />

Ao lado da Orquestra<br />

Sinfónica do Porto, o<br />

pianista interpreta no Porto<br />

e em <strong>Lisboa</strong> o Concerto que<br />

escreveu em 2009. Cristina<br />

Fernan<strong>de</strong>s<br />

Mário Laginha e Orquestra<br />

Sinfónica do Porto Casa da<br />

Música<br />

Direcção Musical d Christoph Konig.<br />

Porto. Casa da Música - Sala Suggia. Pç. Mouzinho<br />

<strong>de</strong> Albuquerque. Hoje, às 21h. Tel.: 220120220.<br />

<strong>Lisboa</strong>. CCB - Gran<strong>de</strong> Auditório. Pç. Império.<br />

Amanhã, às 21h. Tel.: 213612400. 5€ a 25€.<br />

Obras <strong>de</strong> Dohnányi, nyi, Laginha e<br />

Strauss.<br />

Agenda<br />

Sexta 7<br />

JP Simões & Convidados<br />

<strong>Lisboa</strong>. Galeria Zé dos Bois. R. da Barroca, 59, às<br />

23h. Tel.: 213430205. 10€.<br />

Ver texto na pág. 12.<br />

André Fernan<strong>de</strong>s Quarteto &<br />

Bernardo Sassetti<br />

Braga. Espaço Cultural Pedro Remy. R. Dom<br />

Gualdim Pais, 36, às 22h. Tel.: 253610300.<br />

Da Casa dos Mortos<br />

Direcção Musical <strong>de</strong> Esa Pekka-<br />

Salonen. Encenação <strong>de</strong> Kristiina<br />

Helin. Coro e Orquestra Gulbenkian.<br />

<strong>Lisboa</strong>. Fundação e Museu Calouste Gulbenkian<br />

- Gran<strong>de</strong> Auditório. Av. <strong>de</strong> Berna, 45A, às 19h. Tel.:<br />

217823700. 15€ a 35€.<br />

Mês Janácek.<br />

Strauss Festival Orchestra e<br />

Strauss Ballet Ensemble<br />

Porto. Coliseu. R. Passos Manuel, 137, às 21h30. Tel.:<br />

223394947. 15€ a 45€.<br />

Elena Rojas e Wei-Hsien Lien<br />

Monte Estoril. Museu da Música Portuguesa - Casa<br />

Verda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Faria. Av. Sabóia, 1146 - B., às 18h30.<br />

Tel.: 214815901. Entrada gratuita.<br />

9 Years of Sonic Culture<br />

Com Wolfgang Voigt + Jorg Burger,<br />

Magda, Expan<strong>de</strong>r, Manu, André,<br />

Dexter.<br />

<strong>Lisboa</strong>. Lux Frágil. Av. Infante D. Henrique -<br />

Armazém A, às 23h. Tel.: 218820890. Consumo<br />

mínimo.<br />

Paula Sousa Quinteto<br />

<strong>Lisboa</strong>. Onda Jazz. Arco <strong>de</strong> Jesus, 7, às 22h30. Tel.:<br />

919184867. 8€.<br />

Sábado 8<br />

Kátia Kabanová<br />

<strong>Lisboa</strong>. Teatro Nacional <strong>de</strong> São Carlos. Lg. S.<br />

