Flash - Fonoteca Municipal de Lisboa
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O TNSJ É MEMBRO DA<br />
MECENAS TNSJ<br />
anos 70, quando se envolveu na cena<br />
musical cubana em Bruxelas. Dada a<br />
escassez <strong>de</strong> instrumentistas cubanos,<br />
os congoleses da ex-colónia belga<br />
eram convocados para levar ao palco<br />
a sua experiência com rumbas e ritmos<br />
latinos. “Eles eram falsos cubanos,<br />
tal como eu, e quando nos conhecemos<br />
mostraram-me a música<br />
<strong>de</strong>les. Mas a cena da Congotronics é<br />
muito diferente da rumba”, realça<br />
Kenis. Depois da epifania ao ouvir a<br />
France Culture servida pelo radialista<br />
Bernardo Preton, o mesmo foi ainda<br />
responsável pela edição, anos mais<br />
tar<strong>de</strong>, em 1987, da compilação “Zaire:<br />
Musiques Urbaines a Kinshasa”. “Gostei<br />
muito <strong>de</strong> ele ter lançado a música<br />
no formato <strong>de</strong> cassete e não <strong>de</strong> LP. A<br />
razão era que a maioria das canções<br />
era <strong>de</strong>masiado longa para caber num<br />
lado <strong>de</strong> LP e ele não quis cortar”. Pouco<br />
<strong>de</strong>pois, seria Vincent a lançar a sua<br />
primeira lança em África: a produção<br />
aberto<br />
<strong>de</strong> “Toleki Bango”, dos Classic Swe<strong>de</strong><br />
Swe<strong>de</strong>, editado em 1994 e que o próprio<br />
consi<strong>de</strong>ra uma espécie <strong>de</strong> “Congotronics<br />
nº0”.<br />
A existência <strong>de</strong> um único estúdio<br />
em Kinshasa, pago a peso <strong>de</strong> ouro e<br />
sem capacida<strong>de</strong> para gravar 12 músicos<br />
em simultâneo, e a necessida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> gravar com um baixíssimo orçamento<br />
levaram a que Vincent optasse<br />
por efectuar as gravações para os quatro<br />
volumes da série Congotronics –<br />
dois álbuns dos Konono Nº1, um dos<br />
Kasai Allstars e uma compilação com<br />
mais uns quantos nomes menos conhecidos<br />
– ao ar livre. Além disso, a<br />
estranheza da situação artificial do<br />
estúdio para músicos habituados a<br />
tocar a céu aberto não prometia os<br />
melhores resultados. “Penso que é<br />
melhor eles tocarem num sítio que<br />
conhecem, em que dominam a acústica<br />
e se sentem mais confortáveis. E<br />
os instrumentos <strong>de</strong> percussão soam<br />
sempre melhor ao ar livre”. Com os<br />
Staff Benda Bilili – grupo que gravita<br />
em torno dos Congotronics mas que<br />
não integra oficialmente a série –, as<br />
gravações foram no jardim zoológico<br />
da cida<strong>de</strong>, sítio on<strong>de</strong> ensaiavam, tirando<br />
proveito da autorização especial<br />
conseguida pelo baixista, ex-militar<br />
que tratava dos cavalos do Presi<strong>de</strong>nte<br />
e os levava para ali a pastar.<br />
Actualmente a preparar um encontro<br />
em palco entre os músicos congoleses<br />
e os oci<strong>de</strong>ntais da música indie<br />
oci<strong>de</strong>ntal que os homenageiam no<br />
disco “Tradi-Mods vs. Rockers”, Vincent<br />
Kenis tem “um problema quase<br />
filosófico” relativamente à i<strong>de</strong>ia: “No<br />
Oci<strong>de</strong>nte vivemos num mundo <strong>de</strong> informação,<br />
em que po<strong>de</strong>mos mudar<br />
<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> a toda a hora. Po<strong>de</strong>mos<br />
