Édipo, um rapaz de Lisboa - Fonoteca Municipal de Lisboa

GUY VIVIENConcertosaMaumMedíocremmRazoávelmmmBommmmmMuito BommmmmmExcelenteMaurizio Pollini: um dos maiores pianistasdos últimos 50 anosClássicaO brilhantismoanalíticode PolliniDe regresso à Gulbenkian,o grande pianista italianointerpreta um programainteiramente dedicado aChopin no bicentenáriodo compositor. CristinaFernandesMaurizio PolliniLisboa. Fundação e Museu Calouste Gulbenkian -Grande Auditório. Avenida de Berna, 45A. Amanhã,às 19h. Tel.: 217823700. 25€ a 50€.Obras de Chopin.Ainda que as suas interpretaçõesnem sempre gerem unanimidade,Maurizio Pollini é indiscutivelmenteum dos maiores pianistas dosúltimos 50 anos. A clarividênciainterpretativa, o brilhantismotécnico e a capacidade analíticaestão bem patentes numaimportante discografia dedicada aorepertório clássico e romântico e àmúsica do século XX. Ao longo dasúltimas décadas, Pollini tem sidouma presença habitual nastemporadas da FundaçãoGulbenkian, o que tem permitido aopúblico português acompanhar asvárias etapas da sua carreira. Deregresso a Lisboa, tocará amanhã, às19h, um programa inteiramentededicado a Chopin — um dos seuscompositores de eleição —preenchido com os Nocturno op. 27,a Sonata nº 3, em Si menor, op. 58,as Mazurcas op. 30 e oito Estudos dasérie op. 25.Nascido em Milão em 1942,Maurizio Pollini foi o vencedor devários prémios internacionaisquando era ainda muito jovem, dosquais se destaca o primeiro lugar noConcurso Chopin de Varsóvia em1960, que serviu de motor para umbrilhante percurso internacional. Oseu vasto repertório estende-se de J.S. Bach até aos compositorescontemporâneos (incluindo estreiasde obras de Nono, Manzoni eSciarrino), passando pela integraldas Sonatas de Beethoven,Schumann ou Chopin. A paixão pelamúsica do século XX é também bemvisível nos excelentes registos quededicou às obras de Schoenberg,Berg, Webern, Nono, Manzoni,Boulez e Stockhausen.O rigor da aproximação ao textomusical é uma das característicasdas abordagens musicais de Pollini.“Uma das minhas aspirações éexprimir o pensamento docompositor da maneira mais fielpossível”, disse na entrevista queconcedeu ao PÚBLICO em Fevereirode 2002. Foi muitas vezescomparado a um “arquitecto dosom”, mas na mesma ocasião opianista relativizou essa afirmação:“A questão da estrutura ou daarquitectura é só mais um elementoentre muitos. Não estudo uma obraa pensar nisso, nunca pretendifazer arquitectura musical! Estasurge por acréscimo. A minhaaproximação à música é sempreglobal. A arquitectura de uma peçaé até um dos aspectos maisimediatos e facilmentecompreensíveis. Há muitos outrosmais complexos de trabalhar, comoo carácter a dar a cada peça ou acada secção. É o que está para alémda estrutura que constitui overdadeiro desafio.”Bavouzetem dose duplaJean-Efflam Bavouzet eOrquestra Nacional do PortoDirecção Musical de Olari Elts.Porto. Casa da Música - Sala Suggia. Pç.Mouzinho de Albuquerque. Hoje, às 21h.Tel.: 220120220. 16€.Jean-Efflam BavouzetLisboa. Centro Cultural de Belém - Sala AlmadaNegreiros. Praça do Império. 3ª, 23, às 21h. Tel.:213612400. 