ExposiçõesEstreiamO charmediscretodas coisasinanimadasA natureza-morta na Europadurante os séculos XVII eXVIII é o tema da gran<strong>de</strong>exposição da FundaçãoGulbenkian para este ano.Luísa Soares <strong>de</strong> OliveiraA Perspectiva Das Coisas.A Natureza-Morta Na Europa,Séculos XVII-XXDe Juan Sanchéz Cotán, Juan van<strong>de</strong>r Hamen, Pieter Claesz, JuanZurbarán, Rembrandt van Rijn,Antonio <strong>de</strong> Pereda, NicolasLargilierre, Jean Siméon Chardin,Luis Melén<strong>de</strong>z, Francisco <strong>de</strong> Goya,entre outros.<strong>Lisboa</strong>. Fundação e Museu Calouste Gulbenkian.Avenida <strong>de</strong> Berna, 45A. Tel.: 217823700. Até 02/05.3ª a Dom. das 10h às 18h.Pintura.mmmmmÉ sempre importante observar comque obras começa a visita <strong>de</strong> <strong>um</strong>aexposição. No caso <strong>de</strong> “A Perspectivadas Coisas”, o primeiro volante <strong>de</strong><strong>um</strong> projecto ambicioso quecontemplará também os séculos XIXe XX (a partir <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 2011),esse início faz-se com <strong>um</strong>a pintura<strong>de</strong> autor anónimo do século XVIII, oMestre da Natureza Morta <strong>de</strong>Hartford que, por volta <strong>de</strong> 1600,pintara n<strong>um</strong>a tela <strong>um</strong> conjunto <strong>de</strong>objectos on<strong>de</strong> se <strong>de</strong>stacava <strong>um</strong>acesta <strong>de</strong> frutos provavelmenteinspirada n<strong>um</strong>a pintura <strong>de</strong>Caravaggio. A obra, como outras doseu tempo, embora <strong>de</strong> modo maisclaro que o habitual, autonomizava apintura <strong>de</strong> objectos que, até à época,nunca constituía o tema único dapintura. Podia surgir comocomplemento <strong>de</strong> cenas religiosas, <strong>de</strong>história ou <strong>de</strong> retratos, comosucedia com Caravaggio, mas nuncacomo objecto do estudo e dointeresse do artista.Juntamente com esta, muito perto<strong>de</strong>la na montagem, surgemnaturezas-mortas <strong>de</strong> três mulheresartistas: Fe<strong>de</strong> Galizia, Clara Peeters eLouise Moillon, todas elas tambémdo século XVII. De facto, embora ahistoriografia da arte geralmenteignore a pintura feita por mulheresdurante esta época, ela existe, etambém se <strong>de</strong>dica à exploração<strong>de</strong>ste género tão próximo do mundofeminino da época. A escolha ésurpreen<strong>de</strong>nte e até mesmo <strong>um</strong>A Natureza Morta <strong>de</strong> Hartford abre <strong>um</strong>a exposiçãorevolucionária pelo tipo <strong>de</strong> selecção operadapouco revolucionária em relação aexposições <strong>de</strong>ste tipo, quase semprepouco inovadoras em termos <strong>de</strong>selecção <strong>de</strong> artistas, obras e critérios<strong>de</strong> montagem. Mas a naturezamorta,<strong>de</strong> facto, vive darepresentação <strong>de</strong> frutos, flores,taças, pratos e utensílios <strong>de</strong> cozinha,doces e objectos <strong>de</strong> uso quotidiano,livros e peças <strong>de</strong> caça, enfim, tudo oque o artista (ou a artista) podiaencontrar sem gran<strong>de</strong> procura,<strong>de</strong>dicando-lhe o tempo necessário àreprodução dos vol<strong>um</strong>es, das cores,dos efeitos <strong>de</strong> luz ou do <strong>de</strong>senho,consoante o seu interesse. Em certamedida, estabeleceu-se <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o seuinício como <strong>um</strong> género marginal echeio <strong>de</strong> autenticida<strong>de</strong>. Estaprimeira parte da exposição dáconta <strong>de</strong>ste facto, e <strong>de</strong>nota estaprocura fantástica do belo nah<strong>um</strong>ilda<strong>de</strong> das coisas, mas também,em certos casos, a imortalizaçãoatravés da tela e do pincel <strong>de</strong>objectos preciosos e raros: jóias,gabinetes <strong>de</strong> curiosida<strong>de</strong>s, armas.Em todos os casos – e o comissárioda exposição, Peter Cherry, frisa-obem –, a natureza-morta nunca éconsi<strong>de</strong>rada pelo artista como <strong>um</strong>género menor, ao contrário do queaca<strong>de</strong>mias e teóricos da épocaestabeleciam: é sempre, pelocontrário, <strong>um</strong> meio <strong>de</strong> experimentar<strong>um</strong>a gran<strong>de</strong> liberda<strong>de</strong> criativa, jáque só esporadicamente está sujeitaàs normas estritas das encomendasfeitas por clientes.A exposição conta com obrasexcelentes, escolhidas a <strong>de</strong>do emgran<strong>de</strong>s museus <strong>de</strong> todo o Oci<strong>de</strong>nte eem colecções particulares. Servidapor <strong>um</strong>a excelente montagem, queprivilegia os fundos quentes esombrios para <strong>de</strong>stacar as obras,divi<strong>de</strong>-se em <strong>de</strong>z núcleos que seguemo conceito proposto: encarar anatureza-morta como <strong>um</strong> géneroautónomo, repleto <strong>de</strong>espontaneida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong> e,mesmo, <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>: entre asobras iniciais, que testemunham <strong>de</strong><strong>um</strong> maravilhamento perante ariqueza do mundo, e as últimas, duasnaturezas mortas <strong>de</strong> Chardin e <strong>de</strong>Goya, que abdicam da reproduçãofiel para nos transmitir <strong>um</strong> olharsubjectivo e pré-romântico sobre ascoisas, vai <strong>um</strong>a distância que seequipara à da evolução dopensamento nestes 200 anos, masque não abdica nunca <strong>de</strong>ssespressupostos já enunciados.Entretanto, ficam na memória nomese obras <strong>de</strong> Josefa d’Óbidos, Zurbarán,Frans Snij<strong>de</strong>rs, Claez, Brueghel,Oudry e mesmo Rembrandt, n<strong>um</strong>alista que não é <strong>de</strong> todo representativadas 71 pinturas aqui presentes. Um<strong>de</strong>staque especial <strong>de</strong>ve ser dado àsecção que contempla a “vanitas”,<strong>um</strong> sub-género alegórico que chamaa atenção para a perenida<strong>de</strong> dos bensterrestes: é aqui que <strong>um</strong>aextraordinária pintura <strong>de</strong> Stoskopff,representando <strong>um</strong> conjunto <strong>de</strong> copos<strong>de</strong> cristal, chama a atenção pelamestria com que o tema é tratado.“A Perspectiva das Coisas”, que éacompanhada por <strong>um</strong> catálogo <strong>de</strong>referência, não irá infelizmenteviajar para outros museus mundiais.