Flash - Fonoteca Municipal de Lisboa

Flash
Sumário
2011 6
Todos os nomes
do ano que agora
começa, de Steven
Spielberg aos
Von Calhau!
Ontroerend
Goed 24
O espectador
no seu labirinto
em três “rounds”
na Culturgest
Congotronics nics 26
O som do Congo compilado
por Vincent Kenis
Sergei Loznitsa 28
“Coup de foudre” com um
cineasta bielorusso
Ficha Técnica
Directora Bárbara Reis
Editor Vasco Câmara,
Inês Nadais (adjunta)
Conselho editorial Isabel
Coutinho, Óscar Faria, Cristina
Fernandes, Vítor Belanciano
Design Mark Porter, Simon
Esterson, Kuchar Swara
Directora de arte Sónia Matos
Designers Ana Carvalho,
Carla Noronha,
Mariana Soares
Editor de fotografia ografia
Miguel Madeira
E-mail: ipsilon@
publico.pt
Yoda e a Pantera
Cor-de-Rosa na lista
da Biblioteca do
Congresso
A Biblioteca do Congresso dos EUA
seleccionou mais 25 filmes para
serem preservados para memória
futura. Com estas novas entradas, o
número de filmes no arquivo
filmográfico da Biblioteca, que tem
como missão proteger as obras mais
A retrospectiva
Tom of Finland é
uma espécie de
“homecoming”,
mas um “homecoming”
polémico
marcantes do cinema norteamericano,
chega a 550. Do lote dos
escolhidos fazem parte, entre
outros, “O Exorcista” (1973), de
William Friedkin, “O Império
Contra Ataca” (1980), de Irvin
Kershner, “Os Homens do
Presidente” (1976), de Alan J.
Pakula, “Malcolm X” (1992), de
Spike Lee, “Febre de Sábado à
Noite” (1977), de John Badham, “O
Aeroplano” (1980), de Jim
Abrahams e David Zucker, e “A
Pantera Cor-de-Rosa” (1964), de
O
homoerotismo
de Tom of
Finland e a
arquitectura
de Alvar
Aalto: para
o seu ano
como Capital
Europeia
da Cultura,
Turku saca
dos maiores
trunfos da
Finlândia
Blake Edwards.
Os 25 filmes que agora irão ser
preservados foram seleccionados
entre 2112 obras, nomeadas pelo
público pela sua importância a nível
“cultural, histórico e estético”. É
serviço público, sublinha James H.
Billington, da Biblioteca do
Congresso: “O registo de filmes do
Congresso é uma forma de lembrar
à nação que a preservação da nossa
criatividade cinematográfica tem de
ser uma prioridade, já que metade
dos filmes produzidos até 1950 e
Tom of
Finland
de novo
em casa
“O Império
Contra-Ataca”
é um dos
próximos 25
filmes a serem
preservados
para memória
futura
Tom of Finland,
aliás
Touko Laaksonen (1920-
1991), é o rapaz da terra em
destaque no programa que
Turku, uma das
principais
cidades finlandesas, tem
na
manga para
o seu
mandato como
Capital
Europeia da Cultura,
que teve
início já
na
segunda-feira.
Natural de
Kaarina, uma
população
vizinha de
Turku, Tom of
Finland volta
agora
a casa
com uma
retrospectiva que
varre toda a
obra do
artista, desde os
esboços da
juventude até aos trabalhos
mais tardios. A exposição
será inaugurada
já no dia
16 e fica em Turku até 18 de
Dezembro, por cortesia da
Tom of Finland
Foundation, de Los
Angeles, e da associação
Homotopia, de Liverpool.
Mas há vida além de Tom
of Finland (embora este
esteja a ser, no “site” oficial
da Capital Europeia da
Cultura e na página do
evento do Facebook, o
acontecimento mais
picante da Capital):
festivais de teatro e
dança, um extenso
programa musical, e
exposições dedicadas
cerca de 90 por cento dos filmes
feitos até 1920 estão perdidos para
as gerações futuras.”
Entre os escolhidos, “O
Exorcista” foi distinguido por ser
“um dos mais influentes filmes de
terror de todos os tempos” e “O
Império Contra-ataca”, o segundo
episódio da saga “Guerra das
Estrelas” a ser lançado, por ter
ajudado a “lançar as fundações de
uma das séries mais bem-sucedidas
comercialmente na história
americana”.
ao pintor sueco Carl
Larsson (1853-1919), ao
trabalho com a madeira do
arquitecto Alvar Aalto,
outro ícone incontornável
da Finlândia que viveu em
Turku entre 1927 e 1933, e à
artista Eija-Liisa Ahtila, que
reflecte sobre a sociedade
contemporânea finlandesa
na vídeo-instalação “Where
is where?” (2008), sobre a
guerra da Argélia. Também
a relação com o espaço
báltico, e nomeadamente
com Tallin, a outra Capital
Europeia da Cultura em
2011, ocupa um lugar
central no programa de
Turku. Ambas as cidades
propõem, de resto, um
equilíbrio entre a cultura
local e eventos de
projecção internacional,
prolongando a lógica mais
recente do projecto
Capitais Europeias da
Cultura. Em Tallin, de
resto, a aposta é
decididamente nos
cidadãos locais, fazendo do
evento uma materialização
“poética e pragmática” do
espírito da cidade:
traduzindo, haverá danças
populares, eventos
desportivos, jogos
tradicionais, música
clássica, os inabaláveis
festivais da canção que são
uma espécie de último
reduto da alma estoniana, e
uma série de aventuras no
mar. Mas o principal
destaque mediático vai
para uma grande
retrospectiva de
Hieronymus Bosch, que
relacionará o génio do
pintor holandês com os
mitos do Norte da Europa.
Tiago Bartolomeu Costa
Ípsilon • Sexta-feira 7 Janeiro 2011 • 3