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Jornal das Oficinas 073

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DEZEMBRO 2011<br />

CONHECER JORNAL DAS OFICINAS<br />

78 LUBRIFICANTES www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com<br />

FACTOS<br />

SOBRE LUBRIFICANTES<br />

|| Trouxemos de uma visita à fábrica de lubrificantes da Liqui Moly onze factos sobre os lubrificantes que<br />

desmentem algumas ideias preconcebi<strong>das</strong> sobre o assunto<br />

JORNAL DAS OFICINAS foi a<br />

Saarlouis, no Norte da Alemanha,<br />

O visitar a fábrica de lubrificantes da<br />

Liqui Moly e chega com a sensação de que<br />

são mais os mitos que as verdades sobre<br />

este assunto. Veja então os onze factos<br />

acerca de lubrificantes e óleos, tal como<br />

foram transmitidos por Olivier Khun, o<br />

responsável de produção da fábrica.<br />

1 O óleo<br />

Não é possível lubrificar um carro só com<br />

óleo. Há uma diferença muito grande<br />

entre este material e um lubrificante. O<br />

óleo é a base de um lubrificante que,<br />

entre outros componentes, tem aditivos e<br />

outros tipos de ingredientes especiais<br />

para melhorar a viscosidade.<br />

2 O “açúcar”<br />

Nem todos os ingredientes necessários<br />

para fazer um óleo são líquidos. Há<br />

aditivos que chegam em estado sólido e<br />

que, por isso mesmo, são chamados de<br />

açúcar na gíria da fábrica. São os<br />

anti-oxidantes, que posteriormente são<br />

aquecidos e passam a líquidos aos 60ºC<br />

para nunca mais voltarem a sólidos.<br />

Outros componentes sólidos são os<br />

corantes.<br />

3 Aditivos funcionam<br />

Os aditivos para motores, baseados em<br />

partículas de cerâmica, e desde que<br />

cumpram rigorosos processos de<br />

produção, funcionam. Olivier Khun diz<br />

que alguns dos componentes desses<br />

compostos são os mesmos que se utilizam<br />

em lubrificantes de alta tecnologia.<br />

4 As mudanças de lubrificante<br />

Se o carro faz menos de quatro ou cinco<br />

quilómetros por dia deve mudar-se o óleo<br />

uma ou duas vezes por ano. O motivo tem<br />

a ver com a evaporação do combustível<br />

no motor, que não é conseguida com a<br />

temperatura mais baixas, que são as que<br />

ficam nas viagens mais pequenas. Em<br />

contrapartida, se o carro fizer 1.000<br />

quilómetros seguidos numa viagem anual<br />

não é preciso fazer estas mudanças de<br />

óleo.<br />

5 Misturas de lubrificantes<br />

Lubrificantes de diferentes marcas podem<br />

ser misturados. O que é preciso tomar em<br />

consideração são as especificações do<br />

óleo (não apenas a viscosidade – ver<br />

ponto 6). As especificações dos óleos são<br />

da<strong>das</strong> pelas marcas de automóveis e<br />

obedecem a controlos de qualidade<br />

rigorosos.<br />

6 Viscosidade<br />

Um 5W30 pode não ter a mesma<br />

viscosidade que outro 5W30, é preciso<br />

olhar para a HTHS. Este é o acrónimo para<br />

High Temperature – High Shear, que em<br />

português significa Alta Temperatura –<br />

Alto Cisalhamento. Assim, um óleo de<br />

baixa HTHS tem uma viscosidade inferior a<br />

altas temperaturas em comparação com<br />

um óleo de alta HTHS.<br />

7 20W50: o melhor<br />

Se tem dúvi<strong>das</strong> e quer apenas um óleo<br />

para o seu carro, o 20W50 é o melhor,<br />

garante Olivier Khun. Motores que<br />

perderam as suas características iniciais<br />

devido ao envelhecimento, que foram<br />

sujeitos a substituição de grupos de<br />

componentes ou que, por qualquer<br />

motivo, se queira mudar a tipologia do<br />

óleo utilizado arriscam menos em utilizar<br />

esta graduação. Mas o melhor é sempre<br />

seguir as recomendações do fabricante do<br />

carro.<br />

8 Crude não faz lubrificantes<br />

O crude não é utilizado para fazer<br />

lubrificantes sintéticos. O petróleo em<br />

estado bruto é utilizado apenas para fazer<br />

combustíveis. Os óleos-base para os<br />

lubrificantes são produzidos<br />

sinteticamente a partir da alteração de<br />

componentes existentes no petróleo.<br />

Estas bases são mais resistentes às<br />

temperaturas mais eleva<strong>das</strong>.<br />

9 Cozinhar um lubrificante<br />

O processo de produção de um óleo<br />

começa por se enviar uma amostra para as<br />

marcas, que normalmente é de 100 ml,<br />

mas pode ser de um litro, como no caso<br />

da BMW, ou cinco como pede a Renault.<br />

Este óleo é depois analisado e comparado<br />

com o óleo da marca. É nesta altura, que<br />

se começa por preencher um formulário<br />

que é pago (Khun tinha recebido um<br />

email no qual a Renault subia o preço de<br />

zero para cinco mil euros) e depois<br />

envia-se a amostra. A marca diz<br />

posteriormente que está tudo bem e que<br />

se tem que pagar outra vez, de forma a<br />

conseguir o selo de aprovação, sem o qual<br />

não é possível produzir o óleo.<br />

10 60 mil euros em burocracia<br />

A Liqui Moly consegue cerca de 20 a 30<br />

aprovações oficiais por ano para fabricar<br />

lubrificantes, mas estas têm que ser<br />

renova<strong>das</strong> ao fim de cada 12 meses.<br />

Nestes processos burocráticos, a Liqui<br />

Moly gasta cerca de 60 mil euros por ano.<br />

Estes impressos aparentemente parecem<br />

pouco, mas são apenas a ponta do iceberg<br />

que é a investigação e desenvolvimento<br />

para fazer um lubrificante: 80 milhões de<br />

euros para cada um.<br />

11 Dois dias para as massas<br />

Se um lubrificante demora apenas um par<br />

de horas a ser fabricado, já as massas<br />

lubrificantes demoram dois dias. Nos<br />

primeiros, trata-se apenas de misturar os<br />

componentes e garantir que essa mistura<br />

é feita segundo os procedimentos<br />

requeridos.<br />

Já nas massas lubrificantes, com 20<br />

ingredientes diferentes, começa-se com<br />

um óleo a que se acrescenta<br />

2-hidroxiestereato de lítio para gelificar e<br />

adquirir a consistência pela qual as<br />

conhecemos. É depois disto que são<br />

adicionados os outros componentes.

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