É também a única gran<strong>de</strong> exposiçãoque a equipa do Museu Gulbenkianproduzirá este ano, n<strong>um</strong> reflexo dasrestrições orçamentais que tambémaqui se fazem sentir. Contudo,justifica por si a fama do museu e acompetência <strong>de</strong> comissário e equipamuseológica. Espera-se por isso quea segunda parte da exposiçãoacompanhe as expectativas geradaspor esta primeira abordagem aotema da natureza-morta.Revero políticocom a artee os signosA exposição individual<strong>de</strong> Asier Mendizabal naCulturgest <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> é <strong>um</strong>afascinante revisão do fazerdo político. Com as formas e,por isso, a partir do lugar daarte. José MarmeleiraAnd/OrDe Asier Mendizabal.<strong>Lisboa</strong>. Culturgest. Rua Arco do Cego - Edifício daCGD. Tel.: 217905155. Até 18/04. 2ª, 4ª, 5ª e 6ª das11h às 19h. Sáb., Dom. e Feriados das 14h às 20h.Escultura.mmmmmHá quase <strong>um</strong>a ausência <strong>de</strong> aparatoem “and/or”. Ou <strong>um</strong> pequenoesvaziamento. Alg<strong>um</strong>as peças estãoencostadas à pare<strong>de</strong>, outrassustêm-se n<strong>um</strong> equilíbrioimperfeito, tosco. Os materiaisusados são básicos, ru<strong>de</strong>s, frugais:aglomerado <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, ferro,papel, plástico, betão. Podiammuito bem ter sido resgatados àrua, como os cartazes, as ban<strong>de</strong>iras,os slogans.É com esta falta <strong>de</strong> brilho, comesta secura, que o espectador seconfronta quando entra naexposição individual <strong>de</strong> AsierMendizabal (n.1973, Ordizia,Espanha) na Culturgest. Dito <strong>de</strong>outro modo: a materialida<strong>de</strong> dascoisas toma o seu tempo, situaçãoque se torna tanto mais necessáriapois não existem textos(explicativos) e as obras remetempara signos – enquanto significantes– n<strong>um</strong>a crítica que (re)politizamomentos, histórias e outras obrasdo século XX.Ora é nesta articulação entre pôr eevocar no espaço – signos, fazeres,esculturas, contextos, i<strong>de</strong>ias – que“and/or” se constitui enquantoexposição magnífica. Veja-se, porexemplo, a instalação “Cinema”(1999), on<strong>de</strong> se <strong>de</strong>scobre <strong>um</strong>a fraseretirada do filme “Classe <strong>de</strong> Lutte”(1969), do Groupe Medvedkine,colectivo que em 1968 juntouoperários e cineastas (Chris Marker,Agnès Varda, Joris Ivens, entreoutros) com o objectivo <strong>de</strong> fazer docinema <strong>um</strong> instr<strong>um</strong>ento <strong>de</strong> trabalhoe <strong>de</strong> luta política. Sob a faixa, naqual se lê a frase “Cinéma n’est pasune magie, c’est une technique etune science, une technique néed’une science mise au service d’unevolonté: la volonté qu’ont lestravailleurs <strong>de</strong> se libérer”), estão<strong>um</strong>a mesa, garrafas <strong>de</strong> água e copos,alusão a <strong>um</strong>a reunião, a <strong>um</strong>encontro, a <strong>um</strong> <strong>de</strong>bate, masigualmente a <strong>um</strong> excesso dosignificante; ao momento em que arepresentação, o fazer do signo (coma sua militância, o seu voluntarismo)cria o político (e não o contrário).Tal exce<strong>de</strong>nte do real regressa em“No Time for Love” (2000), <strong>um</strong>aprojecção em loop <strong>de</strong> <strong>um</strong> filme.Vários indivíduos (jovens, operários,manifestantes?) passam diante dacâmara até que <strong>um</strong> solta <strong>um</strong> gestogrosseiro. A aceleração da imagem eo preto-e-branco evocam a42 • Sexta-feira 19 Fevereiro 2010 • Ípsilon