tocar reggae num dia e música indiana<br />
no dia seguinte. I<strong>de</strong>ntificamo-nos<br />
cada vez menos com um certo tipo<br />
<strong>de</strong> música. Enquanto no Congo, nas<br />
cida<strong>de</strong>s, a tua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> é a tua música,<br />
a tua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> é o padrão rítmico<br />
específico que tocas no chocalho,<br />
uma dança específica, e é complicado<br />
para eles perceber uma<br />
cultura em que não estamos ligados<br />
a algo. Por isso, a música <strong>de</strong>les com<br />
outras pessoas à partida é impossível.<br />
A música está ligada tão intimamente<br />
à i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> que querem estimar este<br />
vínculo, não querem <strong>de</strong>sbaratá-lo.<br />
Quando tens 50, 60 ou 70 anos e nunca<br />
tentaste fazer algo diferente, não<br />
sentes essa necessida<strong>de</strong> e não queres<br />
fazer figura <strong>de</strong> tolo. Muitos <strong>de</strong>les, os<br />
Konono em particular, têm tocado em<br />
todos os gran<strong>de</strong>s festivais, gravaram<br />
com a Björk e com o Herbie Hancock,<br />
mas continuam a tocar o mesmo estilo<br />
que tocavam antes e não querem<br />
mudá-lo. E por que haviam <strong>de</strong> querer?”.<br />
Até porque o objectivo, repetese,<br />
é apenas o <strong>de</strong> imitar as cornetas<br />
<strong>de</strong> marfim que tocavam para o rei <strong>de</strong><br />
uma tribo <strong>de</strong> que continuamos a não<br />
saber o nome.<br />
Ver crítica <strong>de</strong> discos págs. 38 e segs<br />
www.casadamusica.com | www.casadamusica.tv<br />
T 220 120 220<br />
criação<br />
TEATRO MERIDIONAL<br />
encenação<br />
MIGUEL SEABRA<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
saxofone alto · trompete · saxofone tenor<br />
trombone · tuba · vibrafone · contrabaixo<br />
bateria<br />
APOIO<br />
INSTITUCIONAL<br />
PATROCINADOR OFICIAL<br />
PAÍS TEMA<br />
PATROCINADOR PRINCIPAL<br />
PAÍS TEMA<br />
Teatro<br />
Nacional<br />
São João<br />
assistência artística<br />
Jean Paul Bucchieri<br />
dramaturgia<br />
Francisco Luís Parreira<br />
espaço cénico<br />
e figurinos<br />
Marta Carreiras<br />
<strong>de</strong>senho <strong>de</strong> luz<br />
Miguel Seabra<br />
música original<br />
e sonoplastia<br />
José Mário Branco<br />
coor<strong>de</strong>nação geral<br />
Natália Luiza<br />
13-23<br />
Jan<br />
2011<br />
interpretação<br />
Carla Galvão<br />
Cláudia Andra<strong>de</strong><br />
David Pereira Bastos<br />
Emanuel Arada<br />
Filipe Costa<br />
Inês Lua<br />
Inês Mariana Moitas<br />
João Melo<br />
Miguel Damião<br />
Rui M. Silva<br />
Susana Ma<strong>de</strong>ira<br />
co-produção<br />
TNDM II<br />
Teatro Meridional<br />
qua-sáb 21:30<br />
dom 16:00<br />
dur. aprox. 1:30<br />
M/12 anos<br />
www.tnsj.pt<br />
LINHA VERDE 800-10-8675<br />
MECENAS CICLO JAZZ MECENAS CASA DA MÚSICA APOIO INSTITUCIONAL MECENAS PRINCIPAL CASA DA MÚSICA<br />
fotografia Susana Paiva, <strong>de</strong>sign Margarida Kol, adaptação Joana Monteiro<br />
Vincent Kenis<br />
SEJA UM DOS PRIMEIROS A APRESENTAR HOJE ESTE JORNAL COMPLETO NA CASA DA MÚSICA E GANHE UM CONVITE<br />
DUPLO PARA ESTE CONCERTO. OFERTA LIMITADA AOS PRIMEIROS 10 LEITORES.<br />
Ípsilon • Sexta-feira 7 Janeiro 2011 • 27