Jornal das Oficinas 073
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02<br />
EDITORIAL<br />
GESTÃO DAS<br />
MARGENS<br />
Como em qualquer outro negócio, o<br />
serviço de manutenção e reparação<br />
automóvel é sempre um braço de ferro<br />
negocial entre o cliente e a oficina. Esta<br />
tenta repercutir os seus custos na factura<br />
que passa ao cliente, enquanto que por<br />
sua parte este está sempre a tentar obter<br />
qualquer tipo de vantagem.<br />
O cliente sabe que tem uma posição<br />
negocial mais forte, porque anda de carro<br />
e pode parar à porta de qualquer oficina,<br />
escolhendo a que mais lhe convém. As<br />
oficinas tentam enfrentar esta<br />
contingência estabelecendo preços fixos<br />
para determinados serviços mais<br />
procurados. Esta solução resulta para os<br />
clientes ditos ocasionais, mas no caso dos<br />
clientes de maior volume de facturação,<br />
como os que possuem frotas de veículos,<br />
essa solução não tem a mesma<br />
viabilidade, porque o volume de serviço<br />
pode permitir ajustamentos de custos que<br />
não são possíveis noutros casos. Se não<br />
efectuar esses ajustamentos, a oficina<br />
perde capacidade competitiva, em relação<br />
a outros concorrentes do mercado.<br />
Noutros tempos, a oficina podia oferecer<br />
os serviços de mão de obra, porque a<br />
margem do produto chegava aos 30% e os<br />
salários eram baixos. Nada disso é neste<br />
momento parecido com esses tempos,<br />
porque a extrema concorrência esmagou<br />
a margem do produto e os custos laborais<br />
dispararam em flecha.<br />
A única forma do empresário da oficina<br />
garantir uma margem de negócio<br />
atractiva nos tempos actuais é aperfeiçoar<br />
a gestão do seu negócio, tornando-o mais<br />
eficiente e produtivo. Diversificação,<br />
gestão de stocks, política de compras e<br />
maximização da taxa de ocupação da<br />
mão-de-obra são algumas <strong>das</strong><br />
ferramentas que poderá utilizar nesse<br />
sentido, sem esquecer o investimento em<br />
equipamentos de alta tecnologia e na<br />
formação do pessoal, porque a<br />
produtividade é um factor essencial de<br />
rentabilidade da mão-de-obra.<br />
Por outro lado, a diversificação do negócio<br />
pode elevar significativamente a margem<br />
média no negócio, ao introduzir produtos<br />
com maiores margens de comercialização.<br />
Para manter o controlo <strong>das</strong> margens do<br />
negócio, o empresário deve apostar nos<br />
indicadores económicos de rentabilidade.<br />
Através desses indicadores, poderá<br />
acompanhar o desempenho dos vários<br />
factores chave de rentabilidade do<br />
negócio, introduzindo oportunamente as<br />
correcções indispensáveis.<br />
DEZEMBRO 2011<br />
MERCADO JORNAL DAS OFICINAS<br />
04 AUMENTAR O MONTANTE DAS REPARAÇÕES www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com<br />
DESEJAR<br />
VENDER<br />
|| Se considerarmos que a tarefa mais difícil em todo o mundo da reparação<br />
automóvel é conseguir que os clientes se metam no carro e vão até à oficina,<br />
muitos dirão que a segunda mais difícil é conseguir aumentar a média dos<br />
montantes <strong>das</strong> ordens de reparação<br />
E<br />
mbora esse objectivo realmente exija<br />
uma adequada combinação de<br />
procedimentos efectivos e de uma<br />
liderança forte, não é assim tão difícil de<br />
alcançar como muitos fazem crer.<br />
De facto, a maior parte <strong>das</strong> oficinas de<br />
baixas médias de facturação ou não fazem<br />
campanhas bem organiza<strong>das</strong> de<br />
verificações gratuitas, ou não fazem<br />
qualquer controlo destas acções e do<br />
potencial que podem apresentar. No<br />
mínimo, 75% dos carros que entram<br />
diariamente numa oficina deveriam ter<br />
uma verificação completa gratuita,<br />
qualquer que seja o serviço pretendido<br />
pelo cliente. No final, um formulário<br />
completo é entregue ao cliente e a oficina<br />
fica com a respectiva cópia. Mesmo que<br />
essas verificações realiza<strong>das</strong> por técnicos<br />
qualificados tenham custos para a oficina<br />
e obriguem os clientes a perder mais<br />
algum tempo, há pelo menos um<br />
aumento de facturação da ordem dos 20%<br />
que pode ser alcançado com esse sistema.<br />
A média do custo <strong>das</strong> ordens de<br />
reparação, não só indica qual é o gasto<br />
que o cliente médio gasta na oficina,<br />
como mede a qualidade da relação da<br />
oficina com todos os seus clientes.<br />
Também revela qual o grau de eficiência<br />
<strong>das</strong> verificações gratuitas realiza<strong>das</strong> e qual<br />
é a capacidade real da oficina para<br />
promover as suas ven<strong>das</strong>.<br />
Parece não restarem dúvi<strong>das</strong> de que, se a<br />
oficina mantiver um bom relacionamento<br />
com os seus clientes e se fizer esforços<br />
para manter e renovar esse<br />
relacionamento, numa base regular, há<br />
muito mais possibilidades dos clientes<br />
mandarem realizar as reparações e<br />
operações de manutenção de que<br />
necessitam nessa oficina.<br />
Para se conseguir isso, é necessário<br />
perceber as motivações e necessidades<br />
dos clientes, manter o contacto com o<br />
veículo e possuir um histórico completo<br />
do mesmo. Quando isso é conseguido, as<br />
oportunidades da oficina contactar o<br />
cliente para lhe lembrar ou sugerir<br />
qualquer intervenção duplicam no<br />
mínimo e pode chegar o momento em<br />
que a ordem de reparação já pode estar<br />
feita, mesmo antes do carro entrar na<br />
oficina. Claro que para isso o líder da<br />
oficina e a sua equipa têm que ter a<br />
perfeita consciência de que não querem<br />
tirar nada ao cliente, mas, pelo contrário,<br />
®<br />
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