aMa<strong>um</strong>MedíocremmRazoávelmmmBommmmmMuito BommmmmmExcelente“Motion Seekness”, <strong>de</strong> Alexandre Estrela,inaugura na Culturgest do PortoManuel Santos Maio no décimo episódio<strong>de</strong> “The Return of the Real”, em Vila Franca <strong>de</strong> XiraÉ com a escultura que Mendizabal materializaalusões a arquitecturas temporárias, ao hardcoreamericano, às subculturas juvenise às vanguardas históricasrepresentação cinematográfica dasmassas das primeiras décadas doséculo passado, mas o gesto (qual“punct<strong>um</strong>” repetido) interrompe apretensão doc<strong>um</strong>ental e <strong>de</strong>svela aficção. Nem por isso, porém, impe<strong>de</strong>o aparecimento do político, situaçãoexemplar nas esculturas espelhadas<strong>de</strong> “Hors d’État” (2008). Aqui ocinema (político e doc<strong>um</strong>ental)expan<strong>de</strong>-se ao ponto <strong>de</strong> incluir oespectador na sua ficção.A isolar a ineficácia simbólica, oexcesso dos signos, está também aescultura. É com ela que AsierMendizabal materializa – n<strong>um</strong>arelação dialéctica – formas quealu<strong>de</strong>m a arquitecturastemporárias e populares (naestrutura <strong>de</strong> plástico <strong>de</strong> “No Timefor Love”), aos signos do hardcoreamericano (em “Überbau”) àssubculturas políticas e juvenis (naescultura que reproduz oscaracteres do grafismo “stencil”)ou às vanguardas históricas em “LaRuota Dentata” (2009) e em“Otxarkoaga (M-L)”, <strong>de</strong> 2007, obraque “ressuscita”, ainda que muitodiscretamente, a história domon<strong>um</strong>ento erigido em Londrespelo arquitecto russo BertholdLubetkin em homenagem a Lenine(e por acréscimo as reflexões queesse episódio suscitou a propósitoda representação do político, entrea abstracção e o realismo).Em todas estas incursões peloséculo XX (e em particular pelosseus últimos 30 anos), subsiste <strong>um</strong>anecessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> revisão apontada àformação das i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>scolectivas, à dimensão pública (epolítica) da escultura, àscontradições das utopias e damicroutopias (do formalismo russoao formalismo do punk). Para AsierMendizabal essa revisão faz-se comos signos e - como sublinham asban<strong>de</strong>iras <strong>de</strong> “Not All That Moves (isRed)”, que se repetem nas salas daexposição, o som <strong>de</strong> Signals, Callsand Marches” (2006), ou oscartazes que vão aparecendo naspare<strong>de</strong>s - acontece inevitavelmenteno lugar da arte.Linha eróticaExposição <strong>de</strong> Luísa Cunhano Porto. Óscar FariaHot Red HotDe Luísa Cunha.Porto. A Certain Lack of Coherence. Rua dosCal<strong>de</strong>ireiros, 77. Tel.: 917910031/919272115. Até06/03. Sáb. das 15h30 às 19h. Restantes dias pormarcação.Instalação.mmmmnNa Rua dos Cal<strong>de</strong>ireiros, no Porto,po<strong>de</strong> ler-se <strong>um</strong>a frase, em contínuo,grafitada sobre o cimento e oempedrado do chão. A hipnóticarepetição, inscrita a vermelho,prolonga-se para o interior do ACertain Lack of Coherence, <strong>um</strong>aopção que acrescenta a estaintervenção <strong>de</strong> Luisa Cunha (1949,<strong>Lisboa</strong>) leituras relacionadas com