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As pessoas com deficiência em Maputo e Matola - Handicap ...

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Condições de acesso aos serviços sanitários e sociaisCapítulo3<strong>As</strong> <strong>pessoas</strong> <strong>com</strong> deficiência tém muitas dificuldades <strong>em</strong> integrar o sector formal (supra-citado, apenas18% delas afirmam ocupar um <strong>em</strong>prego r<strong>em</strong>unerado) por causa de uma bagag<strong>em</strong> académica insuficientepara os requisitos exigidos, mas sobretudo, por causa da discriminação praticada pelos <strong>em</strong>pregadoresrelativamente aos candidatos. <strong>As</strong> vezes, é simplesmente a <strong>em</strong>presa que não é acessível ou o postode trabalho que não está adaptado a deficiência da pessoa, afastando-a por conseguinte a algumasoportunidades.<strong>As</strong> mulheres são particularmente discriminadas no acesso ao <strong>em</strong>prego formal – supra citado, elas são6 vezes menos assalariadas que os homens – e elas dirig<strong>em</strong>-se, quando pod<strong>em</strong>, maoioritariamente aosector informal. Muitas delas simplesmente não consegu<strong>em</strong> encontrar soluções relativas a guarda dascrianças durante o seu t<strong>em</strong>po de trabalho. Este facto é ainda mais probl<strong>em</strong>ático quando se trata de umacriança <strong>com</strong> deficiência, uma vez que elas são obrigadas a ficar <strong>em</strong> casa <strong>com</strong> a criança por falta de soluçãoadaptada nas escolinhas da zona.Face a impossibilidade de obter um <strong>em</strong>prego formal, muitas <strong>pessoas</strong> <strong>com</strong> deficiência procuram virar-se aoauto-<strong>em</strong>prego, muitas vezes na esfera informal (pequenos negócios de rua, artisanato...). A dificuldaderelativa ao acesso aos instrumentos de crédito e aos dispositivos de a<strong>com</strong>panhamento na criação de<strong>em</strong>presas limita <strong>em</strong> grande parte a aplicação de projectos de geração de rendimento. Geralmente <strong>com</strong> umnível de formação mais fraca, as <strong>pessoas</strong> <strong>com</strong> deficiência parec<strong>em</strong> ter mais necessidade que as outras deum a<strong>com</strong>panhamento específico na criação deste tipo de actividades.IV/ Acesso aos serviços e programas sociaisa) Nível de a<strong>com</strong>panhamento exprimido, de necessidade e de utilização de serviçosEm função da Deficiência:Tipo de serviçosCONHECIMENTO NECESSIDADES UTILIZAÇÃOPCD Não-PCD PCD Não-PCD PCD Não-PCDEscolinha 57% 71% 20% 3% 6%Centro de Acolhimento da Criança 35% 45% 20% 26% 1%Centro de Apoio a Velhice 33% 29% 1%Centro de trânsito 15% 12% 1%Centro <strong>com</strong>unitário Aberto 10% 13% 1%Programa de Subsidio de Alimentos(PSA)Programa de Apoio social Directo(PASD)Programa Beneficio social pelotrabalho (PBST)Programa de Geração de Rendimentos(PGR)Programa de DesenvolvimentoComunitário (PDC)21% 70% 60% 3%11% 50% 38% 1%10% 37% 2%10% 39% 2%11% 35% 2%54Em função do Género:Tipo de serviçosCONHECIMENTO NECESSIDADES UTILIZAÇÃOPCD Não-PCD PCD Não-PCD PCD Não-PCDEscolinha 63% 71% 20% 5%Centro de Acolhimento da Criança 35% 44% 22% 1%Centro de Apoio a Velhice 33% 29% 1%Centro de trânsito 15% 12% 1%Centro <strong>com</strong>unitário Aberto 7% 13% 1%Programa de Subsídio de Alimentos(PSA)Programa de Apoio social Directo(PASD)Programa Benefício social pelotrabalho (PBST)Programa de Geração de Rendimentos(PGR)Programa de DesenvolvimentoComunitário (PDC)21% 65% 3%8% 14% 45% 1%7% 14% 37% 2%7% 15% 36% 44% 2%8% 16% 32% 41% 2%Um pequeno número de <strong>pessoas</strong> (4,5%) utilizam as escolinhas, as <strong>pessoas</strong> s<strong>em</strong> deficiência mais queas <strong>pessoas</strong> <strong>com</strong> deficiência. Entre os que não vão, apenas 20% exprim<strong>em</strong> a necessidade, das quais 65%conhec<strong>em</strong> pelo menos uma. É de sublinhar que as <strong>pessoas</strong> <strong>com</strong> deficiência conhec<strong>em</strong> menos estes serviçosque as outras (57 contra 71%).Muito poucas <strong>pessoas</strong> (1%) utilizam Centros de Acolhimento da Criança, Centros de Apoio a Velhice,Centros de trânsito e Centros <strong>com</strong>unitários Abertos. Pela simple razão que não exist<strong>em</strong> este tipo deunidade social na zona <strong>em</strong> estudo. Contudo existe uma grande d<strong>em</strong>anda destes serviços pelo público maisvulnerável, sobretudo pelas <strong>pessoas</strong> idosas e crianças <strong>em</strong> situação precária (29 e 23%, respectivamente).Não encontramos aqui diferenças relativas ao género.Só uma ínfima parte das <strong>pessoas</strong> inqueridas parece beneficiar dos vários programas do INAS (entre 1 e 3%),ficando por satisfazer uma grande parte da população (entre 35 e 60%). O programa de apoio social directo(PASD) e, sobretudo, a ajuda alimentar (PSA) são os mais solicitados pelas <strong>pessoas</strong> <strong>com</strong> deficiência (58 a70%) que pelas outras, o que ilustra as probl<strong>em</strong>áticas de subsistência que a maioria delas enfrentam.Para além das diferenças muito gritantes entre o nível de necessidade exprimido e o nível de utilizaçãodeclarado é surpreendente constatar a falta de conhecimento dos habitantes da zona sobre os serviçosexistentes do INAS. Se o PSA é conhecido por 20% das <strong>pessoas</strong> inqueridas, s<strong>em</strong> distinção de deficiência, osquatro outros programas sociais do INAS são apenas conhecidos por 1/10 das <strong>pessoas</strong>, uma taxa que érelativamente baixa para programas de dimensão nacional, e que alguns já exist<strong>em</strong> a 10 anos. Para alémdisso, nota-se uma diferença do conhecimento muito salinte entre os homens e as mulheres para cada umdestes programas, <strong>em</strong> detrimento das mulheres.55

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