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Flash - Fonoteca Municipal de Lisboa

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O ano<br />

<strong>de</strong> James<br />

Franco...<br />

O talento enorme<br />

parecia andar<br />

ao lado <strong>de</strong> uma<br />

gran<strong>de</strong> carreira.<br />

Mas este ano...<br />

Chamaram-lhe “o novo James Dean”<br />

<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ter recriado o ícone <strong>de</strong><br />

Hollywood num telefilme <strong>de</strong> 2001.<br />

Mas nem a sua presença nos “Homem-Aranha”<br />

<strong>de</strong> Sam Raimi o salvou<br />

<strong>de</strong> uma década em que o talento enorme<br />

<strong>de</strong> James Franco parecia andar ao<br />

lado <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> carreira. Até que<br />

papéis secundários em “Milk”, <strong>de</strong> Gus<br />

van Sant, e “Pineapple Express”, <strong>de</strong><br />

David Gordon Green, seguido <strong>de</strong> presenças<br />

em veículos para Julia Roberts<br />

PHIL MCCARTE/REUTERS<br />

e Steve Carell e uma participação conceptual<br />

na telenovela “General Hospital”,<br />

o <strong>de</strong>volveram à primeira linha<br />

<strong>de</strong> Hollywood. 2011 po<strong>de</strong> bem ser o<br />

seu ano: “127 Horas”, o novo Danny<br />

Boyle (estreia a 24 <strong>de</strong> Fevereiro), on<strong>de</strong><br />

é o único actor no écrã durante 90<br />

por cento do filme, parece ter garantida<br />

a nomeação para os Oscares. Mas<br />

vamos também po<strong>de</strong>r vê-lo a recriar<br />

o poeta beat Allen Ginsberg em “Howl”<br />

(em Junho), e a li<strong>de</strong>rar o elenco<br />

da “prequela” do “Planeta dos Macacos”,<br />

“Rise of the Apes” ( Julho), e da<br />

nova comédia <strong>de</strong> David Gordon Green,<br />

“Real Desatino” (Abril). J. M.<br />

James Franco<br />

como Allen<br />

Ginsberg em<br />

“Howl”<br />

MARIO ANZUONI /REUTERS<br />

Natalie<br />

Portman em<br />

“O Cisne<br />

Negro”<br />

... e o ano <strong>de</strong> Natalie<br />

Portman<br />

A sua performance tempestuosa<br />

no “Cisne Negro” <strong>de</strong> Darren<br />

Aronofsky coloca-a à frente da<br />

corrida para os Óscares.<br />

Tinha apenas 13 anos quan-<br />

do Luc Besson a revelou em<br />

“Léon, o Profissional” - e, <strong>de</strong><br />

então para cá, Natalie Portman<br />

faz questão <strong>de</strong> evitar a “maldição<br />

da<br />

actriz criança”, mesmo que isso<br />

implicasse passar ao lado do estatuto<br />

to <strong>de</strong> “ve<strong>de</strong>ta” que muitos lhe<br />

profetizavam e preferisse ser uma<br />

actriz que (apesar da primeira trilogia<br />

da “Guerra das Estrelas”)<br />

prefere rodar com Milos Forman,<br />

Amos Gitai, Wong Kar-Wai<br />

ou<br />

Wes An<strong>de</strong>rson. Dificilmen-<br />

te<br />

2011 não lhe vai trazer o reconhecimento<br />

há muito merecido: a<br />

sua performance tempestuosa no<br />

“Cisne Negro” <strong>de</strong> Darren Aronofsky<br />

(estreia 3 <strong>de</strong> Fevereiro) coloca-a à<br />

frente da corrida para os Óscares,<br />

dando o “pontapé <strong>de</strong> saída” para um<br />

ano on<strong>de</strong> a vamos ver em duas comédias<br />

(“Sexo sem Compromisso”, <strong>de</strong><br />

Ivan Reitman, ao lado <strong>de</strong> Ashton Kutcher,<br />

em Fevereiro, e “Real Desatino”,<br />

<strong>de</strong> David Gordon Green, com<br />

James Franco e Zooey Deschanel, em<br />

Abril) e na mais recente BD filmada<br />

da Marvel, “Thor”, dirigida por Kenneth<br />

Branagh (Abril). J. M.<br />

NUNO FERREIRA SANTOS<br />

ERIC GAILLARD/REUTERS<br />

O realizador e<br />

as suas<br />

ve<strong>de</strong>tas: Mimi<br />

Le Meaux,<br />

Kitten on the<br />

Keys, Dirty<br />

Martini e Julie<br />

Atlas Muz<br />

e <strong>de</strong> intérprete (aquilo que fez para o<br />

cinema <strong>de</strong> Arnaud Desplechin, por<br />

exemplo). Criando algo <strong>de</strong> mais selvagem<br />

com a ajuda <strong>de</strong> opulentos<br />

exemplares do “burlesque”: Mimi Le<br />

Meaux, Kitten on the Keys, Dirty Martini<br />

ou Julie Atlas Muz, criaturas do<br />

revival <strong>de</strong> uma tradição do vau<strong>de</strong>ville<br />

americano, o New Burlesque, que nada<br />

tem a ver com o <strong>de</strong>sign escultural<br />

<strong>de</strong> Dita Von Teese (nem, já agora, com<br />

o <strong>de</strong> Christina Aguillera e <strong>de</strong> Cher).<br />

Amalric interpreta o empresário <strong>de</strong><br />

um show que regressa a França com<br />

as suas artistas, recrutadas nos EUA,<br />

disposto a vencer em Paris. On<strong>de</strong> nunca<br />

chegará - “malaise” e melancolia,<br />

figura em fuga, nunca se sabendo se<br />

corre para um objectivo ou se foge <strong>de</strong><br />

si próprio. O filme é generoso e caótico,<br />

sempre em trânsito entre o documental<br />

(os shows, filmados em<br />

tournée pela costa francesa) e o ficcional,<br />

<strong>de</strong>senvolve-se através <strong>de</strong> linhas<br />

<strong>de</strong> fuga que se <strong>de</strong>sviam e ao mesmo<br />

tempo querem regressar a uma<br />

base - esse é o périplo do janota existencialista<br />

Joachim<br />

Amalric, sempre <strong>de</strong> saída e sempre<br />

<strong>de</strong> regresso a estas meninas <strong>de</strong> carne<br />

e <strong>de</strong> luz esplendorosamente fotografadas.<br />

Ípsilon • Sexta-feira 7 Janeiro 2011 • 9

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