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As pessoas com deficiência em Maputo e Matola - Handicap ...

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Sist<strong>em</strong>a de actores locaisCapítulo4<strong>As</strong> interacções da rede das APCD, <strong>com</strong> o exterior são igualmente relativamente fracas, tanto <strong>com</strong> osprovedores de serviços, <strong>com</strong>o também e acima de tudo <strong>com</strong> as autarquias locais que quase nunca sãosolicitadas nas diferentes actividades organizadas. <strong>As</strong> APCD acantonam-se muitas vezes numa posição deintermediário entre as <strong>pessoas</strong> <strong>com</strong> deficiência e os serviços do Estado, s<strong>em</strong> procurar construir novas vias<strong>com</strong> novos actores no plano local.e) Potencialidades e forças existentes<strong>As</strong> associações de <strong>pessoas</strong> <strong>com</strong> deficiência apresentam, contudo, numerosas potencialidades paraapoiar<strong>em</strong> as dinâmicas de desenvolvimento local. Historicamente implantadas no aglomerado de<strong>Maputo</strong>, elas gozam de um bom conhecimento do território. Militando já há muitos anos no seio dasociedade civil, os representantes das APCD conhec<strong>em</strong> muito b<strong>em</strong> o funcionamento das instituições locais,especialmente os serviços do Estado.A sua legitimidade foi recent<strong>em</strong>ente confortada pela nomeação de Moçambique para a chefia da FDLPmas também pela criação recente do Conselho Nacional da Deficiência, associando estreitamente poderespúblicos e sociedade civil. Este último deveria permitir as APCD participar mais na elaboração e dna monitoriadas políticas públicas nacionais a favor das <strong>pessoas</strong> <strong>com</strong> deficiência. Os m<strong>em</strong>bros das associaçõespoderão levar neste quadro uma perícia concreta aos outros actores do território. Sendo muitas vezes,elas também, <strong>pessoas</strong> <strong>com</strong> deficiência, elas possu<strong>em</strong> um bom conhecimento das probl<strong>em</strong>áticas que lhesafectam individualmente, e pod<strong>em</strong> propôr soluções adaptadas.II/ Os provedores de serviços sanitários e sociaisO nosso diagnóstico permitiu identificar um total de 143 serviços sanitários e sociais na zona estudada,repartindo-se da seguinte maneira:Escolinhas e centros infantisAcolhimento de criançasvulneráveisCentro de trânsitoProgramas de apoio ás<strong>pessoas</strong> vivendo <strong>com</strong> o HIV/SIDAFormações profissionaisProgramas de capacitaçãovocacionalMicro-créditoActividades de geração de rendimentosA<strong>com</strong>panhamento aos des<strong>em</strong>pregadosActividades desportivas,culturais e artísticasServiços eprogramassociais19%Desportoe Cultura9% Saúde23%Formação eEmprego17%Educacão32%Ensino primárioEnsino secundárioEducação especialAlfabetização de adultosServiços basicos de saúdeMedicina tradicionalFarmáciasTestag<strong>em</strong> e tratamento doHIV/SIDASaúde mentalMedicina e reabilitação físicaFornecedores de material de<strong>com</strong>pensaçãoUm total de 2.564 <strong>pessoas</strong> trabalham no seio destes diferentes serviços, <strong>em</strong> regime de assalariado ouvoluntariado, dos quais:1.714 técnicos (professores, enfermeiros, médicos, educadores, coordenadores de projecto…)850 <strong>pessoas</strong> de apoio (guardas, agentes de manutenção, motoristas...).a) Uma oferta de serviços saturada e centralizada <strong>em</strong> <strong>Maputo</strong>A maioria dos serviços sanitários e sociais identificados durante o diagnóstico local estão implantadosna cidade de <strong>Maputo</strong> (73% contra apenas 27% na <strong>Matola</strong>). Esta diferença revela as grandes disparidadesno que diz respeito ao equipamento das infraestruturas de base entre os dois municípios vizinhos. Estasdiferenças afectam <strong>em</strong> grande medida as condições de utilização dos serviços uma vez que estes estãoglobalmente mais saturados nos bairros de <strong>Matola</strong> que nos de <strong>Maputo</strong> (particularmente quandofalamos das escolas e dos centros de saúde). Este engarrafamento é reforçado pela falta de profissionaisdisponíveis, e sobretudo de pessoal qualificado (1 à 2 médicos apenas <strong>em</strong> média por unidade de saúde, porex<strong>em</strong>plo), o que favorece a multiplicidade das tarefas, fraca productividade no trabalho e um atendimentopouco atensioso dos utentes.Para além disso, os serviços disponíveis nos 9 bairros de impl<strong>em</strong>entação do projecto são exclusivamenteserviços ordinários. Todos os serviços especializados encontram-se fora da zona, principalmente no centrode <strong>Maputo</strong>, o que leva as <strong>pessoas</strong> <strong>com</strong> deficiência a deslocar<strong>em</strong>-se, obrigatoriamente, quando há necessitadasde consultar um oftalmólogo, ter uma sessão de reabilitação física, de matricular os seus filhos nas escolasespeciais ou turmas inclusivas…etc. O que provoca probl<strong>em</strong>as enormes quando se t<strong>em</strong> dificuldades d<strong>em</strong>obilidade da periferia ao centro da cidade <strong>com</strong> um t<strong>em</strong>po de transporte de pelo menos 1h30.6465

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