15€.Ciclo Schumann. Obras deSchumann e Prokofiev.No que diz respeito a Debussy, Jean-Efflam Bavouzet é o pianista domomento. O ciclo das obras docompositor francês que gravou paraa Chandos foi distinguido com váriosprémios internacionais incluindo oBBC Music Magazine Award de 2009.Mas o seu virtuosismo, a suaelegância interpretativa e a suaprofunda musicalidade não sãonovidade. As actuações de Bavouzetem Lisboa em diferentes edições daFesta da Música no Centro Culturalde Belém mostraram sempre umartista talentoso com grandescapacidades técnicas, cujoreconhecimento internacionalatingiu nos últimos anos ummomento alto. As suas actuaçõesrecentes incluem a estreia nosProms da BBC sob a direcção dePierre Boulez, interpretações com aOrquestra Nacional de França e omaestro Daniele Gatti e com aOrquestra do Festival de Budapeste,sob a batuta de Sir Andrew Davis,bem como recitais no Wigmore Halle no Southbank Centre de Londres ea integral das Sonatas de Beethovenem Pequim. Na actual temporadadestaca-se a estreia mundial de umnovo concerto para piano de BrunoMantovani.A presente visita de Bavouzet aPortugal começa por umaapresentação com a OrquestraNacional do Porto, sob a direcção deOlari Elts (hoje, às 21h, na Casa daMúsica), no âmbito de um programadedicado à Primavera com obras deSchumann (Sinfonia nº1) e Debussy,incluindo a raramente tocada“Fantasia para piano e orquestra” domestre francês. Na próxima quintafeira,dia 23, Bavouzet estará noencerramento do ciclo Schumann, noCCB, para interpretar a brilhanteTocata em dó Maior, op. 7, e a Sonataem Fá menor op. 14 (“Concerto semOrquestra”), de Schumann, bemcomo a Sonata nº 2, op. 82 (“1ª Sonatade Guerra”), de Prokofiev. C.F.Os Real Estate são pop veraneantesem necessidade de calor ou refrescoNo que diz respeito a Debussy, Jean-EfflamBavouzet é o pianista do momentoPopO Verão quejá não existeOs Real Estate na Zé dosBois: visto daqui, o futuro éradioso. Mário LopesReal Estate + U.S. GirlsLisboa. Galeria Zé dos Bois. Rua da Barroca, 59 -Bairro Alto. Hoje, às 23h. Tel.: 213430205. 10€.Podíamos começar por referir a vagalo-fi e incluir os Real Estate napandilha. Podíamos porque é issoque vem sendo feito e porque amúsica da banda não respirarealmente os tantas vezesintoxicantes ares de alta-fidelidade.Isso, porém, seria enclausurar estascanções onde não merecem. Os RealEstate, onde encontramos MatthewMondanile, o homem por trás dosDuckails, são pop veraneante semnecessidade de calor ou refresco. Sãoo Verão que já não existe, aquele quepassou lá longe, numa adolescênciaque, de qualquer modo, não temos acerteza de ter realmente existido – averdade é que parece boa de maispara ser verdadeira.Há uma década, ali em 2000, osmagníficos Beachwood Sparksinventaram um mundo onde osBuffalo Springfield e os Byrds eramdeuses agraciando a Humanidade.Todo este tempo depois, quatromúsicos reuniram-se numa cave emNew Jersey e começaram a inventarum mundo onde nada mais existe doque boa onda estival e um futuro que,visto daqui, só pode ser radioso.Guitarras acústicas acariciadas porteclados sonhadores, GeorgeHarrison a banhos em Malibu comDennis Wilson, os Byrds emigradosno México e os Yo La Tengo aaparecer de surpresa com umguarda-sol multicores. Os Real Estatee o álbum homónimo que editaramno final do ano passado são nadamenos do que uma pequenamaravilha.Depois dos concertos de terça-feirano Plano B, no Porto, e deanteontem no Via Latina,em Coimbra,apresentam-se estanoite na GaleriaZé dos Bois,em Lisboa,comprimeirapartedas USGirls.46 • Sexta-feira 19 Fevereiro 2010 • Ípsilon