Carlos, 17. 2ª, 3ª, 4ª, 6ª e Sáb. às 20h. Dom. às 16h.<br />

Tel.: 213253045. 30€ a 75€.<br />

Mês Janácek.<br />

9 Years of Sonic Culture<br />

Com Wolfgang Voigt + Jorg Burger,<br />

Expan<strong>de</strong>r.<br />

Laginha na interpretação do Concerto<br />

para Piano e Orquestra que o pianista<br />

e compositor escreveu em 2009, após<br />

vários anos <strong>de</strong> hesitação. O facto <strong>de</strong><br />

ser um género musical com um<br />

gran<strong>de</strong> peso da história e uma galeria<br />

<strong>de</strong> obras magníficas intimidava-o, mas<br />

a paixão pelo <strong>de</strong>safio foi mais forte.<br />

Laginha é um dos gran<strong>de</strong>s nomes do<br />

jazz, mas a sua sensibilida<strong>de</strong> foi<br />

formada também pela música<br />

clássica e por muitas outras<br />

músicas, as quais<br />

convoca<br />

sempre que tem<br />

necessida<strong>de</strong>. Um dos<br />

exemplos evi<strong>de</strong>ntes, com<br />

excelentes resultados, é o<br />

seu Chopin revisitado por<br />

arranjos jazzísticos,<br />

Hoje no Porto (às 21h, na Casa<br />

da Música) e amanhã em<br />

<strong>Lisboa</strong> (à mesma hora, no<br />

Centro Cultural <strong>de</strong><br />

Belém), a<br />

Orquestra<br />

projecto gravado<br />

recentemente<br />

em disco.<br />

No texto que<br />

escreveu sobre<br />

o seu<br />

Sinfónica do<br />

Porto vai<br />

Laginha é um dos gran<strong>de</strong>s<br />

nomes do jazz, mas a sua<br />

Concerto<br />

para Piano,<br />

partilhar o palco<br />

sensibilida<strong>de</strong> foi formada<br />

Laginha<br />

com Mário também pela música clássica<br />

recorda que<br />

Esa Pekka-Salonen dirige<br />

na Casa da Música e na Gulbenkian<br />

Porto. Gare Clube. Rua da Ma<strong>de</strong>ira, 182, às 0h. Tel.:<br />

912564343.<br />

Domingo 9<br />

Orquestra Barroca Casa da<br />

Música<br />

Porto. Casa da Música - Sala Suggia. Pç. Mouzinho<br />

<strong>de</strong> Albuquerque, às 18h. Tel.: 220120220. 11€.<br />

Obras <strong>de</strong> Hän<strong>de</strong>l, Marcello, Corelli,<br />

Telemann e Vivaldi.<br />

Terça 11<br />

Philharmonia Orchestra<br />

Direcção Musical <strong>de</strong> Esa-Pekka<br />

Salonen. Com Leila Josefowicz<br />

(violino).<br />

<strong>Lisboa</strong>. Fundação e Museu Calouste Gulbenkian -<br />

Gran<strong>de</strong> Auditório. Av. Berna, 45A, às 21h. Tel.:<br />

217823700. 25€ a 65€.<br />

António Rosado e Orquestra<br />

Metropolitana <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong><br />

Direcção Musical <strong>de</strong> Isin Metin.<br />

<strong>Lisboa</strong>. Centro Cultural <strong>de</strong> Belém - Gran<strong>de</strong><br />

Auditório. Pç. Império, às 21h. Tel.: 213612400. 5€ a<br />

20€.<br />

À Descoberta do Mediterrâneo -<br />

obras <strong>de</strong> Rossini, Saint-Saëns e<br />

Saygun.<br />

Luís Figueiredo Trio<br />

Porto. Casa da Música - Sala 2. Pç. Mouzinho <strong>de</strong><br />

Albuquerque, às 19h30. Tel.: 220120220. 7,5€.<br />

Ciclo Jazz Galp.<br />

Quinta 13<br />

Philharmonia Orchestra e Coro<br />

Gulbenkian<br />

Direcção Musical <strong>de</strong> Esa-Pekka<br />

Salonen. Com Attila Fekete (tenor),<br />

Michele Kalmandi (baixo).<br />

<strong>Lisboa</strong>. Coliseu dos Recreios. R. Portas St. Antão,<br />

96, às 21h. Tel.: 213240580. 20€ a 65€.<br />

Ciclo Gran<strong>de</strong>s Orquestras. Obras <strong>de</strong><br />

Bartók e Stravinsky.<br />

La Shica<br />

Braga. Theatro Circo - Sala Principal. Av.<br />

Liberda<strong>de</strong>, 697, às 21h30. Tel.: 253203800. 12€.<br />

MUSA - Ciclo no Feminino.<br />

“a linguagem do jazz se <strong>de</strong>senvolveu<br />

afastando-se do universo clássico” e<br />

que “a forma como se tocam os<br />

instrumentos, o som que se tira <strong>de</strong>les<br />

e as próprias formações” conferiram<br />

“uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> muito própria ao<br />

jazz”. Por essa razão, po<strong>de</strong>ria<br />

“parecer um contrasenso tentar<br />

reaproximar aquilo que<br />

naturalmente se separou”, só que a<br />

postura <strong>de</strong> Laginha é outra: a <strong>de</strong><br />

assumir a contaminação das músicas<br />

e dos estilos que o atraem. “Aquilo<br />

que eu pretendi fazer foi<br />

simplesmente tentar perceber o que<br />

posso utilizar, como <strong>de</strong>vo utilizar e<br />

quando utilizar essas características.<br />

É um terreno difícil, mas o <strong>de</strong>safio é<br />

<strong>de</strong>masiado atraente.”<br />

O programa, dirigido por<br />

Christoph Konig, inclui ainda a<br />

“Rapsódia Americana”, <strong>de</strong> Ernst von<br />

Dohnányi, compositor húngaro que<br />

se mudou para os Estados Unidos<br />

após a Segunda Guerra Mundial — o<br />

país-tema da nova temporada da<br />

Casa da Música são os EUA — e o<br />

poema sinfónico <strong>de</strong> Richard Strauss<br />

“Uma Vida <strong>de</strong> Herói.”<br />

36 • Sexta-feira 7 Janeiro 2011 • Ípsilon

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!