/u~aluIrn Manuel de Macedo - rio.rj.gov.br

A proposi~a"~ do velho usurario agradaria plenamente a AlexandreCardosq se nio fora a perigosa condi~a"o da entrega dos documentos quedeixava-o para mpre a merc6 das exiggncias e imposiqBes que deviam tornar-seilimitadas, pois Clklio bias, tendo conhecido a falsidade dos tr6sescritos, dava ainda por elesdez mil cruzados, uma riqueza naquela Bpoca eisso apesar da sua escandalosa ava-.0 ajudante oficial-de-sala na"o se escravizaria em caso algum a semelhantehomem; mas para ver se descobria algum outro recurso que substitulssea entrega dos documentos, mandou'que ClBlio bias fosse a sua casa Asseis horas da tarde, e ficou debalde pensando, dando tratos A imaginacb noempenho de achar ou de inventar o expediente almejado, ou outcos meiosprontos para prover-se de dinheiro.Um empregado da sala veio perturbar suas cogitacBes trazendo-Ihe um requerimento, que dependia de imediato despacho, ou para cujo indeferimentobastava a demora da providdncia perdida: era uma respeitosa representacbdos mercadores de limzes-de-cheiro, que lamentavam os seusprejulzos, mostravam como eram os inocentes castigados pelo crime dos perversospasquineiros, e conclulam pedindo que o senhor vice-rei, dignandoserevogar suas anteriores ordens, permitisse o jogo do entrudo na tarde enoite da terca-feira.Alexandre Cardoso, contrariado, desgostoso, aflito por diversosmotivos naquele dia, atirou corn o requerimento para baixo da mesa,dizendo:- Eis o Onico despacho que esse canalha merece.0 empregado retirou-se, mas o ajudante oficial-de-sala imediatamente depois lembrou-se do mau humor, e do g6nio irritdvel do Conde daCunha nessa manha" muito suscetivel, e apanhando o requerimento, foiapresentd-lo ao vice-rei, a quem encontrou carrancudo e passeando aceleradopela sala.