oexercício do <strong>de</strong>senho. A linhaatravessa obliquamente aquelaartéria da zona histórica da cida<strong>de</strong>,convidando quem por ali passa aaventurar-se à <strong>de</strong>scoberta do espaçogerido pelos artistas André Sousa eMauro Cerqueira, e assimconfrontar-se com <strong>um</strong> outrotrabalho, <strong>de</strong>sta vez sonoro, queacentua alg<strong>um</strong>as das leituraspotenciadas pelo texto pintado, semintervalos, no pavimento: “Red linered light red line red light…”A linha hipnótica <strong>de</strong> Luísa Cruzconvida quem passaa aventurar-se n<strong>um</strong> espaçoprivado, quase proibitivoNUNO FERREIRA SANTOSPEDRO MAGALHÃESA linha vermelha e a luz vermelhasão simultaneamente para atravessare para percorrer. Elas <strong>de</strong>senhamvirtualmente <strong>um</strong> “loop”, <strong>um</strong> círculoinfinito do qual é impossível sair.Inscrito no chão, o texto actua como<strong>um</strong>a fronteira, lida <strong>de</strong> frente por quem<strong>de</strong>sce a estreita rua, <strong>um</strong>a congostatipicamente portuense, <strong>um</strong> obstáculoque se transforma imediatamenten<strong>um</strong>a pista a seguir, <strong>um</strong> caminho nadirecção <strong>de</strong> <strong>um</strong> espaço interior com<strong>um</strong>a dimensão algo privada,proibitiva, mesmo. A polissemia daintervenção é evi<strong>de</strong>nte: a “red light”presente na frase evoca, <strong>de</strong> alg<strong>um</strong>aforma, bairros e casas <strong>de</strong> prostituição,activando <strong>de</strong>ssa forma a imaginaçãoerótica. Ao escrever <strong>um</strong>a frase na rua,a artista acentua o caráctertransgressivo do seu gesto – através dainscrição sobre o empedrado, LuisaCunha não <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> prolongar <strong>um</strong><strong>de</strong>sejo já presente n<strong>um</strong> dos maiscélebres slogans do Maio <strong>de</strong> 68, “Sousles pavés, la plage”.As questões abordadas em “Red”,título do trabalho em que linha(<strong>de</strong>senho) e texto (palavra) se tornamindistintos, têm vindo a ser tratadaspela artista ao longo do seu percurso,recordando-se, por exemplo, “DirtyMind” (1995) – neste caso, a obra éformada por <strong>um</strong> estore vermelhocolocado n<strong>um</strong>a pare<strong>de</strong>; o ligeiroafastamento <strong>de</strong> <strong>um</strong>a das lâminas doobjecto permite a Luisa Cunhaconvocar a dimensão voyeurista doespectador, que é confrontado com<strong>um</strong> texto reproduzido através <strong>de</strong> <strong>um</strong>altifalante: “I saw you/ going in/ goingdown/ disappear/ getting near/ goingout” –, “Linha # 1” (2002) e “The RedPhone” (2007), trabalho apresentadono Museu das Comunicações, em<strong>Lisboa</strong>, o qual só era completadoatravés <strong>de</strong> <strong>um</strong>a acção do visitante:aten<strong>de</strong>r o telefone <strong>de</strong> modo a po<strong>de</strong>rescutar o texto gravado pela artista.No A Certain Lack of Coherence,Luisa Cunha propõe a obra sonora“Hot”, formada por três frases quesão repetidas em “loop” a partir <strong>de</strong><strong>um</strong>a “escultura-<strong>de</strong>senho” compostapor <strong>um</strong> altifalante e respectivoscabos. A instalação do trabalho a <strong>um</strong>aaltura próxima do