10.07.2015 Views

As pessoas com deficiência em Maputo e Matola - Handicap ...

As pessoas com deficiência em Maputo e Matola - Handicap ...

As pessoas com deficiência em Maputo e Matola - Handicap ...

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Sist<strong>em</strong>a de actores locaisCapítulo4O funcionamento de serviços sanitarios e sociais define-se geralmente <strong>em</strong> função das relações e dasinteracções entre 3 famílias de actores: os utentes (<strong>pessoas</strong> <strong>com</strong> deficiência representadas neste casopelas APCD), os provedores de serviços e os poderes públicos. Seguindo a lógica do esqu<strong>em</strong>a triangularabaixo, vamos proceder neste último capítulo a análise destes 3 principais grupos de actores que <strong>com</strong>põ<strong>em</strong>o sist<strong>em</strong>a de serviços <strong>em</strong> <strong>Maputo</strong> e <strong>Matola</strong>.PODERES PÚBLICOSNível central: define as políticas e os sist<strong>em</strong>asNível local: Aplica as políticas, põe <strong>em</strong> obra os sist<strong>em</strong>as, intermedia as necessidadesAvalia as necessidades,garante acessoRegula, provisionne,avaliaI/ <strong>As</strong> associações de <strong>pessoas</strong> <strong>com</strong> deficiência (APCD)Exist<strong>em</strong> até hoje 18 associações de <strong>pessoas</strong> <strong>com</strong> deficiência activas <strong>em</strong> <strong>Maputo</strong> e <strong>Matola</strong> (cf. lista noAnexo 1). Muitas delas são de dimensão nacional, elas <strong>em</strong>ergiram durante os últimos 20 anos <strong>em</strong> 3 vagassucessivas:A primeira vaga (1989-1995) foi a consequência directa do processo da liberalização política <strong>em</strong>preendida <strong>em</strong>Moçambique nos fins dos anos 90 (progressão das liberdades públicas, sobretudo <strong>com</strong> o reconhecimentoda liberdade de associação).<strong>As</strong> duas outras vagas (1995-2003 e 2003-2008) resultaram da cisão que teve lugar <strong>com</strong> o andar dot<strong>em</strong>po no seio das associações já existentes, devido a divergências interna ou oportunidades definanciamento oferecidas pelos doadores (fundos de apoio as iniciativas…etc).a) Capacidades operacionais limitadas<strong>As</strong> APCD que operam <strong>em</strong> <strong>Maputo</strong> e <strong>Matola</strong> desenvolv<strong>em</strong> as suas actividades principalmente nas áreas dapromoção e protecção dos direitos das <strong>pessoas</strong> <strong>com</strong> deficiência (33%), da saúde (18%), da formação (15%),do desporto (11%) ou ainda da educação (11%), <strong>com</strong>o pod<strong>em</strong>os ver no gráfico abaixo:Pedido, advocaciaOferta de ServiçosUTENTES(<strong>pessoas</strong> <strong>com</strong> deficiência,representadaspelas APCD)Prestaçãode serviçosEscolha, utilização,avaliaçãoda qualidadeNum esqu<strong>em</strong>a equilibrado, os utentes são clientes e idealmente co-elaboradores do serviço porqueeles pod<strong>em</strong> e dev<strong>em</strong> ter um papel activo na definição de prioridades e na avaliação regular dos serviços.Isto passa por mecanismos consultativos, mas também por acções de defesa e de monitoria das políticaspúblicas e da sua aplicação, acções geralmente conduzidas via as APCD. Todo tipo de melhoria de qualidadeda cadeia de serviços passa por um estímulo da d<strong>em</strong>anda dos utentes, de maneira a exercer uma pressãoconstante sobre os provedores de serviço e sobre as autoridades locais. Com efeito, um sist<strong>em</strong>a de controloimposto por cima s<strong>em</strong> nenhuma d<strong>em</strong>anda da base não pode manter-se no t<strong>em</strong>po (Dufluo, 2008).Os provedores de serviços respond<strong>em</strong> de maneira directa às necessidades dos utentes e dev<strong>em</strong>fornecer serviços de qualidade, baseados numa abordag<strong>em</strong> personalizada. Que se trate de estruturasgovernamentais, não governamentais, voluntárias, <strong>com</strong> fins lucrativos ou não, dev<strong>em</strong> todas agir no quadrodefinido pelas autoridades locais/nacionais e respeitar as normas e os princípios de qualidade definidos.Por último, os poderes públicos, quer seja ao nível central ou local, tém a responsabilidade dadefinição das políticas públicas e dos mecanismos ligados a regulamentação dos serviços sanitáriose sociais. A este título eles defin<strong>em</strong> as grandes orientações e fornec<strong>em</strong> ou ainda organizam os recursosfinanceiros necessários de modo a garantir a disponibilidade dos serviços. Esta elaboração das políticase dos sist<strong>em</strong>as deve se basear na avaliação regular das necessidades das <strong>pessoas</strong> <strong>com</strong> defiência, e nosdireitos fundamentais reconhecidos pelos textos nacionais e internacionais. <strong>As</strong> políticas e os sist<strong>em</strong>asdev<strong>em</strong> sobretudo garantir o acesso e a qualidade dos serviços.60PROVEDORESDE SERVIÇO(públicos e privados)18%33%2% 3%8%11%11%15%A maior parte das associações encontradas durante o diagnóstico afirma ter grandes dificuldades <strong>em</strong>exercer as suas actividades por causa de meios materiais insuficientes, de financiamentos esporádicose instáveis. Este fenómeno é agravado pela presença de várias associações nos mesmos « furos » e <strong>em</strong>actividades similares, o que gera muitas vezes uma grande concorrência ao acesso dos fundos disponíveis,quer seja localmente, quer seja por via das agências de cooperação internacional.Estas associações parec<strong>em</strong> sofrer da falta de recursos humanos qualificados, sobretudo no que dizrespeito a planificação estratégica, a elaboração de projectos, a angariação de fundos ou ainda a gestãodo ciclo de projecto. O fraco nível de formação dos m<strong>em</strong>bros das associações, principalmente dos quadrosintermediários, limita <strong>em</strong> grande medida as capacidades de lobbying do movimento sobre a cenainternacional, quer seja para a opinião pública, quer seja para as autoridades locais, ou ainda para osprovedores de serviços.61Actividades económicasEducaçãoFormaçãoDesportoCulturaPromoção e protecção dos direitosSaúdeOutras

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!