10.07.2015 Views

As pessoas com deficiência em Maputo e Matola - Handicap ...

As pessoas com deficiência em Maputo e Matola - Handicap ...

As pessoas com deficiência em Maputo e Matola - Handicap ...

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Sist<strong>em</strong>a de actores locaisCapítulo4O contexo de descentralização ainda <strong>em</strong> evolução, acrescentado dum duplo corte administrativo doterritório (Cidade/Província de <strong>Maputo</strong> e Município de <strong>Maputo</strong>/<strong>Matola</strong>) tornam a governação urbana localparticularmente <strong>com</strong>plexa, sobretudo na área sanitária e social. Enquanto que a aglomeração de <strong>Maputo</strong>e <strong>Matola</strong> estão-se transformando num conjunto urbano cada vez mais homogênio, cujas dinâmicas sociaise urbanas interpenetram-se de maneira crescente, torna-se urgente adoptar uma abordag<strong>em</strong> global pararesolver as dificuldades das <strong>pessoas</strong> <strong>com</strong> deficiência.c) Capacidades operacionais enxertadas de recursos insuficientesDe maneira geral, constata-se que as capacidades dos OLE e dos AL a aplicar as leis e planos de acção jáexistentes ao nível nacional são relativamente limitadas, por falta substancial de recursos financeirose materiais para desenvolver as suas actividades. Os serviços municipais da acção social só tém porex<strong>em</strong>plo uma dezena de <strong>pessoas</strong> para aplicar programas destinados a vários milhares de <strong>pessoas</strong> <strong>em</strong>situação de vulnerabilide. Por ex<strong>em</strong>plo só há um único permanente do INAS <strong>em</strong> cada um dos 43 bairros de<strong>Maputo</strong> (cada bairro pode ter até 10 000 habitantes) encarregue de fazer o a<strong>com</strong>panhamento social decentenas de <strong>pessoas</strong>, s<strong>em</strong> meios logísticos a sua disposição. Em condições <strong>com</strong>o estas, o trabalho socialacaba sendo apenas um processo administrativo de tranferência de recursos s<strong>em</strong> nenhuma dimensão dea<strong>com</strong>panhamento social personalizado por falta de t<strong>em</strong>po e de meios.Quer seja para favorecer a educação inclusiva ou para aplicar as disposições relativas ao acesso físico dosedifícios, a falta de recursos humanos suficient<strong>em</strong>ente qualificados tecnicamente penaliza tambémos poderes públicos.d) Programas sociais chamados a aumentar <strong>em</strong> forçaDe maneira mais favorável, constata-se uma dinâmica de desenvolvimento e de reforço dos dispositivosexistentes, quer seja sobre o plano nacional – <strong>com</strong> sobretudo a nova Lei de Protecção social básica – ouseja sobre o plano local – através da criação recente de serviços de acção social ao nível de Municípios de<strong>Maputo</strong> e <strong>Matola</strong>. Embora as autárquias locais privilegi<strong>em</strong> neste momento uma abordag<strong>em</strong> mais caritativada acção social (cesta básica, doação de material, doação de roupa…), e que as suas iniciativas sejam <strong>em</strong>grande parte desconectadas das acções levadas a cabo pelo INAS, estas iniciativas parec<strong>em</strong> ir <strong>em</strong> sentidodum melhor tratamento das populações vulneráveis.Dentre as populações vulneráveis, as <strong>pessoas</strong><strong>com</strong> deficiência são consideradas <strong>com</strong>o gruposprioritários pela maioria dos dispositivos deassistência social desenvolvidos pelas diversasentidades, quer seja dos orgãos locais do Estadoquer das autárquias locais. Contudo por causadas dificuldades de <strong>com</strong>unicação existentes entreeles para <strong>com</strong> o seu público alvo, mas também porfalta de recursos financeiros e materiais limitados,estes programas têm dificuldades por enquantode atingir as <strong>pessoas</strong> <strong>com</strong> deficiência de maneirasatisfatória.e) Os secretários dos bairros <strong>em</strong> posição de intermediação entre os utentes e serviçosOs secretários de bairros constitu<strong>em</strong> geralmente o primeiro recurso para a popoulação local quando apareceuma necessidade na família (escolarizar uma criança, cuidar dos pais doentes, beneficiar de prestaçõessociais…) e são por conseguinte muitas vezes eles que se encarregam de receber, analisar e canalizaro pedido social dos seus administrados para os serviços existentes localmente. Neste sentido, aadministração local é interlocutor-chave, apartir do qual deve se elaborar estratégias de a<strong>com</strong>panhamentosocial das <strong>pessoas</strong> <strong>com</strong> deficiência.Os secretários de bairros preench<strong>em</strong> também a função de eixo, de nó de intermediação entre os diferentesserviços sanitários e sociais. No mapa abaixo, apresentamos os nós correspondentes aos secretários dosbairros no meio da rede dos provedores de serviços sanitários e sociais. Vê-se o quanto a sua presença éestruturante para a rede local, correias incontornáveis de transmissão que permit<strong>em</strong> a articulaçãoda cadeia de serviços e as trocas intersectoriais, sobretudo na área da educação e de serviços sociais.SaúdeEducaçãoFormação e EmpregoServiços SociaisDesporto e CulturaSecretários de BairroEmbora eficiente, porque historicamente e culturalmente muito ancorado, este sist<strong>em</strong>a triangular queune utentes e provedores de serviços por int<strong>em</strong>édio dos secretários de bairro apresenta contudo algunslimites:O pessoal muita das vezes eleito secretários dos bairros não são s<strong>em</strong>pre b<strong>em</strong> formados n<strong>em</strong> <strong>em</strong> técnicas dotrabalho social e pod<strong>em</strong> ter dificuldades na análise correcta dos pedidos que lhes são direccionados,sobretudo quando estes são <strong>com</strong>plexos e específicos <strong>com</strong>o no caso das <strong>pessoas</strong> <strong>com</strong> deficiência ;Muitas vezes só têm uma visão parcelada do leque de serviços existentes no seu bairro ou nos bairrosvizinhos por causa da falta do acesso a informação, o que limita a sua capacidade na orientação dos seusadministrados para as estruturas apropriadas <strong>em</strong> função das suas necessidades;A situação de gatekeeper que eles ocupam na intersecção da d<strong>em</strong>anda social e da oferta do serviçopode levar ao desenvolvimento de lógicas clientelistas <strong>com</strong> os seus administrados. Com efeito maisos recursos são raros, mais os indivíduos sent<strong>em</strong> a necessidade de construir relações clientelistas <strong>com</strong>o detentor do poder ao nível local para facilitar a satisfação imediata das suas necessidades de base(Badie, 1992).7273

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!