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- Antbnio!- Vai, Jerbnimo.Esses dois homens se conheciam: cada qua1 mais honrado e maisteimoso, sabiam ambos que era inhtil toda disputa para mudar a resolucZotomada por um deles; entendiam-se bern: eram amigos desde o tempo da pobreza:tinham-se relacionado sobre o mar, vindo ambos para o Brasil no mes-mo barco, em cuja tolda haviam dormido juntosao relento; tinham juradoamizade e prot~iio um ao outro, e com o trabalho e a economia enriquecidoquase ao mesmo tempo, e em firme e constante estima reciproca. Eramamigos como dois irmiios amigos; as filhas de JerBnimo podiam contar comum segundo pai em Antbnio, e tanto mais que este sempre decidido e pertinazcelibatario por exagerado esplrito de perfeita independhncia individual,nktinha familia que Ihe ocupasse o coraciio.Jeranimo tinha chamado um escravo e mandado selar um cavalopara si e aprontar dois pajens, e tendo combinado com Antbnio uma explicwkque servisse para poupar cuidados B mulher e 6s filhas que bem poderiamalvorwar-se, sabendo o verdadeiro motivo da sua ida i cidade, despediu-seda fam~lia, e partiu 6s sete horas da noite,A senhora In& nk se iludiu; mas conteve-se por amor das filhas;niio dirigiu pergunta alguma a Antbnio; tomando porem por pretext0 a possibilidadede encontros sinistros 6 noite no caminho da Gamboa, abriu o oratbrio,fez acender as velas e 6s nove horas da noite foi rezar com Irene eInes, sendo nesse piedoso ato acompanhada pelo velho compadre.As duas meninas repetiam as oracaes ditadas por sua mZe, e emborao fizessem corn a maior atenciio e f6, sentiam-se como que receosas dealgum ma1 iminente; porque para elas era extraordinaria aquela ora~iio a horas, em que de costume ji se achavam recolhidas.Ficou dito que o gabinete, onde estava o oratbrio, era contiguoao que fora destinado a Isidora, a qual, ouvindo a oraqa"o da familia hospitaleira,foi de manso e sem que a percebessem, ajoelhar-se tam&m, mas umpouco afastada das tr6s senhoras e de Antbnio, e rezou em voz baixa esumida.No meio da ladainha de Nossa Senhora a fadiga e a como~iio tolherama voz 6 senhora Inb que-a entoava; houve uma pausa de cruel ansiedadepara esta que se empenhava em ocultar sua aflicb; logo porem umavoz de suavissimo e firme contralto se desprendeu, continuando a entoar aladainha, e terminada esta, prosseguiu, dirigindo as orac6es.- Rezemos um credo, disse enfim Isidora, pela vida, seguranca efelicidade do chefe desta familia!E rezou o credo em latim, pronunciando-o, como se fora umpadre.Quando acabava o credo, chegou Jer6nimo de volta dacidade, e
de joelhos como a mulher, as filhas e os hospedes, rendeu gracas a Deus.Apagadas as luzes e fechado o oratorio, a senhora Inb foi apertara ma"O do marido, e logo depois, procurando com os olhos Isidora, na"o aencontrou mais; dirigiu-se enta"o B porta do gabinete contiguo, e sem entrardisse em voz bastante alta para ser ouvida:- Deus te abencoe!- Que 6? perguntou Jerhnimo.- Um socorro oportuno e um credo que me ficaram no coraca"~.Irene e lnds receberam a b6nca"o do pai e de Ant6nio e se reti-raram seguidas pela zelosa ma"e e nobre esposa que se tranqiiilizara, observandoa serenidade e quase a satisfa~a"~ no rosto do marido.0s dois velhos amigos ficaram sos, e velaram, conversando, atedepois da meia-noite.
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Entre Vhs, Sombras e DesejosMaria C
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A ja velha historia da recriagb da
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era insulto e crime punidos imediat
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Mas aos proprios pedidores dos Reis
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merosa reunido a falta de variedade
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D. Ant6nio Alvares da Cunha, conde
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onde tanto nfio se podia conseguir,
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