tecto, n<strong>um</strong> lugaron<strong>de</strong> habitualmente se colocamalarmes ou câmaras <strong>de</strong> vigilância,tem como objectivo sublinhar que ostextos ali escutados são or<strong>de</strong>ns,instruções, nas quais é possível<strong>de</strong>tectar <strong>um</strong> erotismo latente: “Hotfeelings must be handled with care”(“Sentimentos fogosos <strong>de</strong>vem sermanuseados com cuidado); “Alwaysstir before voicing” (“Agitar sempreantes <strong>de</strong> verbalizar”); e “Voice verygently” (“Verbalizar muito<strong>de</strong>licadamente”). Apesar dosdistintos conteúdos, sobretudo noque diz respeito às frases, aqui, nointerior do espaço expositivo, dá-se apassagem do texto materializado nochão para a imaterialida<strong>de</strong> da voz,propagada através do ar. Uma linhaerótica, esta exposição à qual aculinária não é <strong>de</strong> todo estranha.AgendaInauguramAuto-Retratos do Mundo:Annemarie Schwarzenbach(1908-1942)De Annemarie Schwarzenbach.<strong>Lisboa</strong>. Museu Colecção Berardo. Praça do Império- Centro Cultural <strong>de</strong> Belém. Tel.: 213612878. De22/02 a 25/04. Sáb. das 10h às 22h. 2ª a 6ª e Dom.das 10h às 19h. Inaugura 22/2 às 19h30.Fotografia.Ver texto na pág. 40 e segs.Motion SeeknessDe Alexandre Estrela.Porto. Culturgest. Avenida dos Aliados, 104 -Edifício da CGD. Tel.: 222098116. Até 10/04. 2ª, 4ª,5ª e 6ª das 11h às 19h. Sáb., Dom. e Feriados das 14hàs 20h. Inaugura 19/2 às 22h.Desenho.Shipbreaking, A Metamorfoseda PaisagemDe Pedro Duarte Bento.<strong>Lisboa</strong>. Museu do Oriente. Av. Brasília - EdifícioPedro Álvares Cabral - Doca <strong>de</strong> Alcântara Norte.Tel.: 213585200. De 19/02 a 04/04. 6ª das 10h às22h. 3ª, 4ª, 5ª, Sáb. e Dom. das 10h às 18h.Fotografia.Memórias e TexturasDe Cecília <strong>de</strong> Sousa.<strong>Lisboa</strong>. Galeria Valbom. Avenida Con<strong>de</strong> Valbom,89. Tel.: 217801110. De 20/02 a 30/04. 3ª a Sáb. das13h00 às 19h30.Cerâmica.The Return of The Real X -Manuel Santos MaiaVila Franca <strong>de</strong> Xira. Museu do Neo-Realismo. RuaAlves Redol, 45. Tel.: 263285626. Até 11/04. 3ª a 6ªdas 10h às 19h. Sáb. das 12h às 19h. Dom. das 11h às18h. Inaugura 20/2 às 17h.Instalação, Outros.O Diário <strong>de</strong> Bobby Baker: MentalIllness and Me, 1997-2008De Bobby Baker.<strong>Lisboa</strong>. Fundação e Museu Calouste Gulbenkian -Zona <strong>de</strong> Congressos. Avenida <strong>de</strong> Berna, 45A. Tel.:217823700. De 25/02 a 25/03. 3ª a Dom. das 10h às18h. Inaugura 25/2 às 10h.Desenho. Fór<strong>um</strong> Gulbenkian <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong> 2010: Mind Faces - Asdiferentes faces da saú<strong>de</strong> mental.ContinuamA Privilege of AutovalorizationDe Koenraad Dedobbeleer.<strong>Lisboa</strong>. Culturgest. Rua Arco do Cego - Edifício daCGD. Tel.: 217905155. Até 18/04. 2ª, 4ª, 5ª e 6ª das11h às 19h. Sáb., Dom. e Feriados das 14h às 20h.Instalação, Outros.Judith Barry<strong>Lisboa</strong>. Museu Colecção Berardo. Praça do Império- Centro Cultural <strong>de</strong> Belém. Tel.: 213612878. Até25/04. Sáb. das 10h às 22h. 2ª a 6ª e Dom. das 10hàs 19h.Ví<strong>de</strong>o, Instalação, Outros.Robert Longo<strong>Lisboa</strong>. Museu Colecção Berardo. Praça do Império- Centro Cultural <strong>de</strong> Belém. Tel.: 213612878. Até25/04. Sáb. das 10h às 22h. 2ª a 6ª e Dom. das 10hàs 19h.Desenho, Outros.BES Photo 2009De André Cepeda, Filipa César,Patrícia Almeida.