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Há um novo Alain Platel à nossa espera - Fonoteca Municipal de ...

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Dave Sitekbrinca norecreio da popO membro dos TV on the Radio meteu-se n<strong>um</strong> estúdioem LA com “as melhores vozes do mundo”. Nasceu oprojecto Maxim<strong>um</strong> Balloon e <strong>um</strong> disco a solo que não ébem <strong>um</strong> disco a solo. Pedro Rios“Maxim<strong>um</strong> Balloon” é <strong>um</strong>aponte entre a carreira <strong>de</strong>produtor <strong>de</strong> Sitek e a suaexperiência <strong>de</strong> banda nos TV onthe Radio.Dave Sitek é <strong>um</strong> homem ocupado. Émembro dos TV on the Radio, produziudiscos <strong>de</strong> gente tão diferentescomo os Yeah Yeah Yeahs, ScarlettJohansson e artistas <strong>de</strong> menor dimensão,fez remisturas para Beck ou NineInch Nails, é pintor e fotógrafo. Em2008, o “New Musical Express” foiao ponto <strong>de</strong> lhe dar o posto cimeiro<strong>de</strong> <strong>um</strong>a lista das 50 pessoas mais visionáriasda indústria.Como se a sua agenda fosse pequena,Sitek <strong>de</strong>cidiu meter-se n<strong>um</strong>a empreitadaque lhe faltava: <strong>um</strong> disco asolo.Na verda<strong>de</strong>, o primeiro álb<strong>um</strong> <strong>de</strong>Sitek, que escolheu a <strong>de</strong>signação Maxim<strong>um</strong>Balloon, não é bem <strong>um</strong> álb<strong>um</strong>a solo. Experimentou trabalhar sozinhon<strong>um</strong>a versão dos Troggs para acompilação “Dark Was the Night”, em2009, mas em “Maxim<strong>um</strong> Balloon”preferiu calar-se e ce<strong>de</strong>r o microfonea velhos cúmplices (como os companheiros<strong>de</strong> banda Kyp Malone e Tun<strong>de</strong>A<strong>de</strong>bimpe ou Karen O, dos YeahYeah Yeahs) e a nomes inéditos napágina <strong>de</strong> colaborações do seu currículo(David Byrne, ex-Talking Heads,e Ambrosia Parsley, dos Shivaree).Mais do que <strong>um</strong> disco a solo, “Maxim<strong>um</strong>Balloon” é <strong>um</strong>a ponte entre acarreira <strong>de</strong> produtor <strong>de</strong> Sitek e a suaexperiência <strong>de</strong> banda nos TV on theRadio. Ele confirma-o, ao telefonecom o Ípsilon, em Los Angeles. “Éexactamente como dizes. Foi <strong>um</strong>aoportunida<strong>de</strong> para fazer o que façocom outros tipos <strong>de</strong> música, mas também<strong>de</strong> incorporar elementos da músicados TV on the Radio. Foi <strong>um</strong>atransição natural”. Foi <strong>um</strong>a oportunida<strong>de</strong>,como explicou ao “site”Brooklyn Vegan, <strong>de</strong> “usar 35 sintetizadores”porque não os terá que levarem digressão, algo impossível nos TVon the Radio. Uma utopia <strong>de</strong> <strong>um</strong> bicho<strong>de</strong> estúdio.Equipa <strong>de</strong> sonhoO álb<strong>um</strong> coincidiu com a mudança<strong>de</strong> Dave Sitek <strong>de</strong> Nova Iorque para amais l<strong>um</strong>inosa Los Angeles, on<strong>de</strong> agoravive. Foi no <strong>novo</strong> estúdio caseirona californiana, a que chamou Fe<strong>de</strong>ralPrism, que gravou o disco, n<strong>um</strong>cenário diferente do estúdio sem janelason<strong>de</strong> produziu trabalhos dosLiars, Yeah Yeah Yeahs e dos própriosTV on the Radio. “Nova Iorque tambémpo<strong>de</strong> ser optimista, mas quisexperimentar algo diferente. Achoque foi o sol, mais do que a cida<strong>de</strong> -aqui tenho muito mais sol”, diz aoÍpsilon.