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As pessoas com deficiência em Maputo e Matola - Handicap ...

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Sist<strong>em</strong>a de actores locaisCapítulo4Os outros dois sectores estudados durante a pesquisa (formação profissional e <strong>em</strong>prego, desporto e cultura)aparec<strong>em</strong> relativamente diss<strong>em</strong>inados, mostrando uma coesão mais difusa, e tapam os interstícios da rededos actores. Not<strong>em</strong>os, porém que alguns provedores de serviços continuam perfeitamente isolados, nãoostentando até a altura do inquérito nenhum laço <strong>com</strong> outros provedores da rede (<strong>em</strong> cima, a esquerdado mapa).Pod<strong>em</strong>os concluir que as relações entre os fornecedores de serviço da zona organizam-se estruturalmentesegundo lógicas sectoriais e verticais: as estruturas de saúde interag<strong>em</strong> principalmente entre elas e nummovimento top-down (hospital central para hospital geral, depois para o centro de saúde local…etc) porex<strong>em</strong>plo. Existe muito poucos fluxos entre actores de sectores distintos, permitindo oferecer aos utentesdestes serviços pontes eficazes para ser<strong>em</strong> orientados convenient<strong>em</strong>ente considerando a globalidade dassuas necessidades e dando-lhes respostas à sua medida <strong>em</strong> <strong>com</strong>pl<strong>em</strong>entaridade <strong>com</strong> outros actores dazona. Constata-se, geralmente, que as situações de precaridade e de exclusão nasc<strong>em</strong> da degradaçãoconjunta das condições sanitárias e das condições de existência dos indivíduos, s<strong>em</strong> que seja s<strong>em</strong>prepossível determinar se a saúde e o social degradam-se ou reforçam-se mutuamente. Afim de quebrar estecírculo vicioso, parece imperativo favorecer uma maior interconexão entre os diferentes actores sanitáriose sociais de modo a densificar a malhag<strong>em</strong> da rede.e) Mecanismos de coordenação e de referenciamento efectivosContudo, a despeito da grande segmentação da rede dos provedores de serviços, observa-se umapro<strong>em</strong>inência de laços de referenciamento e de coordenação sobre as trocas de natureza técnicaou financeira. Esta constatação é particularmene verdadeira na área da saúde, onde os mecanismos dereferenciamento entre diferentes graus do dispositivo sanitário tém um papel primordial no funcionamentoda cadeia de cuidados. Existe por conseguinte, aparent<strong>em</strong>ente, pr<strong>em</strong>issas duma cultura, s<strong>em</strong> dúvida,chamada a ser estimulada mais amplamente.III/ Os poderes públicos locais: Orgãos Locais do Estado e Autárquias LocaisQuando se evoca os poderes públicos locais existentes <strong>em</strong> <strong>Maputo</strong> e <strong>Matola</strong>, distinguimos claramente doistipos de actores, provenientes ambos dos dois processos de descentralização actualmente <strong>em</strong> curso <strong>em</strong>Moçambique: os Orgãos locais do Estado (OLE) e as Autarquias locais (AL).Os Orgãos locais do Estado respond<strong>em</strong> a uma lógica de deconcentração administrativa, o que querdizer, um processo no qual o Estado não abandona as suas <strong>com</strong>petências, mas onde ele põe meios deproximidade de modo a aproximar a acção administrativa dos administrados. Este processo procuramelhorar a eficácia da acção do Estado delegando certas atribuições a escala administrativa central aosfuncionários locais. Esta categoria agrupa as diferentes Direcções Provinciais e Distritais da Mulher e daAcção Social, da Saúde, da Educação, da Cultura… encarregues de administrar o território de <strong>Maputo</strong> e<strong>Matola</strong> ao nível mais próximo dos cidadãos.<strong>As</strong> Autárquias locais foram criadas numa óptica de devolução que procura atribuir-lhes <strong>com</strong>petênciaspróprias, distintas das do Estado, fazer eleger os seus representantes pela população de modo a assumirum melhor equilíbrio dos poderes sobre todo o território. Esta descentralização territorial procura destamaneira aproximar o processo de decisão aos cidadãos, para fovorecer a <strong>em</strong>ergência duma d<strong>em</strong>ocraciade proximidade. Esta categoria agrupa os Municípios de <strong>Maputo</strong> e <strong>Matola</strong> assim <strong>com</strong>o as suas diversasvereações: vereação da acção social, serviço municipal da saúde, vereação da educação e da cultura…etc.Tipo de laço entre os provedores de serviços dazonaEfectivo totalPercentag<strong>em</strong>Intensidad<strong>em</strong>édia dos laços(1 à 3)Apoio técnico/ formação 45 11,54% 2,29Apoio financeiro/ material 19 4,87% 2,53Referenciamento de pacientes / clientes 136 34,87% 2,21Troca de informação/ coordenação de actividade 190 48,72% 2,35Total 390 100,00% 2,34Para além dos laços que pod<strong>em</strong> entreter entre si, os serviços locais apoiam-se igualmente e sobretudonos secretários de bairros quando procuram <strong>com</strong>unicar informações específicas as <strong>com</strong>unidades(início de uma campanha de vacinas, abertura de inscrições nas escolas, lançamento dum grupo dealfabetização…). 41% das estruturas afirma informar desta maneira a população sobre os serviços queelas propõ<strong>em</strong> através dos funcionários das administrações locais contra apenas 8% através da rede localdos profissionais da acção sanitária e social por ex<strong>em</strong>plo. Isto prova a pre<strong>em</strong>inência do secretário dobairro <strong>com</strong>o interface de <strong>com</strong>unicação a escala local e na ilusão da insuficiência dos fluxos entreprofissionais.6869

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