<strong>Lisboa</strong>. Museu Colecção Berardo. Praça do Império- Centro Cultural <strong>de</strong> Belém. Tel.: 213612878. Até04/04. Sáb. das 10h às 22h. 2ª a 6ª e Dom. das 10hàs 19h.Fotografia.Jane e Louise Wilson: TempoSuspensoDe Jane & Louise Wilson.<strong>Lisboa</strong>. Centro <strong>de</strong> Arte Mo<strong>de</strong>rna - José <strong>de</strong> AzeredoPerdigão. Rua Dr. Nicolau Bettencourt. Tel.:217823474 . Até 18/04. 3ª a Dom. das 10h às 18h.Ví<strong>de</strong>o, Escultura, Outros.Abstração e Figura H<strong>um</strong>ana naColecção Britânica do CAMDe vários autores.<strong>Lisboa</strong>. Centro <strong>de</strong> Arte Mo<strong>de</strong>rna - José <strong>de</strong> AzeredoPerdigão. Rua Dr. Nicolau Bettencourt. Tel.:217823474. Até 18/04. 3ª a Dom. das 10h às 18h.Outros.O Fio Condutor - Desenhos daColecção do CAM<strong>Lisboa</strong>. Centro <strong>de</strong> Arte Mo<strong>de</strong>rna - José <strong>de</strong> AzeredoPerdigão. Rua Dr. Nicolau Bettencourt. Tel.:217823474 . Até 11/04. 3ª a Dom. das 10h às 18h.Desenho, Outros.DebretDe Vasco Araújo.<strong>Lisboa</strong>. Museu da Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>. CampoGran<strong>de</strong>, 245. Tel.: 217513200. Até 07/03. 3ª a Dom.das 10h às 18h.Escultura.David Claerbout<strong>Lisboa</strong>. MNAC - Museu do Chiado. Rua Serpa Pinto,4. Tel.: 213432148. Até 28/02. 3ª a Dom. das 10h às18h. Festival Temps d’Images 09.Instalação, Ví<strong>de</strong>o, Fotografia.300 Mentiras (Primeira Parte)De Pilar Albarracín.<strong>Lisboa</strong>. Galeria Filomena Soares. Rua daManutenção, 80. T. 218624122. Até 6/3. 3ª a sáb.das 10h às 20h.Fotografia.Ilustrarte 2009 - IV BienalInternacional <strong>de</strong> Ilustração Paraa InfânciaDe Isabelle Van<strong>de</strong>nabeele, MartinJarrie, Alessandra Panzeri,Alessandro Lecis, entre outros.<strong>Lisboa</strong>. Museu da Electricida<strong>de</strong>. Avenida Brasília- Edifício Central Tejo. Tel.: 210028120. Até 31/03. 3ªa Dom. das 10h às 18h.Ilustração.Spirit ShopDe Pedro Casqueiro.<strong>Lisboa</strong>. Galeria Filomena Soares. Rua daManutenção, 80. T. 218624122. Até 6/3. 3ª a sáb.das 10h às 20h.Pintura.Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si, DóDe Thierry Simões.Porto. Galeria Quadrado Azul Q1. R. MiguelBombarda, 435. Tel.: 226097313. Até 27/02. 3ª a 6ªdas 10h às 19h30. 2ª e Sáb. das 15h às 19h30.Desenho.Naquilo que se ergue, advém aterra como o que dá guaridaDe Gonçalo Sena.<strong>Lisboa</strong>. Baginski Galeria/Projectos. R. CapitãoLeitão, 51/53. Tel.: 213970719. Até 06/03. 3ª a Sáb.das 11h às 19h.Desenho, Fotografia.Ponle Un Marco...De Belén Uriel.Porto. Galeria Presença. Rua Miguel Bombarda,570. Tel.: 226060188. Até 27/2. 2ª a 6ª das 10h ao12h30, das 15h às 19h30. Sáb. Das 15h às 19h30.Instalação, Outros.The HustlerDe João Louro.Coimbra. Centro <strong>de</strong> Artes Visuais - CAV. Pátio daInquisição, 10. Tel.: 239826178. Até 28/02. 3ª aDom. das 14h às 19h.Instalação.PronounciationsDe Katarina Zdjelar.Coimbra. Centro <strong>de</strong> Artes Visuais - CAV. Pátio daInquisição, 10. Tel.: 239826178. Até 28/02. 3ª aDom. das 14h às 19h.Ví<strong>de</strong>o.Ípsilon • Sexta-feira 19 Fevereiro 2010 • 43