13.07.2015 Views

Há um novo Alain Platel à nossa espera - Fonoteca Municipal de ...

Há um novo Alain Platel à nossa espera - Fonoteca Municipal de ...

Há um novo Alain Platel à nossa espera - Fonoteca Municipal de ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

ias, acha que essa tarefa está facilitada“na medida em que o mercadoportuguês se caracteriza por <strong>um</strong>auniformização <strong>de</strong> soluções que tudomistura e tudo confun<strong>de</strong>.”4. Geometria não alinhada“Isto é <strong>um</strong>a editora pobre e funcionamossempre com recursos muitoparcos.” Foi assim que começou aconversa com Vítor Silva Tavares,editor da &etc, <strong>um</strong>a editora que existehá quase 38 anos, que sempre semanteve à margem, <strong>de</strong> costas voltadaspara o mercado. Há quase 38anos que faz livros com o mesmo formato,com os materiais mais baratos,e que ainda assim não po<strong>de</strong>m ser ignorados,pelo projecto único querepresentam.Tudo começou no quadrado. Umdia, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> abandonar o “Diário<strong>de</strong> Lisboa” para se lançar a <strong>um</strong>a aventurapoética, criar a revista &etc, VítorSilva Tavares pôs-se a pensar noformato que a revista ia ter. O quadradojá lhe andava na cabeça.Pegou n<strong>um</strong> papel e n<strong>um</strong> lápis e<strong>de</strong>senhou-o. “Um quadrado imperfeito,claro, feito à mão. E a seguirinscrevi-o <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> <strong>um</strong> rectângulo,porque se era <strong>um</strong>a revista, tinha <strong>de</strong>ser rectangular.”As medidas foram aperfeiçoadas eaquilo parecia harmonioso aos olhosdo seu criador. Fazendo curta a longahistória, o formato foi <strong>de</strong>finido paraa revista e <strong>de</strong>pois foi feito n<strong>um</strong>a escalamenor para os livros da &etc.Assim nasceu este formato único, <strong>de</strong>personalida<strong>de</strong> vincada.ENRIC VIVES-RUBIOFÁBIO TEIXEIRAVera Tavares Na busca pela capa perfeita, consi<strong>de</strong>ra fundamental a escolha do tipo <strong>de</strong>letra. É importante que a fonte tipográfica se a<strong>de</strong>que ao conteúdo e quando a busca não trazresultados satisfatórios, é a própria Vera que <strong>de</strong>senha as letras. Por vezes volta a utilizá-las,até porque já tem “<strong>um</strong>a pasta com <strong>um</strong>a gran<strong>de</strong> colecção <strong>de</strong> letras, que não chegam a serfontes, porque não as sei transformar em fonte. São só letras <strong>de</strong>senhadas.”Pedro Marques Todas as capas da Livros <strong>de</strong> Areia obe<strong>de</strong>cem ao gosto pessoal <strong>de</strong> PedroMarques. De influência surrealista e expressionista, como <strong>um</strong>a das suas referênciasprincipais, Roman Cieslewicz, o processo é o <strong>de</strong> recorrer a bancos <strong>de</strong> imagens, juntar peçascomo n<strong>um</strong> puzzle, mas também distorcê-las, <strong>de</strong> tal forma que o resultado seja reconhecívelapenas enquanto capa da Livros da Areia. “A i<strong>de</strong>ia é servir o melhor possível o título e oautor. Mas se <strong>de</strong> facto há pessoas que acham que há <strong>um</strong>a imagem da editora, tanto melhor.”“O quadrado é quase mítico”, diznosVítor Silva Tavares. Por isso é queé <strong>de</strong>ntro do quadrado que os artistas<strong>de</strong>senvolvem o <strong>de</strong>senho das capas daeditora. E aquilo que podia ser <strong>um</strong>alimitação aos artistas, acaba por ser“<strong>um</strong> <strong>de</strong>safio à inventivida<strong>de</strong> e à criativida<strong>de</strong>.”O que explica, na opiniãodo editor, a felicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alg<strong>um</strong>as dascapas da &etc.A utilização dos materiais mais baratosé motivada não só pelos parcosrecursos, mas também pelo “gostopor esses materiais pobres, que aindatêm personalida<strong>de</strong>, que não sãoplastificados, industriais, e que pretendorecuperar dando-lhes <strong>um</strong>anobreza.”Depois, a i<strong>de</strong>ia era “dar tanta ênfaseà ilustração, à pintura, como àmensagem literária. De forma a constituir<strong>um</strong> todo e, se possível, fazer dolivrinho <strong>um</strong> objecto on<strong>de</strong> as artesplásticas e o conteúdo fizessem <strong>um</strong>aunida<strong>de</strong>.” Dentro daquele quadradoque se insere nas capas da &etc passarammuitos artistas. Ilustradores,pintores e também <strong>de</strong>signers. Só que<strong>de</strong>signers é <strong>um</strong>a palavra que não seusa naquela cave da Rua da Emenda.Os <strong>de</strong>signers colaboraram enquanto“<strong>de</strong>senhadores, ou pintores, ou ilustradores.As <strong>nossa</strong>s capas não sãocapas <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign.”A &etc funciona n<strong>um</strong> universo àparte e orgulha-se disso. Será assimaté ao fim. Não po<strong>de</strong>mos falar aquiem <strong>de</strong>sign da editora, mas po<strong>de</strong>moselogiar o projecto gráfico e artístico,que assim Vítor Silva Tavares não sezangará.20 • Sexta-feira 17 Dezembro 2010 • Ípsilon

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!