“Tiger”, com Aku, dos Dragons ofZynth, foi o ponto <strong>de</strong> partida para <strong>um</strong>disco que é, sobretudo, <strong>um</strong> conjunto<strong>de</strong> canções, sem gran<strong>de</strong> ligação entresi. Coube aos vocalistas escolher oque queriam cantar. O mentor <strong>de</strong> Maxim<strong>um</strong>Balloon <strong>de</strong>u <strong>um</strong>a ajuda, insistindo,por exemplo, com o “rapper”Theophilus London para fazer outra“Foi <strong>um</strong>aoportunida<strong>de</strong>para fazer o que façocom outros tipos<strong>de</strong> música,mas também <strong>de</strong>incorporar elementosda música dos TVon the Radio. Foi <strong>um</strong>atransição natural”coisa que não “rappar” - pô-lo a cantarem “Groove Me”.“Já ia a mais <strong>de</strong> meio do disco quando<strong>de</strong>cidi que ia ser <strong>um</strong> disco”, refereDave Sitek, para quem estas são “asmelhores vozes do mundo”. “Limiteimea fazer <strong>um</strong>as canções e em juntálas.Parecia-me lógico fazê-las compessoas que conhecesse”, explica.Mas não se ficou pelos cúmplices docost<strong>um</strong>e. Um amigo ouviu “ApartmentWrestling”, <strong>um</strong>a “funkalhada”a lembrar os Talking Heads, e pensou:“‘Meu Deus, o Byrne ficaria muitobem aqui’”. “Dei-lhe a faixa, elepô-la a tocar para o David e ele gostou.Foi tudo muito simples, não háqualquer mistério”.Sitek diz que quis “experimentarcom a música <strong>de</strong> dança”, mas reconheceque também o faz nos TV onthe Radio (“Maxim<strong>um</strong> Balloon” é, porém,bem mais festivo e leve, sem aarquitectura <strong>de</strong> camadas que faz dasua banda <strong>um</strong> caso especial). “Aquifiz as coisas <strong>de</strong> <strong>um</strong>a maneira diferente”,afirma. Insistimos e lá elaboraque este é <strong>um</strong> disco em que reina a“canção pop, com três ou quatro minutos”.“Normalmente não faço issonos TV on the Radio. Foi sobretudoisso: experimentar a fórmula pop”.A diferença foi que, <strong>de</strong>sta feita, fazerpop “foi o único objectivo”. “Nãotinha a sensação que <strong>de</strong>via estar afazer outra coisa”, res<strong>um</strong>e. “Maxim<strong>um</strong>Balloon” revela <strong>um</strong> Dave Sitekapaixonado por “Let’s hear it for theboy”, clássico <strong>de</strong> Deniece Williams(diz que andou a vida toda a tentarfazer o seu próprio “Let’s hear it forthe boy” e que “Maxim<strong>um</strong> Balloon”foi quando mais se aproximou do objectivo),pelo funk branco <strong>de</strong> “GoodEnough”, <strong>de</strong> Cindy Lauper, por NileRodgers, pelos Chic.Sitek mostra agora, sem subterfúgios,o gosto antigo pelas melodiasperfeitas, que o levou a cantar n<strong>um</strong>grupo vocal “barbershop” nos temposdo liceu e a pertencer à Socieda<strong>de</strong>para a Preservação e Promoção dosQuartetos Barbershop na América –tudo factos que escondia, muito convenientemente,da banda <strong>de</strong> hardcoreque tinha na altura. Em 2010, jánão há nada a escon<strong>de</strong>r: até <strong>um</strong> íconedo indie mo<strong>de</strong>rno po<strong>de</strong> brincar <strong>um</strong>pouco e fazer <strong>um</strong> disco pop.Ver crítica <strong>de</strong> discos págs. 43 e segs.Ípsilon • Sexta-feira 17 Dezembro 2010 • 25

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